Camel & Coca Cola: ecos do simbolismo

06-10-2009
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Gostava de música, quando tocada num quartoandar, à noite, entre poucos amigos e uma garrafade aguardente. Nunca lera Rimbaud: a literatura,para ela, era um equívoco. Mas escrevia poemas; e neles,entre citações e lugares comuns, inscrevia-sealgo da sua alma. Amei-a; não especificamente o serfísico, o corpo, a pele, embora me lembre dos seuslábios e, por vezes, das mãos. Mas havia um modode estar, uma inquietação, fragmentos de uma alegriaindefinida que, por fim, se transformava num silênciode desespero- tudo de acordo com a época,penso. Desenhos obscuros em guardanapos de papel,crises de misticismo sobrevivendo à tardia luzdo crepúsculo, livros de bolso, três ou quatro cafés por dia.Nuno Júdice"O Voo de Igitur Num Copo de Dados"1981, edição &etc- esgotadoImagem: "A Noite" de Ferdinand Hodler


Gostava de música, quando tocada num quartoandar, à noite, entre poucos amigos e uma garrafade aguardente. Nunca lera Rimbaud: a literatura,para ela, era um equívoco. Mas escrevia poemas; e neles,entre citações e lugares comuns, inscrevia-sealgo da sua alma. Amei-a; não especificamente o serfísico, o corpo, a pele, embora me lembre dos seuslábios e, por vezes, das mãos. Mas havia um modode estar, uma inquietação, fragmentos de uma alegriaindefinida que, por fim, se transformava num silênciode desespero- tudo de acordo com a época,penso. Desenhos obscuros em guardanapos de papel,crises de misticismo sobrevivendo à tardia luzdo crepúsculo, livros de bolso, três ou quatro cafés por dia.Nuno Júdice"O Voo de Igitur Num Copo de Dados"1981, edição &etc- esgotadoImagem: "A Noite" de Ferdinand Hodler

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