A Lição de Salgueiro Maia
Por ALC
Domingo, 25 de Abril de 2004
Agostinho Silva fez a tropa em Santarém, em 1985. "Convivi 17 meses com Salgueiro Maia. Aprendi com ele que o poder está dentro de nós, não está nas nossas funções. Não é por acaso que ele nunca quis ser nada. Abdicou de tudo o que podia ser. Fez a revolução e veio-se embora."
Uma lição que o homem que idealizou a CEI não esqueceu: "Uma empresa tem que ser vista como uma família, toda a gente tem que saber o que se passa, e toda a gente tem que ser compensada em função do esforço. E o dinheiro que uma empresa gere é para lá ficar."
O que ainda acontece muito em Portugal é o contrário, diz. "O poder sobe à cabeça dos políticos, dos polícias, dos empresários." O contrário da lição de Salgueiro Maia. "Foi com ele que percebi o que tinha sido o 25 de Abril. Ele era um estudioso, e fez a revolução para as pessoas poderem ter liberdade, e iniciativa."
Quando conviveram, em 85, "ele era, por um lado, um revoltado" com a forma como as coisas tinham caminhado, e por outro "estava firme" na sua convicção. "Contava que quando saiu de Santarém com os putos, como ele dizia, tinha muito mais a certeza de voltar morto do que de voltar vivo. Mas ainda assim foi."
Ser empresário, diz Agostinho Silva, é também esta convicção. "Nunca desistir e ser honesto. O meu projecto é a empresa crescer e não precisar mais de mim para nada. Que se torne autónoma. Como não tenho o objectivo de ser rico..."
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A Lição de Salgueiro Maia
Por ALC
Domingo, 25 de Abril de 2004
Agostinho Silva fez a tropa em Santarém, em 1985. "Convivi 17 meses com Salgueiro Maia. Aprendi com ele que o poder está dentro de nós, não está nas nossas funções. Não é por acaso que ele nunca quis ser nada. Abdicou de tudo o que podia ser. Fez a revolução e veio-se embora."
Uma lição que o homem que idealizou a CEI não esqueceu: "Uma empresa tem que ser vista como uma família, toda a gente tem que saber o que se passa, e toda a gente tem que ser compensada em função do esforço. E o dinheiro que uma empresa gere é para lá ficar."
O que ainda acontece muito em Portugal é o contrário, diz. "O poder sobe à cabeça dos políticos, dos polícias, dos empresários." O contrário da lição de Salgueiro Maia. "Foi com ele que percebi o que tinha sido o 25 de Abril. Ele era um estudioso, e fez a revolução para as pessoas poderem ter liberdade, e iniciativa."
Quando conviveram, em 85, "ele era, por um lado, um revoltado" com a forma como as coisas tinham caminhado, e por outro "estava firme" na sua convicção. "Contava que quando saiu de Santarém com os putos, como ele dizia, tinha muito mais a certeza de voltar morto do que de voltar vivo. Mas ainda assim foi."
Ser empresário, diz Agostinho Silva, é também esta convicção. "Nunca desistir e ser honesto. O meu projecto é a empresa crescer e não precisar mais de mim para nada. Que se torne autónoma. Como não tenho o objectivo de ser rico..."