AECOPS

25-10-2008
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Património português celebrou Dia Internacional O Dia Internacional dos Monumentos foi instituído em 1972 e traduz a celebração da diversidade patrimonial e da solidariedade internacional em torno da salvaguarda e valorização do património em todo o mundo.

Em Portugal, esta data serviu também para alertar para o estado de degradação e abandono em que estão alguns dos edifícios mais importantes do património nacional. Um dos casos mais flagrantes é o do Palácio de Valflores, em Sta. Iria da Azóia, que se encontra em ruína iminente, apesar de ser tido como o único exemplar de arquitectura civil do século XVI do distrito de Lisboa.

Este palácio está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1982, existindo mesmo alguns interessados na sua recuperação, como é o caso da empresa Valorsul. Contudo, o avanço do projecto de recuperação depende de uma autorização oficial do Ministério do Ambiente. Segundo a Associação de Defesa do Ambiente de Loures (ADAL), a Valorsul tinha já solicitado uma autorização, que foi recusada com base num parecer do Instituto Regulador de Águas e Resíduos que referia que a reabilitação de património não faz parte do objecto social desta empresa. Para a ADAL, e embora o argumento do Instituto seja correcto, a decisão final cabe apenas ao ministro do Ambiente.

O Mosteiro de Rendufe, em Amares, é outro caso do desleixo a que muito do património arquitectónico português está votado. A área conventual deste imóvel, de propriedade privada, encontra-se em franca degradação há mais de 30 anos, tendo ruído já algumas paredes. Apesar dos esforços que a Câmara Municipal local tem feito junto das diversas instâncias com responsabilidades na área do património, nomeadamente o Ministério da Cultura e o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), a ameaça de desmoronamento mantém- -se, sem que se veja uma solução.

Entretanto, nem tudo são más notícias para o património nacional.

No Funchal, a Direcção Regional dos Assuntos Culturais da Madeira vai avançar com uma nova fase do projecto de recuperação da Sé local. Assim, depois de concluídos os trabalhos de impermeabilização dos terraços das capelas e de instalação de um sistema de drenagem de águas pluviais, está a decorrer o processo para análise das propostas candidatas à empreitada de recuperação das coberturas. Estes trabalhos, orçados em cerca de 568 mil euros, envolvem o levantamento de telhados, limpeza de telhas, remoção total das ripas, remoção e fornecimento do guarda-pó, limpeza, tratamentos diversos, fornecimento e assentamento de telhas, pinturas, impermeabilização e cantarias.

A Sé do Funchal ficou concluída em 1514 e é um dos poucos edifícios, desta época, que sobreviveram intactos na Madeira, tendo a classificação de Monumento Nacional desde 1910.

No âmbito das comemorações deste Dia Internacional, a ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, referiu que a regulamentação respeitante à Lei do Património deverá estar concluída dentro de um ano e meio. Quanto ao futuro Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, que integrará as competências do IPPAR e de parte das da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), a governante acrescentou que está já em elaboração a respectiva lei orgânica, que deverá ficar concluída em Junho.

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Património português celebrou Dia Internacional O Dia Internacional dos Monumentos foi instituído em 1972 e traduz a celebração da diversidade patrimonial e da solidariedade internacional em torno da salvaguarda e valorização do património em todo o mundo.

Em Portugal, esta data serviu também para alertar para o estado de degradação e abandono em que estão alguns dos edifícios mais importantes do património nacional. Um dos casos mais flagrantes é o do Palácio de Valflores, em Sta. Iria da Azóia, que se encontra em ruína iminente, apesar de ser tido como o único exemplar de arquitectura civil do século XVI do distrito de Lisboa.

Este palácio está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1982, existindo mesmo alguns interessados na sua recuperação, como é o caso da empresa Valorsul. Contudo, o avanço do projecto de recuperação depende de uma autorização oficial do Ministério do Ambiente. Segundo a Associação de Defesa do Ambiente de Loures (ADAL), a Valorsul tinha já solicitado uma autorização, que foi recusada com base num parecer do Instituto Regulador de Águas e Resíduos que referia que a reabilitação de património não faz parte do objecto social desta empresa. Para a ADAL, e embora o argumento do Instituto seja correcto, a decisão final cabe apenas ao ministro do Ambiente.

O Mosteiro de Rendufe, em Amares, é outro caso do desleixo a que muito do património arquitectónico português está votado. A área conventual deste imóvel, de propriedade privada, encontra-se em franca degradação há mais de 30 anos, tendo ruído já algumas paredes. Apesar dos esforços que a Câmara Municipal local tem feito junto das diversas instâncias com responsabilidades na área do património, nomeadamente o Ministério da Cultura e o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), a ameaça de desmoronamento mantém- -se, sem que se veja uma solução.

Entretanto, nem tudo são más notícias para o património nacional.

No Funchal, a Direcção Regional dos Assuntos Culturais da Madeira vai avançar com uma nova fase do projecto de recuperação da Sé local. Assim, depois de concluídos os trabalhos de impermeabilização dos terraços das capelas e de instalação de um sistema de drenagem de águas pluviais, está a decorrer o processo para análise das propostas candidatas à empreitada de recuperação das coberturas. Estes trabalhos, orçados em cerca de 568 mil euros, envolvem o levantamento de telhados, limpeza de telhas, remoção total das ripas, remoção e fornecimento do guarda-pó, limpeza, tratamentos diversos, fornecimento e assentamento de telhas, pinturas, impermeabilização e cantarias.

A Sé do Funchal ficou concluída em 1514 e é um dos poucos edifícios, desta época, que sobreviveram intactos na Madeira, tendo a classificação de Monumento Nacional desde 1910.

No âmbito das comemorações deste Dia Internacional, a ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, referiu que a regulamentação respeitante à Lei do Património deverá estar concluída dentro de um ano e meio. Quanto ao futuro Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, que integrará as competências do IPPAR e de parte das da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), a governante acrescentou que está já em elaboração a respectiva lei orgânica, que deverá ficar concluída em Junho.

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