Da Literatura: ATÉ QUANDO?

21-05-2009
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Segundo o Diário Digital, a ministra da Cultura não vai encontrar-se com os ocupantes do Rivoli. Por todos os motivos e mais um, seria muito estranho que o fizesse, mas o facto é que o seu nome foi utilizado (e a responsabilidade dessa utilização é sua) nesse pressuposto. Ainda bem que houve recuo. Neste lamentável episódio subsiste, porém, a estranheza do comportamento da Câmara do Porto. Primeiro, os ocupantes barricaram-se. Ninguém chamou a polícia. Depois, i.e., ao fim de mais de 40 horas de ocupação do teatro, Rui Rio mandou cortar a electricidade, vedar a possibilidade de comunicação com o exterior e proibir a entrada de alimentação. Desconheço se um presidente de câmara tem legitimidade legal para o fazer, mas isso é outro assunto. Entretanto, anteontem, o Público criou um blogue, No Teatro Rivoli, cuja utilidade é nula (mantém-se por actualizar desde as cinco da tarde de ontem). E as televisões continuam a tratar o assunto como se o Sendero Luminoso tivesse feito reféns em São Bento. Mas basta ver as reportagens das mesmas televisões para perceber que a mobilização popular está desde o início reduzida a duas dúzias de punks a quem o Porto respeitável não passa cartão. Isto vai durar até quando?Adenda às 13:15h. Em conferência de imprensa, Isabel Pires de Lima disse que «no início da próxima semana» poderá receber «os agentes culturais» que queiram falar com ela, mas não se referiu (na peça a que assisti) ao caso concreto do Rivoli. Em comentário às palavras da ministra, a porta-voz dos ocupantes do teatro falou de denegação. Interpelado sobre a ocupação, o Presidente da República remeteu o caso para «quem de direito», ou seja, a Câmara do Porto.

Segundo o Diário Digital, a ministra da Cultura não vai encontrar-se com os ocupantes do Rivoli. Por todos os motivos e mais um, seria muito estranho que o fizesse, mas o facto é que o seu nome foi utilizado (e a responsabilidade dessa utilização é sua) nesse pressuposto. Ainda bem que houve recuo. Neste lamentável episódio subsiste, porém, a estranheza do comportamento da Câmara do Porto. Primeiro, os ocupantes barricaram-se. Ninguém chamou a polícia. Depois, i.e., ao fim de mais de 40 horas de ocupação do teatro, Rui Rio mandou cortar a electricidade, vedar a possibilidade de comunicação com o exterior e proibir a entrada de alimentação. Desconheço se um presidente de câmara tem legitimidade legal para o fazer, mas isso é outro assunto. Entretanto, anteontem, o Público criou um blogue, No Teatro Rivoli, cuja utilidade é nula (mantém-se por actualizar desde as cinco da tarde de ontem). E as televisões continuam a tratar o assunto como se o Sendero Luminoso tivesse feito reféns em São Bento. Mas basta ver as reportagens das mesmas televisões para perceber que a mobilização popular está desde o início reduzida a duas dúzias de punks a quem o Porto respeitável não passa cartão. Isto vai durar até quando?Adenda às 13:15h. Em conferência de imprensa, Isabel Pires de Lima disse que «no início da próxima semana» poderá receber «os agentes culturais» que queiram falar com ela, mas não se referiu (na peça a que assisti) ao caso concreto do Rivoli. Em comentário às palavras da ministra, a porta-voz dos ocupantes do teatro falou de denegação. Interpelado sobre a ocupação, o Presidente da República remeteu o caso para «quem de direito», ou seja, a Câmara do Porto.

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