Blog do Calhabé: E nós por cá, também teremos disto?

29-09-2009
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Com a devida vénia, transcrevemos um post que circula na blogoesfera e que tem a ver com o especialista em criar mau ambiente (candidato pela equipa dos matrecos azuis):
"Registamos a seguinte notícia: "CDS-PP usa administração da Valorlis para gerir candidatos por Leiria" que, depois de publicada, vai naturalmente ser considerada especulativa, mas que, entretanto, depois de publicada, se houver decoro, pode servir para diminuir o défice. Ilustramos a dita com a imagem de um pilhómetro, receptáculo usado para guardar o que, depois de gasto, nos pode poluir. E usamos a metáfora, para os devidos efeitos de boas relações de vizinhança, nestas eleições justas e livres, mas onde, infelizmente, manda quem pode, até que desobedeça quem deve. Isto é, nós, os povos de Portugal.
As concelhias do CDS-PP queriam Isabel Gonçalves no parlamento, mas Paulo Portas preferiu dar o único lugar elegível do distrito à sua amiga Teresa Caeiro. À troca prometeu a Isabel Gonçalves um lugar na administração da Valorlis.
Isabel Gonçalves poderá vir a assumir funções na administração da Valorlis se não for eleita deputada. Terá sido esta a oferta da direcção do CDS-PP para a líder distrital dos populares aceitar secundar Teresa Caeiro, ficando num lugar não elegível.
O cargo "reservado" por Paulo Portas para Isabel Gonçalves poderá ser de Administrador-Delegado da empresa de valorização de resíduos, cargo actualmente exercido por Cláudio de Jesus, cujo mandato terminou em 2004.
A promessa do líder do CDS-PP é independente do resultado das eleições de 20 de Fevereiro. A nomeação ocorrerá após as eleições legislativas, mas ainda no exercício de administrações nomeadas pelo actual governo, cuja tutela é do ministro Nobre Guedes.
A promessa de Paulo Portas poderá encontrar algumas dificuldades já que a tradição na holding Águas de Portugal - que integra a Valorlis - é a de não nomear administradores quando o governo está em gestão. E as administrações terminaram formalmente os seus mandatos em 2004.
Esta promessa poderá trazer ao líder centrista alguns incómodos uma vez que a tradição da holding Águas de Portugal, que tutela a Valorlis, é a de não fazer nomeações durante os governos de Gestão.
Foi o que se passou em Fevereiro de 2002 quando o então ministro do Ambiente e Ordenamento do Território, José Sócrates enviou àquela holding uma recomendação para se"absterem de promover a eleição dos membros dos órgãos das empresas (...) até que o próximo governo, resultante das eleições de 17 de Março, esteja no pleno uso das suas funções".
A mesma recomendação, também assinada pelo ministro socialista das finanças, Oliveira Martins, aplicava-se igualmente "às empresas indirectamente participadas pelo Estado", como é a Valorlis.
Garantimos que o PND não tem lugares para oferecer a ninguém e que a teoria dos lugares elegíveis apenas serve para confirmar que os deputados correm o risco de não serem eleitos, mas, simplesmente, nomeados pelos directórios partidários, tornando as eleições mero espectáculo plebiscitário, onde os velhos, novos e pretensamente futuros ministeriais dão sacrificados passeios pela província ao fim-de-semana, depois das tarefas ciclópicas de nomeação, ou de promessa da dita, relativamente aos esforçados "boys" e das "girls", com intervalos de mergulho tropical e férias na neve.
Antes pelo contrário: tutelas geridas pelo partido que é objecto da notícia têm afastado vários militantes da Nova Democracia até de funções de serviço público exercidas a título gracioso, pensando que assim se faz política pela arte da aritmética do rolo compressor da publicidade e da propaganda. Contribuinte é obrigado a consumir e a pagar, directa ou indirectamente.
Esperamos não ser desmentidos pela antiga cabeça de lista do mesmo grupo, mas julgamos que o actual estatuto de refúgio doirado da antiga ministra da justiça, como administradora de um banco do Estado, lhe impõe a circunspecta abstenção dos servidores daquilo que, desde Antero de Quental se tem qualificado como aliança banco-burocrática, velho mau hábito lusitano que continua a ser seguido pelas gentes do centrão, também dito bloco central de interesses. Em Portugal o importante não é ser ministro, ou deputado, é tê-lo sido."
JC


