Reunião da Reserva Federal de Setembro: redução de estímulos?

13-09-2013
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A semana que se inicia será marcada, nos mercados financeiros, pelo Comité de política monetária da Reserva Federal (Fed) nos dias 17 e 18 de Setembro.

De facto, nesta reunião a Fed poderá iniciar a retirada gradual dos estímulos monetárias, através da redução do montante de compras mensais de títulos de dívida pública.

1. Como tem vindo a ser referido, a principal variável para o inicio da retirada dos estímulos é a evolução do mercado de trabalho, o qual desapontou em Agosto, já que a publicação dos números relativos à criação de postos de trabalho em Agosto ficou aquém do esperado. Contudo, este facto não foi suficiente para dissuadir os participantes nos mercados financeiros de que a redução do montante de compras de dívida pública de longo prazo pela Fed se iniciará após a reunião de Setembro. Mas os números do emprego, sugerem que esta redução será moderada.

2. A redução dos programas de compra de dívida de longo prazo pela autoridade monetária norte-americana e os sinais de consolidação da retoma nas economias desenvolvidas tem vindo a dar suporte a um movimento de descida de preços (e consequente subida de yields). Com efeito, a forte possibilidade de que no terceiro trimestre seja iniciado o caminho de normalização da política monetária norte-americana (começando pela redução das compras de dívida de longo prazo), traduziu-se em movimentos de vendas de títulos de dívida pública mais longos, provocando a subida das yields para máximos observados desde Junho de 2011, no caso dos títulos norte-americanos a 10 anos, e desde Fevereiro de 2012, no caso dos títulos alemães com o mesmo prazo. Ultimamente, a publicação de informação económica que indica que os EUA estão num período de crescimento sustentado e que o crescimento da Zona Euro no 2T13 se consolidará nos próximos trimestres, veio dar suporte a este movimento de venda de activos de menor risco. Ao longo do último mês, as taxas de rendibilidade da dívida pública norte-americana a 10 anos roçaram os 3%, enquanto que os Bunds alemães com o mesmo prazo ultrapassaram os 2%. A permanência de um cenário mais benigno para o crescimento e de finalização do programa de compra de dívida de longo-prazo pela Reserva Federal em meados de 2014, poderá traduzir-se numa maior probabilidade de que a taxa dos US Treasury a 10 anos se situe em torno dos 3.25-3.75% daqui a uma ano, e a do Bund a 10 anos em torno dos 2,5-3%.

3. A nomeação do próximo Presidente da Reserva Federal traduzir-se-á em volatilidade acrescida até ao final do ano. Os dois candidatos mais prováveis para substituir Ben Bernanke, cujo mandato termina a 31/01/2014 são Janet Yellen, actual vice-presidente do Fed e Lawrence Summers, ex-secretário do Tesouro e antigo assessor económico de Obama. A nomeação de Summers provocará, provavelmente, maior volatilidade no mercado e um movimento mais acentuado de subida das yields. Esta perspectiva resulta de algumas das suas declarações que indicam desconfiança quanto à eficácia das medidas de cariz não convencional, bem como o mostram receoso quanto aos riscos de formação de bolhas nos mercados financeiros associados a políticas monetárias excessivamente expansionistas. Por exemplo, considera que se o ritmo de retoma não se revela mais acentuado, é porque o crescimento potencial é agora mais reduzido, o que implica que as taxas de juro reais devem ser mais baixas e de que a taxa de desemprego de pleno emprego será mais elevada; e, em Abril deste ano, afirmou que o movimento de normalização das taxas de juros poderá ocorrer mais cedo do que o antecipado pelo mercado (na altura).

A semana que se inicia será marcada, nos mercados financeiros, pelo Comité de política monetária da Reserva Federal (Fed) nos dias 17 e 18 de Setembro.

De facto, nesta reunião a Fed poderá iniciar a retirada gradual dos estímulos monetárias, através da redução do montante de compras mensais de títulos de dívida pública.

1. Como tem vindo a ser referido, a principal variável para o inicio da retirada dos estímulos é a evolução do mercado de trabalho, o qual desapontou em Agosto, já que a publicação dos números relativos à criação de postos de trabalho em Agosto ficou aquém do esperado. Contudo, este facto não foi suficiente para dissuadir os participantes nos mercados financeiros de que a redução do montante de compras de dívida pública de longo prazo pela Fed se iniciará após a reunião de Setembro. Mas os números do emprego, sugerem que esta redução será moderada.

2. A redução dos programas de compra de dívida de longo prazo pela autoridade monetária norte-americana e os sinais de consolidação da retoma nas economias desenvolvidas tem vindo a dar suporte a um movimento de descida de preços (e consequente subida de yields). Com efeito, a forte possibilidade de que no terceiro trimestre seja iniciado o caminho de normalização da política monetária norte-americana (começando pela redução das compras de dívida de longo prazo), traduziu-se em movimentos de vendas de títulos de dívida pública mais longos, provocando a subida das yields para máximos observados desde Junho de 2011, no caso dos títulos norte-americanos a 10 anos, e desde Fevereiro de 2012, no caso dos títulos alemães com o mesmo prazo. Ultimamente, a publicação de informação económica que indica que os EUA estão num período de crescimento sustentado e que o crescimento da Zona Euro no 2T13 se consolidará nos próximos trimestres, veio dar suporte a este movimento de venda de activos de menor risco. Ao longo do último mês, as taxas de rendibilidade da dívida pública norte-americana a 10 anos roçaram os 3%, enquanto que os Bunds alemães com o mesmo prazo ultrapassaram os 2%. A permanência de um cenário mais benigno para o crescimento e de finalização do programa de compra de dívida de longo-prazo pela Reserva Federal em meados de 2014, poderá traduzir-se numa maior probabilidade de que a taxa dos US Treasury a 10 anos se situe em torno dos 3.25-3.75% daqui a uma ano, e a do Bund a 10 anos em torno dos 2,5-3%.

3. A nomeação do próximo Presidente da Reserva Federal traduzir-se-á em volatilidade acrescida até ao final do ano. Os dois candidatos mais prováveis para substituir Ben Bernanke, cujo mandato termina a 31/01/2014 são Janet Yellen, actual vice-presidente do Fed e Lawrence Summers, ex-secretário do Tesouro e antigo assessor económico de Obama. A nomeação de Summers provocará, provavelmente, maior volatilidade no mercado e um movimento mais acentuado de subida das yields. Esta perspectiva resulta de algumas das suas declarações que indicam desconfiança quanto à eficácia das medidas de cariz não convencional, bem como o mostram receoso quanto aos riscos de formação de bolhas nos mercados financeiros associados a políticas monetárias excessivamente expansionistas. Por exemplo, considera que se o ritmo de retoma não se revela mais acentuado, é porque o crescimento potencial é agora mais reduzido, o que implica que as taxas de juro reais devem ser mais baixas e de que a taxa de desemprego de pleno emprego será mais elevada; e, em Abril deste ano, afirmou que o movimento de normalização das taxas de juros poderá ocorrer mais cedo do que o antecipado pelo mercado (na altura).

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