ANTIGOS ALUNOS: YOU'VE GOT A FRIEND

06-10-2009
marcar artigo


por Isabel Caixinha.Eu frequentava ainda o Colégio em 1971. Quando tinha a possibilidade de descer a ladeira e ir “à cidade” encontrava-me por vezes com um amigo, que não andava no Colégio..O A. era sempre uma companhia agradável, possuidor de um particular sentido de humor, que usava perfumes maravilhosos e falava nervosa e rapidamente. Tinha as unhas pequeninas, roídas, decerto consequência do seu nervosismo. Nos nossos sempre curtos e bem dispostos encontros falávamos sobretudo de música. .Um dia inesperadamente contou-me um segredo. Ia ter que se ausentar para o estrangeiro por um período ainda indefinido de tempo. Fiquei preocupada, e sobretudo triste, com a ideia de‘perder ‘um amigo, ainda que fosse temporariamente.Fez me um pedido um pouco estranho, mas a que achei difícil recusar . .Se lhe podia guardar a colecção dos seus Long-Plays enquanto ele estivesse ausente. Na verdade foi com muito prazer que me dispus a ajudá-lo porque, como tínhamos o mesmo gosto musical, podia ao mesmo tempo desfrutar da música que há tanto tempo era o tema das nossas conversas..Passado pouco tempo combinamos encontrar-se e ele apareceu no Café Central com os discos. Disse-me que a partida estava planeada para essa noite e tinha pouco tempo, porque ainda tinha coisas a tratar..Mais nervoso que o habitual despediu-se e ali fiquei eu com um braçado de discos sem saber bem o que pensar..Ao chegar a casa fui imediatamente e com extremo cuidado guardar aquele “ tesouro” que me tinha sido confiado. não fosse o meu pai descobri-los e fazer perguntas a que eu não saberia responder..Tinha agora comigo todos os discos de que falávamos nos nossos encontros, entre eles um disco que me chamou a atenção, o meu favorito.. James Taylor , You’ve Got A Friend !.Sem hesitar liguei o gira discos e deixei-me absorver pela música…esta canção fazia agora mais sentido que nunca para mim. Sem o conseguir substituir no gira-discos, ali ficou desde que o meu amigo partiu até ao seu regresso ..Ficou como o disco que mais ouvi durante a minha vida e ainda hoje me traz fielmente à memória a presença do meu carismático amigo A..Isabel Caixinha.___________________________________________________________C O M E N T Á R I O S.João Ramos Franco disse...A Isabel Caixinha traz-nos um tema que retrata um sentimento que me é muito querido, “Amizade”. Uma semente que sempre cultivei e dela guardo os frutos, com todo o carinho…Só um pequeno comentário à tua tristeza, “medo de com a ideia de‘perder ‘um amigo”, mesmo que nunca mais o visses ele “existia” para sempre em ti… As tuas palavras de hoje dão-nos essa realidade.Um abraço amigoJoão Ramos Franco.VT disse...Quero dar os parabéns à Isabel pelo interessantíssimo texto que nos trouxe e que nos merece alguns comentários.Em primeiro lugar não posso deixar de assinalar e compreender que alguém, mesmo roendo as unhas, tenha o bom gosto de considerar a sua colecção de discos (provavelmente de boa escolha a julgar pela amostra)como "tesouro". Estou certo que o meu amigo João Jales faz coro comigo a este respeito.Depois esse amigo confia, plenamente, na Isabel... ao ponto de lhe depositar nas mãos o acervo de que tanto gosta. É quase uma parábola que define a própria Isabel. Ou seja: desde muito cedo as pessoas confiam nela - como uma "guardadora de tesouros". É esta a sensação que tenho desde que, recentemente, a comecei a conhecer.Aliás, aproveito para referir que o relacionamento que iniciei com a Isabel e com a São Caixinha - via Blog - é uma das boas surpresas que 2009 me trouxe. Sente-se, ao longo da participação constante neste Blog, que ambas irradiam uma enorme simpatia, tendo sempre palavras sinceramente agradáveis para todos.Com Sensibilidade e simplicidade aliadas a um espírito (e coração) ainda com a "força" da Juventude que tanto prezam e que cultivam diariamente frequentando este Blog - são muito estimadas por todos.Já tive ocasião de referir que as excelentes caricaturas da São, merecem publicação. Têm personalidade própria e qualidade técnica qb (é muito mais difícil caricaturar alguém de frente - em vez de perfil).Mas a história também revela outra característica (quanto a mim fundamental) e que se mantém nos dias de hoje: a capacidade de "ver" as outras pessoas. São atentas aos outros - mas no bom sentido. Isto é, com disponibilidade para descobrir - sobretudo as qualidades nos outros, e não o contrário, como geralmente acontece.Ou seja não são só guardadoras de "tesouros".O "Tesouro" também está dentro delas próprias.BjVasco


