Portas pede ao CDS para manter Sócrates fora da campanha

06-09-2015
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"Luto pela vitória da coligação porque não quero, como português, que se repitam os mesmos erros, causas e consequências, outra coisa são casos judicias. Não quero candidatos do CDS a comentá-los. Nunca o fizemos, nem fazemos agora. Acreditamos na separação de poderes", afirmou.

O também vice-primeiro-ministro falava no encerramento da Escola de Quadros do CDS-PP, em Ofir, a ‘rentrée' do partido.

"Esta campanha eleitoral é sobre política, não é sobre casos judiciais. Fui, porventura, o deputado que mais oposição fez ao antigo primeiro-ministro, achei que a sua política levaria Portugal à ruína e levou mesmo", disse.

José Sócrates está desde sexta-feira em prisão domiciliária, em Lisboa, depois de nove meses e meio de prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Évora, no âmbito da chamada Operação Marquês.

O ex-primeiro-ministro foi detido a 21 de novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito.

A decisão de alterar as medidas de coação do antigo primeiro-ministro, o único dos arguidos da "Operação Marquês" que ainda estava na cadeia, foi anunciada na sexta-feira pelo Tribunal da Comarca de Lisboa.

Os advogados de defesa de Sócrates já afirmaram ser "insuficiente" esta alteração na medida de coação imposta ao ex-primeiro-ministro e anunciaram que vão recorrer da decisão.

No discurso de encerramento da Escola de Quadros centrista, Paulo Portas descreveu ainda a coligação PSD/CDS-PP como uma aliança que se "apresenta de forma centrada e tem um programa moderado", em contraste com o PS, "que se radicalizou manifestamente".

"É o PS que diz, pela primeira vez em 40 anos, que o país pode ser governado não ao centro, mas com acordos entre o PS e os partidos à esquerda do PS. Legitimamente, nem o PC nem o Bloco aceitam o quadro europeu em que estamos integrados", afirmou Portas.

"Uma instabilidade dessa natureza daria cabo da confiança externa e da confiança interna. Peço-vos que não deixem o país entrar em rupturas dessa natureza ou convulsões dessa ordem", concluiu.

O também vice-primeiro ministro dedicou parte substancial da sua intervenção a falar sobre os indecisos, pedindo ao partido dedicação para os ouvir e convencer e distinguiu vários tipos de indecisos, sendo que nesta parte do discurso se referia a "cidadãos que, sabendo que um país europeu basicamente só é governável ao centro, e com compromissos políticos e sociais, ainda não fizeram a sua opção".

Paulo Portas entrou e saiu do hotel em que decorreu o encerramento da Escola de Quadros, na estância balnear de Ofir, sob os protestos de um grupo de lesados do BES, que se manifestaram ruidosamente com apitos e buzinas.

Jovens do CDS acompanharam a entrada de Portas no carro, gritando "JP, JP", enquanto os lesados elevavam o ruído de gritos, buzinas e apitos, tendo perseguido o carro durante alguns metros.

"Há cidadãos indecisos entre a coligação e o PS, são pessoas que se movem no centro político, sensíveis não apenas à estabilidade das contas públicas mas também à humanidade das políticas. Temos de as ouvir e integrar e, como democratas-cristãos ou sociais-democratas, percebemos muito bem esse sentimento", afirmou Portas.

O líder centrista forneceu uma espécie de ‘guião' para convencer indecisos e, neste caso, a argumentação passa por afirmar que, depois "da bancarrota" e das "contas em ordem", é possível "dizer que o coração da próxima legislatura são as políticas sociais".

"Exijam de nós melhorar e aperfeiçoar o estado social e fazer do programa de desenvolvimento social a prioridade da próxima legislatura. Nós temos essa vontade e fazemos esse compromisso", declarou.

Portas referiu-se também aos "cidadãos que, mais do que indecisos, estão desiludidos, desiludidos com a política em geral e com os partidos em especial" e "não são sensíveis à gritaria das campanhas, mas podem e, porventura, querem, ouvir argumentos com serenidade".

Para esses, Portas pediu vagar para fazer uma série de perguntas: "Fomos nós que trouxemos a ‘troika'? Não. Fomos nós que negociámos o memorando? Não. Tinha algum Governo margem de manobra, depois de chamada a ‘troika', depois de assinado o memorando, a poucas semanas de não haver sequer dinheiro para pagamentos básicos, para fazer substancialmente diferente? Não", sustentou.

As perguntas terminavam com a acção deste Governo: "As reformas para flexibilizar a nossa economia feitas com acordo social ajudaram a dar a volta e a vencer a recessão? Sim".

"Se a causa de uma recessão dura está no resgate de 2011 e se o impulso da progressiva retoma da economia está nas reformas com compromisso social que fizemos, então, penalizem o PS, porque nunca assumiu responsabilidades nem tirou lições da política que levou ao resgate e à recessão", defendeu.

