No Centro do Arco: A experiência existencial da sílaba

20-07-2009
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André Breton (Tinchebray, 19/2/1893 - Paris, 28/9/1966), foi um escritor francês, poeta e teórico do surrealismo.Vive a aventura do surrealismo como uma profunda experiência existencial. Em Valéry descobre o poder subversivo da inteligência pura. Por volta de 1920 adere ao grupo Dadá, mas logo de seguida se opõe a Tzara. Descobre o automatismo como meio de renovar e inovar a arte e lê com desmesurada paixão Rimbaud e Lautréamont. Em 1924 lança o Manifesto do Surrealismo, um marco e uma profunda revolução, na forma de olhar a arte em geral Animado por uma imensa e ardente vontade de acção, a sua rebeldia inata leva-o a posturas revolucionárias. Publica as revistas La Révolution Surrealiste e Le Surréalisme au Service de la Révolution. Mas como o surrealismo não pode submeter-se de todo, as suas relações com a política e o Partido Comunista em especial, são sempre delicadas. O encontro amoroso com Najda e a experiência vivida com esta jovem mulher inspiram-lhe a escrita de Nadja, que é a única obra verdadeiramente grande de Breton. Peça interessante e característica do surrealismo é também O Amor Louco. (THE TRIUMPH OF ANDRE BRETON and SURREALISM by SHAHLA ROSA)Um homem e uma mulher absolutamente brancos Lá no fundo do guarda-sol vejo as prostitutas maravilhosas Com trajes um pouco antiquados do lado da lanterna cor dos bosques Levam a passear consigo um grande pedaço de papel estampado Esse papel que não se pode ver sem que o coração se nos aperte nos andares altos de uma casa em demolição Ou uma concha de mármore branco caída no caminho Ou um colar dessas argolas que se confundem atrás delas nos espelhos O grande instinto da combustão conquista as ruas onde elas caminham Direitas como flores queimadas Com os olhos na distância levantando um vento de pedra Enquanto imóveis se abismam no centro da voragem Nada se iguala para mim ao sentido do seu pensamento desligado A frescura do regato onde os sapatinhos delas banham a sombra dos seus bicosA realidade daqueles molhos de feno cortado onde desaparecem Vejo os seus seios que abrem uma nesga de sol na noite profunda E que se abaixam e se elevam a um ritmo que é a única exacta medida da vida Vejo os seus seios que são estrelas sobre as ondas Seios onde chove para sempre o invisível leite azul.In,(tradução de Antônio Ramos Rosa) .Ne Me Quitte Pas - Jacques Brelhttp://www.nodo50.org/insurgentes/biblioteca/manifesto_surrealista.pdfhttp://kirjasto.sci.fi/abreton.htmhttp://um-buraco-na-sombra.netsigma.pt/p_mundo/index.asp?op=5&p=130


André Breton (Tinchebray, 19/2/1893 - Paris, 28/9/1966), foi um escritor francês, poeta e teórico do surrealismo.Vive a aventura do surrealismo como uma profunda experiência existencial. Em Valéry descobre o poder subversivo da inteligência pura. Por volta de 1920 adere ao grupo Dadá, mas logo de seguida se opõe a Tzara. Descobre o automatismo como meio de renovar e inovar a arte e lê com desmesurada paixão Rimbaud e Lautréamont. Em 1924 lança o Manifesto do Surrealismo, um marco e uma profunda revolução, na forma de olhar a arte em geral Animado por uma imensa e ardente vontade de acção, a sua rebeldia inata leva-o a posturas revolucionárias. Publica as revistas La Révolution Surrealiste e Le Surréalisme au Service de la Révolution. Mas como o surrealismo não pode submeter-se de todo, as suas relações com a política e o Partido Comunista em especial, são sempre delicadas. O encontro amoroso com Najda e a experiência vivida com esta jovem mulher inspiram-lhe a escrita de Nadja, que é a única obra verdadeiramente grande de Breton. Peça interessante e característica do surrealismo é também O Amor Louco. (THE TRIUMPH OF ANDRE BRETON and SURREALISM by SHAHLA ROSA)Um homem e uma mulher absolutamente brancos Lá no fundo do guarda-sol vejo as prostitutas maravilhosas Com trajes um pouco antiquados do lado da lanterna cor dos bosques Levam a passear consigo um grande pedaço de papel estampado Esse papel que não se pode ver sem que o coração se nos aperte nos andares altos de uma casa em demolição Ou uma concha de mármore branco caída no caminho Ou um colar dessas argolas que se confundem atrás delas nos espelhos O grande instinto da combustão conquista as ruas onde elas caminham Direitas como flores queimadas Com os olhos na distância levantando um vento de pedra Enquanto imóveis se abismam no centro da voragem Nada se iguala para mim ao sentido do seu pensamento desligado A frescura do regato onde os sapatinhos delas banham a sombra dos seus bicosA realidade daqueles molhos de feno cortado onde desaparecem Vejo os seus seios que abrem uma nesga de sol na noite profunda E que se abaixam e se elevam a um ritmo que é a única exacta medida da vida Vejo os seus seios que são estrelas sobre as ondas Seios onde chove para sempre o invisível leite azul.In,(tradução de Antônio Ramos Rosa) .Ne Me Quitte Pas - Jacques Brelhttp://www.nodo50.org/insurgentes/biblioteca/manifesto_surrealista.pdfhttp://kirjasto.sci.fi/abreton.htmhttp://um-buraco-na-sombra.netsigma.pt/p_mundo/index.asp?op=5&p=130

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