por Isabel Caixinha.Eu frequentava ainda o Colégio em 1971. Quando tinha a possibilidade de descer a ladeira e ir “à cidade” encontrava-me por vezes com um amigo, que não andava no Colégio..O A. era sempre uma companhia agradável, possuidor de um particular sentido de humor, que usava perfumes maravilhosos e falava nervosa e rapidamente. Tinha as unhas pequeninas, roídas, decerto consequência do seu nervosismo. Nos nossos sempre curtos e bem dispostos encontros falávamos sobretudo de música. .Um dia inesperadamente contou-me um segredo. Ia ter que se ausentar para o estrangeiro por um período ainda indefinido de tempo. Fiquei preocupada, e sobretudo triste, com a ideia de‘perder ‘um amigo, ainda que fosse temporariamente.Fez me um pedido um pouco estranho, mas a que achei difícil recusar . .Se lhe podia guardar a colecção dos seus Long-Plays enquanto ele estivesse ausente. Na verdade foi com muito prazer que me dispus a ajudá-lo porque, como tínhamos o mesmo gosto musical, podia ao mesmo tempo desfrutar da música que há tanto tempo era o tema das nossas conversas..Passado pouco tempo combinamos encontrar-se e ele apareceu no Café Central com os discos. Disse-me que a partida estava planeada para essa noite e tinha pouco tempo, porque ainda tinha coisas a tratar..Mais nervoso que o habitual despediu-se e ali fiquei eu com um braçado de discos sem saber bem o que pensar..Ao chegar a casa fui imediatamente e com extremo cuidado guardar aquele “ tesouro” que me tinha sido confiado. não fosse o meu pai descobri-los e fazer perguntas a que eu não saberia responder..Tinha agora comigo todos os discos de que falávamos nos nossos encontros, entre eles um disco que me chamou a atenção, o meu favorito.. James Taylor , You’ve Got A Friend !.Sem hesitar liguei o gira discos e deixei-me absorver pela música…esta canção fazia agora mais sentido que nunca para mim. Sem o conseguir substituir no gira-discos, ali ficou desde que o meu amigo partiu até ao seu regresso ..Ficou como o disco que mais ouvi durante a minha vida e ainda hoje me traz fielmente à memória a presença do meu carismático amigo A..Isabel Caixinha.___________________________________________________________C O M E N T Á R I O S.João Ramos Franco disse...A Isabel Caixinha traz-nos um tema que retrata um sentimento que me é muito querido, “Amizade”. Uma semente que sempre cultivei e dela guardo os frutos, com todo o carinho…Só um pequeno comentário à tua tristeza, “medo de com a ideia de‘perder ‘um amigo”, mesmo que nunca mais o visses ele “existia” para sempre em ti… As tuas palavras de hoje dão-nos essa realidade.Um abraço amigoJoão Ramos Franco.VT disse...Quero dar os parabéns à Isabel pelo interessantíssimo texto que nos trouxe e que nos merece alguns comentários.Em primeiro lugar não posso deixar de assinalar e compreender que alguém, mesmo roendo as unhas, tenha o bom gosto de considerar a sua colecção de discos (provavelmente de boa escolha a julgar pela amostra)como "tesouro". Estou certo que o meu amigo João Jales faz coro comigo a este respeito.Depois esse amigo confia, plenamente, na Isabel... ao ponto de lhe depositar nas mãos o acervo de que tanto gosta. É quase uma parábola que define a própria Isabel. Ou seja: desde muito cedo as pessoas confiam nela - como uma "guardadora de tesouros". É esta a sensação que tenho desde que, recentemente, a comecei a conhecer.Aliás, aproveito para referir que o relacionamento que iniciei com a Isabel e com a São Caixinha - via Blog - é uma das boas surpresas que 2009 me trouxe. Sente-se, ao longo da participação constante neste Blog, que ambas irradiam uma enorme simpatia, tendo sempre palavras sinceramente agradáveis para todos.Com Sensibilidade e simplicidade aliadas a um espírito (e coração) ainda com a "força" da Juventude que tanto prezam e que cultivam diariamente frequentando este Blog - são muito estimadas por todos.Já tive ocasião de referir que as excelentes caricaturas da São, merecem publicação. Têm personalidade própria e qualidade técnica qb (é muito mais difícil caricaturar alguém de frente - em vez de perfil).Mas a história também revela outra característica (quanto a mim fundamental) e que se mantém nos dias de hoje: a capacidade de "ver" as outras pessoas. São atentas aos outros - mas no bom sentido. Isto é, com disponibilidade para descobrir - sobretudo as qualidades nos outros, e não o contrário, como geralmente acontece.Ou seja não são só guardadoras de "tesouros".O "Tesouro" também está dentro delas próprias.BjVasco

marcar artigo