PS quer continuar relação com a esquerda, mas admite conversas à direita

06-11-2019
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Foi uma espécie de “gosto muito de ti, mas…” Ana Catarina Mendes, a nova líder da bancada parlamentar do PS, desafiou os antigos parceiros a “interpretar bem o mandato” que saiu das eleições de 6 de outubro. O resultado das legislativas, que ditou uma bancada socialista reforçada, a manutenção do Bloco e um emagrecimento do PCP, deve servir para “manter a solução política da anterior legislatura”, mesmo que numa modalidade de permanente navegação à vista, defendeu. E o PSD, fica fora do diálogo? “Claro que não”, apressou-se a acrescentar Ana Catarina Mendes. “Haverá matérias de consenso nacional de que nenhum democrata se pode demitir.”

Essa é a primeira conclusão que a líder parlamentar retira dos dois dias de análise do programa do Governo. “Os portugueses, quando votaram, pediram estabilidade política, reforçaram o grupo parlamentar do PS e confirmaram que seriamos capazes de manter a solução política da anterior legislatura, independentemente da forma que ela possa assumir”, disse Ana Catarina Mendes.

Saber se há papéis escritos ou se a negociação se faz caso a caso são “meras questões formais”. O “essencial”, para a líder da bancada socialista, é “saber onde nos posicionamos quando tivermos de optar por medidas que mudam a vida das pessoas”. A lista que Catarina Mendes enumerou a seguir foi escolhida a dedo para os interlocutores à esquerda: valorização salarial, justiça fiscal, impulso do investimento público e reforços dos serviços públicos, proteção social, defesa das políticas de habitação, conciliação da vida profissional e familiar, investimento na educação ou combate às alterações climáticas são temas em que o PS pode, em teoria, construir pontes com o Bloco e o PCP, mas também o PAN ou o Livre.

“Há quem não queira ver, mas os compromissos são claros” e “os deputados do PS têm vontade de continuar a trabalhar para a maioria de esquerda em Portugal e têm vontade de encontrar soluções para os problemas que ainda subsistem”, garante. O contrário, a ausência de diálogo, seria o caos. “Poríamos em causa tudo o que conseguimos na legislatura anterior” se alguns dos parceiros se recusavam ao diálogo com o PS, avisou Ana Catarina Mendes.

Mas isso não significa que os socialistas gastem todas as energias nesse frente de negociação. Augusto Santos Silva bem poderia vir dizer, logo a seguir, que o PS não vai seguir a lógica do “pisca-pisca” na negociação no Parlamento, mas é isso que se anuncia quando a líder parlamentar diz que, estando em causa a necessidade de um “consenso nacional”, é para a direita que o partido admite virar-se. Isso é verdade em matérias de índole europeu, “em que o PSD tem tido uma posição europeísta que esperemos que não abandone e que se aproxima mais” da geografia socialista. Mas também em matéria de Defesa Nacional ou na discussão sobre a descentralização de competências para os municípios. “Nada de novo”, diz a deputada. Afinal, “foi assim na anterior legislatura”.

A “direita ausente” e a defesa de autonomia

“ Onde esteve a direita no programa de Governo?”, questionou-se ainda Ana Catarina Mendes. Entre um PSD “zangado com o PS” e “com os portugueses” e um CDS “em estado de negação quanto à realidade”, a deputada nota uma “direita a precisar de se reinventar”, “sem força anímica para reforçar o combate de ideias” e “à procura de programa”.

A sucessora de Carlos César segue, depois, os passos do anterior líder parlamentar, ao reclamar a autonomia da bancada do PS face ao Governo, quando diz o partido “não abdicará das suas próprias propostas” porque “os portugueses não nos deram mandato apenas para governar”. E nomeia o ponto cardeal da ação dos próximos meses: “Somos mesmo pelo SNS e pela saúde publica e é na melhoria da saúde pública que colocamos toda a nossa energia”. Será essa, garante, “a prioridade das prioridades”.