Portas pediu que deem "o benefício da dúvida a uma coligação que, sendo reformista, ajudou não só o país a vencer a etapa da ‘troika' como a ser, neste momento, um país com maior crescimento económico do que a zona euro, com criação de emprego a subir, confiança económica, com investimento

"Luto pela vitória da coligação porque não quero, como português, que se repitam os mesmos erros, causas e consequências, outra coisa são casos judicias. Não quero candidatos do CDS a comentá-los. Nunca o fizemos, nem fazemos agora. Acreditamos na separação de poderes", afirmou.

O também vice-primeiro-ministro falava no encerramento da Escola de Quadros do CDS-PP, em Ofir, a ‘rentrée' do partido.

"Esta campanha eleitoral é sobre política, não é sobre casos judiciais. Fui, porventura, o deputado que mais oposição fez ao antigo primeiro-ministro, achei que a sua política levaria Portugal à ruína e levou mesmo", disse.

José Sócrates está desde sexta-feira em prisão domiciliária, em Lisboa, depois de nove meses e meio de prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Évora, no âmbito da chamada Operação Marquês.

O ex-primeiro-ministro foi detido a 21 de novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito.

A decisão de alterar as medidas de coação do antigo primeiro-ministro, o único dos arguidos da "Operação Marquês" que ainda estava na cadeia, foi anunciada na sexta-feira pelo Tribunal da Comarca de Lisboa.

Os advogados de defesa de Sócrates já afirmaram ser "insuficiente" esta alteração na medida de coação imposta ao ex-primeiro-ministro e anunciaram que vão recorrer da decisão.

No discurso de encerramento da Escola de Quadros centrista, Paulo Portas descreveu ainda a coligação PSD/CDS-PP como uma aliança que se "apresenta de forma centrada e tem um programa moderado", em contraste com o PS, "que se radicalizou manifestamente".

"É o PS que diz, pela primeira vez em 40 anos, que o país pode ser governado não ao centro, mas com acordos entre o PS e os partidos à esquerda do PS. Legitimamente, nem o PC nem o Bloco aceitam o quadro europeu em que estamos integrados", afirmou Portas.

"Uma instabilidade dessa natureza daria cabo da confiança externa e da confiança interna. Peço-vos que não deixem o país entrar em rupturas dessa natureza ou convulsões dessa ordem", concluiu.

O também vice-primeiro ministro dedicou parte substancial da sua intervenção a falar sobre os indecisos, pedindo ao partido dedicação para os ouvir e convencer e distinguiu vários tipos de indecisos, sendo que nesta parte do discurso se referia a "cidadãos que, sabendo que um país europeu basicamente só é governável ao centro, e com compromissos políticos e sociais, ainda não fizeram a sua opção".

Paulo Portas entrou e saiu do hotel em que decorreu o encerramento da Escola de Quadros, na estância balnear de Ofir, sob os protestos de um grupo de lesados do BES, que se manifestaram ruidosamente com apitos e buzinas.

Jovens do CDS acompanharam a entrada de Portas no carro, gritando "JP, JP", enquanto os lesados elevavam o ruído de gritos, buzinas e apitos, tendo perseguido o carro durante alguns metros.

"Há cidadãos indecisos entre a coligação e o PS, são pessoas que se movem no centro político, sensíveis não apenas à estabilidade das contas públicas mas também à humanidade das políticas. Temos de as ouvir e integrar e, como democratas-cristãos ou sociais-democratas, percebemos muito bem esse sentimento", afirmou Portas.

O líder centrista forneceu uma espécie de ‘guião' para convencer indecisos e, neste caso, a argumentação passa por afirmar que, depois "da bancarrota" e das "contas em ordem", é possível "dizer que o coração da próxima legislatura são as políticas sociais".

"Exijam de nós melhorar e aperfeiçoar o estado social e fazer do programa de desenvolvimento social a prioridade da próxima legislatura. Nós temos essa vontade e fazemos esse compromisso", declarou.

Portas referiu-se também aos "cidadãos que, mais do que indecisos, estão desiludidos, desiludidos com a política em geral e com os partidos em especial" e "não são sensíveis à gritaria das campanhas, mas podem e, porventura, querem, ouvir argumentos com serenidade".

Para esses, Portas pediu vagar para fazer uma série de perguntas: "Fomos nós que trouxemos a ‘troika'? Não. Fomos nós que negociámos o memorando? Não. Tinha algum Governo margem de manobra, depois de chamada a ‘troika', depois de assinado o memorando, a poucas semanas de não haver sequer dinheiro para pagamentos básicos, para fazer substancialmente diferente? Não", sustentou.

As perguntas terminavam com a acção deste Governo: "As reformas para flexibilizar a nossa economia feitas com acordo social ajudaram a dar a volta e a vencer a recessão? Sim".

"Se a causa de uma recessão dura está no resgate de 2011 e se o impulso da progressiva retoma da economia está nas reformas com compromisso social que fizemos, então, penalizem o PS, porque nunca assumiu responsabilidades nem tirou lições da política que levou ao resgate e à recessão", defendeu.

Portas pediu que deem "o benefício da dúvida a uma coligação que, sendo reformista, ajudou não só o país a vencer a etapa da ‘troika' como a ser, neste momento, um país com maior crescimento económico do que a zona euro, com criação de emprego a subir, confiança económica, com investimento

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