campeonato da cultura

29-09-2009
marcar artigo

Os últimos 365 dias foram, para a cultura, os 365 dias de todos os funerais. Morreu Rorty, o grande filósofo americano. Morreu Pavarotti, grande tenor e italiano grande. Morreram os brasileiros Paulo Autran e Rubens de Falco. Morreu Norman Mailer.

E aqui manda o respeitinho que se mude de parágrafo.

Morreu Arthur C. Clarke. E Rauschenberg. E, no cinema, houve razia: do actor mais promissor – Heath Ledger – ao mais aposentado – Charlton Heston, passando, parando e demorando nos realizadores: Anthony Minghella, Bergman e Antonioni e, há coisa de dias, Sidney Pollack.

Morreu também Albert Hofmann, que não era artista, mas tomou parte activa em muita obra de arte quando criou o LSD.

Entre nós, morreram Luiz Pacheco e Eduardo Prado Coelho.

Péssimas notícias, portanto. Mas como, em cultura, muitas vezes só se é grande, lido, apreciado e consumido em larga escala quando se morre, então pode ser que todas estas orações fúnebres tenham feito qualquer coisa pela inteligência das massas.

Na ocidental praia lusitana, o grande acontecimento foi a troca de ministro. Não está em causa se Pinto Ribeiro já fez alguma coisa; está em causa que um relógio parado teria acertado mais que Isabel Pires de Lima. Abriu o Museu Berardo e o do Oriente, o Indy alicerçou-se ainda mais nos hábitos cinéfilos do País e os concertos e festivais de música são cada vez mais e melhores.

O grande capital chegou aos livros, entre Leya e Bertelsmann, o que ainda não é, por enquanto, nem boa nem má notícia.

Mas nem tudo foi negro. O mês passado, por exemplo, Phil Collins anunciou o fim da sua carreira. Não compensa, mas é um princípio.

AB

[Publicado no Meia Hora de 06.06.2008, edição comemorativa do 1º aniversário]

Os últimos 365 dias foram, para a cultura, os 365 dias de todos os funerais. Morreu Rorty, o grande filósofo americano. Morreu Pavarotti, grande tenor e italiano grande. Morreram os brasileiros Paulo Autran e Rubens de Falco. Morreu Norman Mailer.

E aqui manda o respeitinho que se mude de parágrafo.

Morreu Arthur C. Clarke. E Rauschenberg. E, no cinema, houve razia: do actor mais promissor – Heath Ledger – ao mais aposentado – Charlton Heston, passando, parando e demorando nos realizadores: Anthony Minghella, Bergman e Antonioni e, há coisa de dias, Sidney Pollack.

Morreu também Albert Hofmann, que não era artista, mas tomou parte activa em muita obra de arte quando criou o LSD.

Entre nós, morreram Luiz Pacheco e Eduardo Prado Coelho.

Péssimas notícias, portanto. Mas como, em cultura, muitas vezes só se é grande, lido, apreciado e consumido em larga escala quando se morre, então pode ser que todas estas orações fúnebres tenham feito qualquer coisa pela inteligência das massas.

Na ocidental praia lusitana, o grande acontecimento foi a troca de ministro. Não está em causa se Pinto Ribeiro já fez alguma coisa; está em causa que um relógio parado teria acertado mais que Isabel Pires de Lima. Abriu o Museu Berardo e o do Oriente, o Indy alicerçou-se ainda mais nos hábitos cinéfilos do País e os concertos e festivais de música são cada vez mais e melhores.

O grande capital chegou aos livros, entre Leya e Bertelsmann, o que ainda não é, por enquanto, nem boa nem má notícia.

Mas nem tudo foi negro. O mês passado, por exemplo, Phil Collins anunciou o fim da sua carreira. Não compensa, mas é um princípio.

AB

[Publicado no Meia Hora de 06.06.2008, edição comemorativa do 1º aniversário]

marcar artigo