Da Literatura: COPIAR A PRIMEIRA REPÚBLICA

21-01-2012
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Tem sido instrutivo seguir a crescente irritação da opinião publicada e televisionada sobre as negociações do OGE. Decepcionada com o curso das coisas, gente conspícua fala de fantochada.Obrigados por Cavaco a pôr em banho maria a política da terra queimada, PSD e CDS-PP vão fazendo o que podem, que é nada no caso do primeiro (o maior partido da oposição continua em estado catatónico), e arrivismo no caso do segundo. Não obstante, Portas tem o mérito de apresentar agenda própria. À esquerda, BE e PCP repetem a cartilha da praxe.No fundo, a generalidade dos colunistas e comentadores pretende a queda do governo. Não se sabe muito bem para quê, atento o quadro constitucional. Toda esta conversa sobre as agências de rating (as quais, diz Louçã, não merecem o mínimo crédito; e os leigos concordam, tendo em vista a surpresa do subprime americano, o que se passou na Islândia, na Irlanda e no Dubai, etc.) não passa de agit prop. No dia em que Cavaco tomasse a iniciativa de um governo presidencial, a avaliação dessas agências atingiria mínimos históricos. O mercado não gosta de fantasias de recorte peronista.O problema é que o país não pode manter em stand by o maior partido da oposição. Na melhor das hipóteses, só depois de 11 de Fevereiro (data em que o OGE será votado na generalidade) é que Manuela Ferreira Leite decide se avança para o congresso de Santana ou para as directas reclamadas (sem congresso prévio) pelas maiores distritais do partido, entre elas Lisboa, Porto, Setúbal, Aveiro, Braga e Faro. Isto sim, é insustentável. Antes de passar pela actuação do ministério das Finanças, a imagem da República é seriamente afectada nos mercados financeiros pela tranquibérnia social-democrata. Para quem tanto execra a I República, não se percebe o esforço a copiar o modelo. A menos que seja uma forma de celebrar o centenário...Etiquetas: Política nacional

Tem sido instrutivo seguir a crescente irritação da opinião publicada e televisionada sobre as negociações do OGE. Decepcionada com o curso das coisas, gente conspícua fala de fantochada.Obrigados por Cavaco a pôr em banho maria a política da terra queimada, PSD e CDS-PP vão fazendo o que podem, que é nada no caso do primeiro (o maior partido da oposição continua em estado catatónico), e arrivismo no caso do segundo. Não obstante, Portas tem o mérito de apresentar agenda própria. À esquerda, BE e PCP repetem a cartilha da praxe.No fundo, a generalidade dos colunistas e comentadores pretende a queda do governo. Não se sabe muito bem para quê, atento o quadro constitucional. Toda esta conversa sobre as agências de rating (as quais, diz Louçã, não merecem o mínimo crédito; e os leigos concordam, tendo em vista a surpresa do subprime americano, o que se passou na Islândia, na Irlanda e no Dubai, etc.) não passa de agit prop. No dia em que Cavaco tomasse a iniciativa de um governo presidencial, a avaliação dessas agências atingiria mínimos históricos. O mercado não gosta de fantasias de recorte peronista.O problema é que o país não pode manter em stand by o maior partido da oposição. Na melhor das hipóteses, só depois de 11 de Fevereiro (data em que o OGE será votado na generalidade) é que Manuela Ferreira Leite decide se avança para o congresso de Santana ou para as directas reclamadas (sem congresso prévio) pelas maiores distritais do partido, entre elas Lisboa, Porto, Setúbal, Aveiro, Braga e Faro. Isto sim, é insustentável. Antes de passar pela actuação do ministério das Finanças, a imagem da República é seriamente afectada nos mercados financeiros pela tranquibérnia social-democrata. Para quem tanto execra a I República, não se percebe o esforço a copiar o modelo. A menos que seja uma forma de celebrar o centenário...Etiquetas: Política nacional

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