Com a devida vénia, transcrevemos um post que circula na blogoesfera e que tem a ver com o especialista em criar mau ambiente (candidato pela equipa dos matrecos azuis):
"Registamos a seguinte notícia: "CDS-PP usa administração da Valorlis para gerir candidatos por Leiria" que, depois de publicada, vai naturalmente ser considerada especulativa, mas que, entretanto, depois de publicada, se houver decoro, pode servir para diminuir o défice. Ilustramos a dita com a imagem de um pilhómetro, receptáculo usado para guardar o que, depois de gasto, nos pode poluir. E usamos a metáfora, para os devidos efeitos de boas relações de vizinhança, nestas eleições justas e livres, mas onde, infelizmente, manda quem pode, até que desobedeça quem deve. Isto é, nós, os povos de Portugal.
As concelhias do CDS-PP queriam Isabel Gonçalves no parlamento, mas Paulo Portas preferiu dar o único lugar elegível do distrito à sua amiga Teresa Caeiro. À troca prometeu a Isabel Gonçalves um lugar na administração da Valorlis.
Isabel Gonçalves poderá vir a assumir funções na administração da Valorlis se não for eleita deputada. Terá sido esta a oferta da direcção do CDS-PP para a líder distrital dos populares aceitar secundar Teresa Caeiro, ficando num lugar não elegível.
O cargo "reservado" por Paulo Portas para Isabel Gonçalves poderá ser de Administrador-Delegado da empresa de valorização de resíduos, cargo actualmente exercido por Cláudio de Jesus, cujo mandato terminou em 2004.
A promessa do líder do CDS-PP é independente do resultado das eleições de 20 de Fevereiro. A nomeação ocorrerá após as eleições legislativas, mas ainda no exercício de administrações nomeadas pelo actual governo, cuja tutela é do ministro Nobre Guedes.
A promessa de Paulo Portas poderá encontrar algumas dificuldades já que a tradição na holding Águas de Portugal - que integra a Valorlis - é a de não nomear administradores quando o governo está em gestão. E as administrações terminaram formalmente os seus mandatos em 2004.
Esta promessa poderá trazer ao líder centrista alguns incómodos uma vez que a tradição da holding Águas de Portugal, que tutela a Valorlis, é a de não fazer nomeações durante os governos de Gestão.
Foi o que se passou em Fevereiro de 2002 quando o então ministro do Ambiente e Ordenamento do Território, José Sócrates enviou àquela holding uma recomendação para se"absterem de promover a eleição dos membros dos órgãos das empresas (...) até que o próximo governo, resultante das eleições de 17 de Março, esteja no pleno uso das suas funções".
A mesma recomendação, também assinada pelo ministro socialista das finanças, Oliveira Martins, aplicava-se igualmente "às empresas indirectamente participadas pelo Estado", como é a Valorlis.
Garantimos que o PND não tem lugares para oferecer a ninguém e que a teoria dos lugares elegíveis apenas serve para confirmar que os deputados correm o risco de não serem eleitos, mas, simplesmente, nomeados pelos directórios partidários, tornando as eleições mero espectáculo plebiscitário, onde os velhos, novos e pretensamente futuros ministeriais dão sacrificados passeios pela província ao fim-de-semana, depois das tarefas ciclópicas de nomeação, ou de promessa da dita, relativamente aos esforçados "boys" e das "girls", com intervalos de mergulho tropical e férias na neve.
Antes pelo contrário: tutelas geridas pelo partido que é objecto da notícia têm afastado vários militantes da Nova Democracia até de funções de serviço público exercidas a título gracioso, pensando que assim se faz política pela arte da aritmética do rolo compressor da publicidade e da propaganda. Contribuinte é obrigado a consumir e a pagar, directa ou indirectamente.
Esperamos não ser desmentidos pela antiga cabeça de lista do mesmo grupo, mas julgamos que o actual estatuto de refúgio doirado da antiga ministra da justiça, como administradora de um banco do Estado, lhe impõe a circunspecta abstenção dos servidores daquilo que, desde Antero de Quental se tem qualificado como aliança banco-burocrática, velho mau hábito lusitano que continua a ser seguido pelas gentes do centrão, também dito bloco central de interesses. Em Portugal o importante não é ser ministro, ou deputado, é tê-lo sido."
JC

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