No Centro do Arco: Prémios VIII

01-10-2009
marcar artigo


O poeta argentino Juan Gelman foi o galardoado com o Prémio Cervantes 2007, o mais importante prémio literário concedido a autores de língua espanhola, em reconhecimento do conjunto da sua obra (no ano passado, o galardoado foi Antonio Gamoneda). O prémio, no valor de 90.450 euros é atribuído pelo ministério da Cultura espanhol. Juan Gelman, de 77 anos, já recebeu o Prémio Nacional de poesia, na Argentina, o Prémio de Literatura Latino-Americana e do Caribe Juan Rulfo, o Prémio Ibero-Americano de Poesia Pablo Neruda e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americano. Autor de mais de 20 livros desde 1956, quando se estreou com "Violín y otras cuestiones" (violino e outras questões), o escritor concentrou-se primordialmente nos temas do amor, da morte e da dor. A sua poesia foi fortemente marcada pela perseguição que sofreu na ditadura argentina (1976-83). Ameaçado pela Aliança Anticomunista, exilou-se na Itália em 1975. No ano seguinte, o filho e a nora foram seqüestrados pelo regime; ele foi morto e ela desapareceu. Mais de 20 anos depois, Gelman veio a descobriu uma neta no Uruguai. As obras do poeta argentino incluem "Bajo la Lluvia Allena" (debaixo da chuva alheia) e "Amor que Serena Termina.Em Portugal, poi publicada pela Quetzal Editores, em 1998, uma antologia com poemas de Gelman com o título «No avesso do mundo».Em Janeiro de 2008 a "A edium editores" procederá ao lançamento do trabalho inédito do recente galardoado pelo prémio Cervantes, da obra "DIBAXU".Esta obra será apresentada numa edição trilíngue, Sefardita, Castelhano e e traduzida para o Português pelo poeta e ensaísta brasileiro, Andityas Soares de Moura, que em 2007 traduziu(publicação no Brasil) o livro "Com/posiciones".Do livro "Isso", o seguinte poema:CHUVAhoje chove muito, muito,e parece que estão lavando o mundo.meu vizinho do lado contempla a chuvae pensa em escrever uma carta de amor/uma carta à mulher que vive com elee cozinha para ele e lava a roupa para ele e faz amor com elee parece sua sombra/meu vizinho nunca diz palavras de amor à mulher/entra em casa pela janela e não pela porta/por uma porta se entra em muitos lugares/no trabalho, no quartel, no cárcere,em todos os edifícios do mundo/mas não no mundo/nem numa mulher/nem na alma/quer dizer/nessa caixa ou nave ou chuva que chamamos assim/ como hoje/que chove muito/e me custa escrever a palavra amor/ porque o amor é uma coisa e a palavra amor é outra coisa/e somente a alma sabe onde os dois se encontram/ e quando/e como/ mas o que pode a alma explicar?/por isso meu vizinho tem tormentas na boca/palavras que naufragam/palavras que não sabem que há sol porque nascem e morrem na mesma noite em que amou/e deixam cartas no pensamento que ele nunca escreverá/como o silêncio que há entre duas rosas/ou como eu/que escrevo palavras para voltarao meu vizinho que contempla a chuva/à chuva/ao meu coração desterrado/Juan Gelmanhttp://209.85.173.104/search?q=cache:Y-0l3I085DcJ:www.algumapoesia.com.br/poesia2/poesianet215.htm+poemas+de+juan+gelman&hl=pt-PT&ct=clnk&cd=10&gl=pt&lr=lang_pt


O poeta argentino Juan Gelman foi o galardoado com o Prémio Cervantes 2007, o mais importante prémio literário concedido a autores de língua espanhola, em reconhecimento do conjunto da sua obra (no ano passado, o galardoado foi Antonio Gamoneda). O prémio, no valor de 90.450 euros é atribuído pelo ministério da Cultura espanhol. Juan Gelman, de 77 anos, já recebeu o Prémio Nacional de poesia, na Argentina, o Prémio de Literatura Latino-Americana e do Caribe Juan Rulfo, o Prémio Ibero-Americano de Poesia Pablo Neruda e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americano. Autor de mais de 20 livros desde 1956, quando se estreou com "Violín y otras cuestiones" (violino e outras questões), o escritor concentrou-se primordialmente nos temas do amor, da morte e da dor. A sua poesia foi fortemente marcada pela perseguição que sofreu na ditadura argentina (1976-83). Ameaçado pela Aliança Anticomunista, exilou-se na Itália em 1975. No ano seguinte, o filho e a nora foram seqüestrados pelo regime; ele foi morto e ela desapareceu. Mais de 20 anos depois, Gelman veio a descobriu uma neta no Uruguai. As obras do poeta argentino incluem "Bajo la Lluvia Allena" (debaixo da chuva alheia) e "Amor que Serena Termina.Em Portugal, poi publicada pela Quetzal Editores, em 1998, uma antologia com poemas de Gelman com o título «No avesso do mundo».Em Janeiro de 2008 a "A edium editores" procederá ao lançamento do trabalho inédito do recente galardoado pelo prémio Cervantes, da obra "DIBAXU".Esta obra será apresentada numa edição trilíngue, Sefardita, Castelhano e e traduzida para o Português pelo poeta e ensaísta brasileiro, Andityas Soares de Moura, que em 2007 traduziu(publicação no Brasil) o livro "Com/posiciones".Do livro "Isso", o seguinte poema:CHUVAhoje chove muito, muito,e parece que estão lavando o mundo.meu vizinho do lado contempla a chuvae pensa em escrever uma carta de amor/uma carta à mulher que vive com elee cozinha para ele e lava a roupa para ele e faz amor com elee parece sua sombra/meu vizinho nunca diz palavras de amor à mulher/entra em casa pela janela e não pela porta/por uma porta se entra em muitos lugares/no trabalho, no quartel, no cárcere,em todos os edifícios do mundo/mas não no mundo/nem numa mulher/nem na alma/quer dizer/nessa caixa ou nave ou chuva que chamamos assim/ como hoje/que chove muito/e me custa escrever a palavra amor/ porque o amor é uma coisa e a palavra amor é outra coisa/e somente a alma sabe onde os dois se encontram/ e quando/e como/ mas o que pode a alma explicar?/por isso meu vizinho tem tormentas na boca/palavras que naufragam/palavras que não sabem que há sol porque nascem e morrem na mesma noite em que amou/e deixam cartas no pensamento que ele nunca escreverá/como o silêncio que há entre duas rosas/ou como eu/que escrevo palavras para voltarao meu vizinho que contempla a chuva/à chuva/ao meu coração desterrado/Juan Gelmanhttp://209.85.173.104/search?q=cache:Y-0l3I085DcJ:www.algumapoesia.com.br/poesia2/poesianet215.htm+poemas+de+juan+gelman&hl=pt-PT&ct=clnk&cd=10&gl=pt&lr=lang_pt

marcar artigo