JORNAL DE NOTÍCIAS . Cultura . 12/4/2005Câmara do Porto ainda pode integrar a Casa da Músicapor Alfredo Cunha e Helena Teixeira da SilvaPrémio ganho por Rem Koolhaas reforça classificação da Casa"Classificação do edifício de Rem Koolhaas como património nacional e eventual indemnização à Adicais são problemas independentes", garante ministra da CulturaRio pode submeter, de novo, estatutos a votosOpresidente da Câmara do Porto, Rui Rio, admitiu ontem reapreciar a participação do Município na Fundação da Casa da Música. Caso a alteração dos estatutos seja significativa, o autarca voltará a colocá-los a votação no Executivo e na Assembleia Municipal. O pedido de classificação do edifício do arquitecto Rem Koolhaas também merece a concordância de Rio."A classificação da Casa da Música parece-me óbvia", afirmou o autarca. Questionado sobre a disponibilidade municipal de revogar a licença administrativa concedida à Adicais - o que permite à empresa construir nas traseiras da Casa da Música a polémica sede do Banco Português de Negócios -, Rio pouco acrescentou. "A ministra nunca me falou disso, mas estou disponível para dialogar", resumiu. O JN sabe, no entanto, que a autarquia não aceitará pagar indemnizações pesadas que evitem a construção do edifício.Contactada pelo JN, Isabel Pires de Lima, refere que "a classificação e a eventual indemnização são questões independentes". E esclareceu "Neste momento, a autarquia tem um problema para resolver. Se depois, os dois processos se cruzarem, procurarei colaborar. O meu pedido de classificação está agora mais reforçado com o prémio europeu Mies van der Rohe, que Rem Koolhaas acaba de ganhar. A Casa da Música passará a estar integrada não só no roteiro internacional da música, mas também no roteiro internacional da arquitectura contemporânea".Em relação à mudança estatutária da futura Fundação Casa da Música, proposta na sexta-feira passada pela ministra, e que poderá levar à reintegração da autarquia no projecto (a Oposição chumbou a sua participação em Março na Assembleia Municipal), Rui Rio pedirá "a reapreciação do caso, se perceber que as alterações introduzidas mudam completamente os pressupostos que levaram ao chumbo".O modelo de Fundação previa uma maioria de gestão e capitais privados; Pires de Lima sugeriu a manutenção da maioria do investimento privado, mas salvaguardou o presidente, que deverá ser nomeado pelo Estado e ter "poderes especiais". "Se isso bastar", insiste Rio, "e como acho que a Câmara deve estar presente no projecto, sujeito a proposta a nova votação".
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JORNAL DE NOTÍCIAS . Cultura . 12/4/2005Câmara do Porto ainda pode integrar a Casa da Músicapor Alfredo Cunha e Helena Teixeira da SilvaPrémio ganho por Rem Koolhaas reforça classificação da Casa"Classificação do edifício de Rem Koolhaas como património nacional e eventual indemnização à Adicais são problemas independentes", garante ministra da CulturaRio pode submeter, de novo, estatutos a votosOpresidente da Câmara do Porto, Rui Rio, admitiu ontem reapreciar a participação do Município na Fundação da Casa da Música. Caso a alteração dos estatutos seja significativa, o autarca voltará a colocá-los a votação no Executivo e na Assembleia Municipal. O pedido de classificação do edifício do arquitecto Rem Koolhaas também merece a concordância de Rio."A classificação da Casa da Música parece-me óbvia", afirmou o autarca. Questionado sobre a disponibilidade municipal de revogar a licença administrativa concedida à Adicais - o que permite à empresa construir nas traseiras da Casa da Música a polémica sede do Banco Português de Negócios -, Rio pouco acrescentou. "A ministra nunca me falou disso, mas estou disponível para dialogar", resumiu. O JN sabe, no entanto, que a autarquia não aceitará pagar indemnizações pesadas que evitem a construção do edifício.Contactada pelo JN, Isabel Pires de Lima, refere que "a classificação e a eventual indemnização são questões independentes". E esclareceu "Neste momento, a autarquia tem um problema para resolver. Se depois, os dois processos se cruzarem, procurarei colaborar. O meu pedido de classificação está agora mais reforçado com o prémio europeu Mies van der Rohe, que Rem Koolhaas acaba de ganhar. A Casa da Música passará a estar integrada não só no roteiro internacional da música, mas também no roteiro internacional da arquitectura contemporânea".Em relação à mudança estatutária da futura Fundação Casa da Música, proposta na sexta-feira passada pela ministra, e que poderá levar à reintegração da autarquia no projecto (a Oposição chumbou a sua participação em Março na Assembleia Municipal), Rui Rio pedirá "a reapreciação do caso, se perceber que as alterações introduzidas mudam completamente os pressupostos que levaram ao chumbo".O modelo de Fundação previa uma maioria de gestão e capitais privados; Pires de Lima sugeriu a manutenção da maioria do investimento privado, mas salvaguardou o presidente, que deverá ser nomeado pelo Estado e ter "poderes especiais". "Se isso bastar", insiste Rio, "e como acho que a Câmara deve estar presente no projecto, sujeito a proposta a nova votação".