Algibeira: Variação Ultra-Romântica

04-07-2009
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Fotografia de MelissaQuerendo escrever um poema de amor, que os lábios possam dizer, devagar, feri-me no espinho da rosa mais árida, a que nasce nas pedras do jardim, Rasguei então a folha em que o escrevi, que era a folha da árvore do canto, a mais alta, cuja sombra se estendia aos canteiros onde cresciam arbustos e magnólias, E deitei fora essa folha, esquecendo o que lá tinha escrito, como se o amor se pudesse deitar para o chão, como a gota de sangue que caiu da ferida que me fizeste. No sítio onde essa folha caiu, outra roseira nasceu, não sei de que obscura semente, ou de que poema de amor esquecido, á sombra da árvore do canto, a mais alta do jardim. E é debaixo dessa árvore que me sento, no verão, esperando que saias da sua sombra para te dizer o poema que não escrevi. enquanto me dás a rosa sem espinhos dos teus lábios. Nuno Júdice


Fotografia de MelissaQuerendo escrever um poema de amor, que os lábios possam dizer, devagar, feri-me no espinho da rosa mais árida, a que nasce nas pedras do jardim, Rasguei então a folha em que o escrevi, que era a folha da árvore do canto, a mais alta, cuja sombra se estendia aos canteiros onde cresciam arbustos e magnólias, E deitei fora essa folha, esquecendo o que lá tinha escrito, como se o amor se pudesse deitar para o chão, como a gota de sangue que caiu da ferida que me fizeste. No sítio onde essa folha caiu, outra roseira nasceu, não sei de que obscura semente, ou de que poema de amor esquecido, á sombra da árvore do canto, a mais alta do jardim. E é debaixo dessa árvore que me sento, no verão, esperando que saias da sua sombra para te dizer o poema que não escrevi. enquanto me dás a rosa sem espinhos dos teus lábios. Nuno Júdice

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