.O Cântico das PragasÉ das palavrasque irradia a morte soberanaos lugares sitiados, a blasfémia do silêncio.Todos morrem nas palavras disponíveisapenas os corvos tristesa quem soldaram o bico com pratasuspendem a morteno branco das túnicas da água visível.É nesse espaçoonde antes iam os homens sedentosalimentar a fractura das víscerascomendo de rastos com as cobrasque a chuva cai geométricaestilhaçando o alastro das gargantasque guardam as sílabas com aroma de tílias..O homem está morto dentro do poemacomo a linguagem das antigas escriturase é o seu corpo que brilha através do branco.As cobras emergem do chãoabrigam-se nas túnicas álgidase aproximam-se do corpo do homem expostoiluminadas em sua própria loucura.Engolem os restos da carne corrompida - mas,inexplicavelmente poupam-lhe os olhos -, depois,saboreiam o que lhes vai consumirpara sempre a língua, o coração das entranhas.O segredo absoluto e divino do extermínio do verbo.João Rasteiro.http://www.ces.uc.pt/novaspoeticas/pages/portugues/homepage.phphttp://alapidacaodasilaba.blogspot.com/search/label/Jo%C3%A3o%20Rasteirohttp://alapidacaodasilaba.blogspot.com/
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.O Cântico das PragasÉ das palavrasque irradia a morte soberanaos lugares sitiados, a blasfémia do silêncio.Todos morrem nas palavras disponíveisapenas os corvos tristesa quem soldaram o bico com pratasuspendem a morteno branco das túnicas da água visível.É nesse espaçoonde antes iam os homens sedentosalimentar a fractura das víscerascomendo de rastos com as cobrasque a chuva cai geométricaestilhaçando o alastro das gargantasque guardam as sílabas com aroma de tílias..O homem está morto dentro do poemacomo a linguagem das antigas escriturase é o seu corpo que brilha através do branco.As cobras emergem do chãoabrigam-se nas túnicas álgidase aproximam-se do corpo do homem expostoiluminadas em sua própria loucura.Engolem os restos da carne corrompida - mas,inexplicavelmente poupam-lhe os olhos -, depois,saboreiam o que lhes vai consumirpara sempre a língua, o coração das entranhas.O segredo absoluto e divino do extermínio do verbo.João Rasteiro.http://www.ces.uc.pt/novaspoeticas/pages/portugues/homepage.phphttp://alapidacaodasilaba.blogspot.com/search/label/Jo%C3%A3o%20Rasteirohttp://alapidacaodasilaba.blogspot.com/