Plasticina: A nossa Ministra da Cultura

21-07-2005
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Durante 2 dias reuniram-se em Paris, 800 artistas, intelectuais e decisores institucionais dos 25 países da União Europeia, a convite do ministro francês da cultura Renaud Donnedieu de Vabres, sob o tema "Encontros para uma Europa da Cultura.Foi assinada uma Declaração a Favor de uma Carta de Intenções para a Europa e a Cultura, por 15 dos 24 ministros da cultura europeus. O texto manifesta a convicção de que " a cultura está na origem da Europa onde vivemos" e os seu assinantes comprometem-se a "fazer da cultura uma prioridade da construção europeia"O que me preocupa é a declaração da nossa ministra da cultura no jornal O Público quando lhe perguntam:" Qual o ponto mais importante na declaração final dos Encontros"Agora pasme-se:"A ideia de que importa construir uma Europa de Cultura com uma certa identidade comum, a partir da afirmação da sua diversidade. É possível encontar a unidade através do respeito pela pluralidade e penso que temos na figura e na obra de Fernando Pessoa um símbolo da busca dessa unidade na diversidade. Outro aspecto importante desta declaração de intenções é a afirmação do respeito pelo carácter específico dos bens culturais, que não são iguais aos outro bens num mercado de circulação livre como o europeu.Estaremos dispostos a defender em conjunto estes aspectos fundamentais e por isso mesmo vamos propor a possibilidade de uma das próximas reuniões dos Encontros vir a realizar-se em Lisboa, no começo de 2007."Ressalvo antes de mais que sou grande apreciadora da obra do Fernando Pessoa desde a primeira vez que com ela tive contacto - por volta dos meus 15 anos, mas fico preocupada quando a nossa ministra da cultura, hoje, em 2005, após um Encontro deste gabarito nos vem falar (ainda, só e sempre) da obra do Fernando Pessoa - que, ressalvo mais uma vez, é uma obra importantíssima a nunca menosprezar - como "bandeira" da cultura em Portugal.Em seguida demonstra estar disposta a defender o respeito pelo carácter específico dos bens culturais, e tenciona propor:a realização do próximo encontro em Portugal.É pobrezinho.É pouco.É nada.É deveras preocupante.Não conhece a nossa ministra os novos valores da cultura em portugal?Ou não lhes dá valor?Felizmente para todos nós que alguns dos nossos músicos, coreógrafos, pintores, poetas, dramaturgos, escultores, bailarinos, actores e etc's contemporâneos saem de portas e vão a festivais internacionais levar alguma da cultura que por aqui se faz, ou... achariam todos lá fora que a nossa vidinha rodava entre o Fernando Pessoa e o Fado.A título de exemplo deixo aqui 3 nomes da nova dramaturgia portuguesa:Miguel Castro Caldas Jacinto Lucas PiresJosé Maria Vieira MendesEscritores muito jovens, já com uma obra vasta e reconhecida a ser traduzida para outras línguas e algumas obras a ser representadas no estrangeiro.Mas há mais.Valha-nos Deus. (Para quem nele acredita.)

Durante 2 dias reuniram-se em Paris, 800 artistas, intelectuais e decisores institucionais dos 25 países da União Europeia, a convite do ministro francês da cultura Renaud Donnedieu de Vabres, sob o tema "Encontros para uma Europa da Cultura.Foi assinada uma Declaração a Favor de uma Carta de Intenções para a Europa e a Cultura, por 15 dos 24 ministros da cultura europeus. O texto manifesta a convicção de que " a cultura está na origem da Europa onde vivemos" e os seu assinantes comprometem-se a "fazer da cultura uma prioridade da construção europeia"O que me preocupa é a declaração da nossa ministra da cultura no jornal O Público quando lhe perguntam:" Qual o ponto mais importante na declaração final dos Encontros"Agora pasme-se:"A ideia de que importa construir uma Europa de Cultura com uma certa identidade comum, a partir da afirmação da sua diversidade. É possível encontar a unidade através do respeito pela pluralidade e penso que temos na figura e na obra de Fernando Pessoa um símbolo da busca dessa unidade na diversidade. Outro aspecto importante desta declaração de intenções é a afirmação do respeito pelo carácter específico dos bens culturais, que não são iguais aos outro bens num mercado de circulação livre como o europeu.Estaremos dispostos a defender em conjunto estes aspectos fundamentais e por isso mesmo vamos propor a possibilidade de uma das próximas reuniões dos Encontros vir a realizar-se em Lisboa, no começo de 2007."Ressalvo antes de mais que sou grande apreciadora da obra do Fernando Pessoa desde a primeira vez que com ela tive contacto - por volta dos meus 15 anos, mas fico preocupada quando a nossa ministra da cultura, hoje, em 2005, após um Encontro deste gabarito nos vem falar (ainda, só e sempre) da obra do Fernando Pessoa - que, ressalvo mais uma vez, é uma obra importantíssima a nunca menosprezar - como "bandeira" da cultura em Portugal.Em seguida demonstra estar disposta a defender o respeito pelo carácter específico dos bens culturais, e tenciona propor:a realização do próximo encontro em Portugal.É pobrezinho.É pouco.É nada.É deveras preocupante.Não conhece a nossa ministra os novos valores da cultura em portugal?Ou não lhes dá valor?Felizmente para todos nós que alguns dos nossos músicos, coreógrafos, pintores, poetas, dramaturgos, escultores, bailarinos, actores e etc's contemporâneos saem de portas e vão a festivais internacionais levar alguma da cultura que por aqui se faz, ou... achariam todos lá fora que a nossa vidinha rodava entre o Fernando Pessoa e o Fado.A título de exemplo deixo aqui 3 nomes da nova dramaturgia portuguesa:Miguel Castro Caldas Jacinto Lucas PiresJosé Maria Vieira MendesEscritores muito jovens, já com uma obra vasta e reconhecida a ser traduzida para outras línguas e algumas obras a ser representadas no estrangeiro.Mas há mais.Valha-nos Deus. (Para quem nele acredita.)

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