Foi uma espécie de “gosto muito de ti, mas…” Ana Catarina Mendes, a nova líder da bancada parlamentar do PS, desafiou os antigos parceiros a “interpretar bem o mandato” que saiu das eleições de 6 de outubro. O resultado das legislativas, que ditou uma bancada socialista reforçada, a manutenção do Bloco e um emagrecimento do PCP, deve servir para “manter a solução política da anterior legislatura”, mesmo que numa modalidade de permanente navegação à vista, defendeu. E o PSD, fica fora do diálogo? “Claro que não”, apressou-se a acrescentar Ana Catarina Mendes. “Haverá matérias de consenso nacional de que nenhum democrata se pode demitir.”

Essa é a primeira conclusão que a líder parlamentar retira dos dois dias de análise do programa do Governo. “Os portugueses, quando votaram, pediram estabilidade política, reforçaram o grupo parlamentar do PS e confirmaram que seriamos capazes de manter a solução política da anterior legislatura, independentemente da forma que ela possa assumir”, disse Ana Catarina Mendes.

Saber se há papéis escritos ou se a negociação se faz caso a caso são “meras questões formais”. O “essencial”, para a líder da bancada socialista, é “saber onde nos posicionamos quando tivermos de optar por medidas que mudam a vida das pessoas”. A lista que Catarina Mendes enumerou a seguir foi escolhida a dedo para os interlocutores à esquerda: valorização salarial, justiça fiscal, impulso do investimento público e reforços dos serviços públicos, proteção social, defesa das políticas de habitação, conciliação da vida profissional e familiar, investimento na educação ou combate às alterações climáticas são temas em que o PS pode, em teoria, construir pontes com o Bloco e o PCP, mas também o PAN ou o Livre.

“Há quem não queira ver, mas os compromissos são claros” e “os deputados do PS têm vontade de continuar a trabalhar para a maioria de esquerda em Portugal e têm vontade de encontrar soluções para os problemas que ainda subsistem”, garante. O contrário, a ausência de diálogo, seria o caos. “Poríamos em causa tudo o que conseguimos na legislatura anterior” se alguns dos parceiros se recusavam ao diálogo com o PS, avisou Ana Catarina Mendes.

Mas isso não significa que os socialistas gastem todas as energias nesse frente de negociação. Augusto Santos Silva bem poderia vir dizer, logo a seguir, que o PS não vai seguir a lógica do “pisca-pisca” na negociação no Parlamento, mas é isso que se anuncia quando a líder parlamentar diz que, estando em causa a necessidade de um “consenso nacional”, é para a direita que o partido admite virar-se. Isso é verdade em matérias de índole europeu, “em que o PSD tem tido uma posição europeísta que esperemos que não abandone e que se aproxima mais” da geografia socialista. Mas também em matéria de Defesa Nacional ou na discussão sobre a descentralização de competências para os municípios. “Nada de novo”, diz a deputada. Afinal, “foi assim na anterior legislatura”.

A “direita ausente” e a defesa de autonomia

“ Onde esteve a direita no programa de Governo?”, questionou-se ainda Ana Catarina Mendes. Entre um PSD “zangado com o PS” e “com os portugueses” e um CDS “em estado de negação quanto à realidade”, a deputada nota uma “direita a precisar de se reinventar”, “sem força anímica para reforçar o combate de ideias” e “à procura de programa”.

A sucessora de Carlos César segue, depois, os passos do anterior líder parlamentar, ao reclamar a autonomia da bancada do PS face ao Governo, quando diz o partido “não abdicará das suas próprias propostas” porque “os portugueses não nos deram mandato apenas para governar”. E nomeia o ponto cardeal da ação dos próximos meses: “Somos mesmo pelo SNS e pela saúde publica e é na melhoria da saúde pública que colocamos toda a nossa energia”. Será essa, garante, “a prioridade das prioridades”.

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