museu de arte popular: Catarina Portas no Semanário Económico

01-10-2009
marcar artigo


(...) Assumiu a salvação do Museu como causaSim. Estou muito envolvida nisso, em evitar que o Museu da Língua destrua o Museu de Arte Popular. Não nos opomos ao Museu da Língua, bem entendido. Acho que é uma excelente ideia, acho é que ele não deve ser colocado ali. O Museu de Arte Popular é um museu e deve conservar uma parte histórica, porque é um dos poucos museus de raiz em Portugal para determinado espólio e tem muitos trabalhos de muitos artistas modernistas portugueses daquela época, muito interessantes e alusivos ao país. Quando digo que o edifício é o todo é porque foi mesmo construído como um todo e achamos que parte disso se deve manter.(...)Quando as senhoras da loja do MoMa, trazidas pelo Ministério da Cultura, para investigar o design, ficam babadas em frente às gamelas de madeira talhadas numa só peça por artesãos, e acham aquilo uma peça de design deslumbrante e querem levar a Nova Iorque, tenho vontade de lhes dizer: "Pois é. O mesmo ministério que vos trouxe é aquele que quer acabar com o Museu de Arte Popular". Chamo a isso parolice. Às vezes há um alto grau de parolice nas pessoas que nos comandam. Estão todas deslumbradas quando se fala em Nova Iorque e não percebem onde está o seu potencial.Catarina Portas em entrevista à revista Outlook (suplemento do Semanário Económico), 13 de Junho de 2009.Gamela portuguesa de madeira. Imagem © Feitoria


(...) Assumiu a salvação do Museu como causaSim. Estou muito envolvida nisso, em evitar que o Museu da Língua destrua o Museu de Arte Popular. Não nos opomos ao Museu da Língua, bem entendido. Acho que é uma excelente ideia, acho é que ele não deve ser colocado ali. O Museu de Arte Popular é um museu e deve conservar uma parte histórica, porque é um dos poucos museus de raiz em Portugal para determinado espólio e tem muitos trabalhos de muitos artistas modernistas portugueses daquela época, muito interessantes e alusivos ao país. Quando digo que o edifício é o todo é porque foi mesmo construído como um todo e achamos que parte disso se deve manter.(...)Quando as senhoras da loja do MoMa, trazidas pelo Ministério da Cultura, para investigar o design, ficam babadas em frente às gamelas de madeira talhadas numa só peça por artesãos, e acham aquilo uma peça de design deslumbrante e querem levar a Nova Iorque, tenho vontade de lhes dizer: "Pois é. O mesmo ministério que vos trouxe é aquele que quer acabar com o Museu de Arte Popular". Chamo a isso parolice. Às vezes há um alto grau de parolice nas pessoas que nos comandam. Estão todas deslumbradas quando se fala em Nova Iorque e não percebem onde está o seu potencial.Catarina Portas em entrevista à revista Outlook (suplemento do Semanário Económico), 13 de Junho de 2009.Gamela portuguesa de madeira. Imagem © Feitoria

marcar artigo