Costa: "Se este Governo tivesse estratégia já se tinha ido embora"

29-11-2014
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Costa: "Se este Governo tivesse estratégia já se tinha ido embora"

Inês David Bastos

14:06

António Costa fez um discurso inicial virado à esquerda, falando para reformados, desempregados e contra os cortes das funções sociais do Estado.

Num discurso de quase uma hora, o secretário-geral do PS optou por orientar a sua mensagem para dois alvos preferenciais: os portugueses e o eleitorado de esquerda. António Costa atacou uma por uma a política de Passos Coelho e pontuou a sua intervenção pela defesa dos desempregados, das gerações, da Educação, da Saúde e o modelo de Estado Social.

O ataque a Passos, à austeridade, ao corte na Educação, há ausência de coesão social neste Governo e à crispação social foram uma tónica dominante e no final, levantando o congresso num forte aplauso, o líder do PS atirou: "Se este Governo tivesse visão estratégica já se tinha ido embora, já se tinha demitido".

Mas mais: sempre numa viragem à esquerda, Costa atacou: "Se este Governo tivesse uma visão estratégica não cortava 700 milhões de euros na Educação; se este Governo tivesse visão estratégica não tinha acabado com as Novas Oportunidades; se este Governo tivesse visão estratégica não tinha apostado na centralização".

António Costa - que falou sempre vestindo a pele de primeiro-ministro - nunca deixou os ataques a Passos Coelho, criticando cada política que foi tomada nos três anos de Governo. "Queremos fomentar a coesão social, não queremos uma sociedade apenas para os mais dinâmicos", disse, numa nova indirecta à política do Governo PSD/CDS.

A este respeito, o secretário-geral do PS disse querer um amplo acordo de concertação social de longo prazo com todos os partidos. Esta, e o anúncio da indicação de um número dois para o PS, foram as duas únicas novidades que Costa deixou no seu discurso, mais voltado para o ataque ao Governo que para propostas do partido para o futuro. Já antes, Costa tinha acusado o primeiro-ministro de ter promovido uma "divisão entre empregados e desempregados" e a divisão entre gerações. Rematando que o sentimento mais importante para se enfrentar uma crise é a confiança, Costa acusou Passos de ter semeado "incerteza e intranquilidade", dando como exemplo os sucessivos rectificativos que o Executivo fazia aos orçamentos do Estado. O líder do PS lamentou o facto de em três anos 2,8 milhões de pessoas terem entrado em risco de pobreza e disse temer ser uma "bomba ao retardador".

"Este é o Governo que fracassou, não tem emenda e não tem soluções para o futuro do país, é um governo esgotado", vaticinou o secretário-geral socialista, que também não avançou com propostas para o futuro, apenas defendendo que Portugal precisa de "um plano de recuperação económica e social" e de "um novo equilíbrio de recursos financeiros". No que toca à Europa, Costa voltou a levantar o congresso quando disse, depois de citar o Papa Francisco, que os Estados-membros não "podem ficar nas mãos do Banco Central em Frankfurt" porque esta "é uma Europa do Estado Social".

O líder do PS deixou claro que vai bater-se por um novo tratado orçamental, que corrija os "efeitos assimétricos da moeda única" e que permita desbloquear Portugal da "asfixia financeira em que vive".

Costa: "Se este Governo tivesse estratégia já se tinha ido embora"

Inês David Bastos

14:06

António Costa fez um discurso inicial virado à esquerda, falando para reformados, desempregados e contra os cortes das funções sociais do Estado.

Num discurso de quase uma hora, o secretário-geral do PS optou por orientar a sua mensagem para dois alvos preferenciais: os portugueses e o eleitorado de esquerda. António Costa atacou uma por uma a política de Passos Coelho e pontuou a sua intervenção pela defesa dos desempregados, das gerações, da Educação, da Saúde e o modelo de Estado Social.

O ataque a Passos, à austeridade, ao corte na Educação, há ausência de coesão social neste Governo e à crispação social foram uma tónica dominante e no final, levantando o congresso num forte aplauso, o líder do PS atirou: "Se este Governo tivesse visão estratégica já se tinha ido embora, já se tinha demitido".

Mas mais: sempre numa viragem à esquerda, Costa atacou: "Se este Governo tivesse uma visão estratégica não cortava 700 milhões de euros na Educação; se este Governo tivesse visão estratégica não tinha acabado com as Novas Oportunidades; se este Governo tivesse visão estratégica não tinha apostado na centralização".

António Costa - que falou sempre vestindo a pele de primeiro-ministro - nunca deixou os ataques a Passos Coelho, criticando cada política que foi tomada nos três anos de Governo. "Queremos fomentar a coesão social, não queremos uma sociedade apenas para os mais dinâmicos", disse, numa nova indirecta à política do Governo PSD/CDS.

A este respeito, o secretário-geral do PS disse querer um amplo acordo de concertação social de longo prazo com todos os partidos. Esta, e o anúncio da indicação de um número dois para o PS, foram as duas únicas novidades que Costa deixou no seu discurso, mais voltado para o ataque ao Governo que para propostas do partido para o futuro. Já antes, Costa tinha acusado o primeiro-ministro de ter promovido uma "divisão entre empregados e desempregados" e a divisão entre gerações. Rematando que o sentimento mais importante para se enfrentar uma crise é a confiança, Costa acusou Passos de ter semeado "incerteza e intranquilidade", dando como exemplo os sucessivos rectificativos que o Executivo fazia aos orçamentos do Estado. O líder do PS lamentou o facto de em três anos 2,8 milhões de pessoas terem entrado em risco de pobreza e disse temer ser uma "bomba ao retardador".

"Este é o Governo que fracassou, não tem emenda e não tem soluções para o futuro do país, é um governo esgotado", vaticinou o secretário-geral socialista, que também não avançou com propostas para o futuro, apenas defendendo que Portugal precisa de "um plano de recuperação económica e social" e de "um novo equilíbrio de recursos financeiros". No que toca à Europa, Costa voltou a levantar o congresso quando disse, depois de citar o Papa Francisco, que os Estados-membros não "podem ficar nas mãos do Banco Central em Frankfurt" porque esta "é uma Europa do Estado Social".

O líder do PS deixou claro que vai bater-se por um novo tratado orçamental, que corrija os "efeitos assimétricos da moeda única" e que permita desbloquear Portugal da "asfixia financeira em que vive".

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