18: Em ambientes americanos... "não obrigado"!

23-05-2009
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O ambiente continua na ordem do dia. E a conferência de Bali também. Para os distraídos, quem não sabe esta conferência reúne cerca de 190 países na paradisíaca Bali, sendo uma discussão pós Quioto num local onde os aromas tropicais se devem fazer sentir em pleno.Ao logo destes dias tem-se discutido o futuro ambiental do planeta, que é o mesmo que dizer que estão ali a discutir colectivo da Humanidade e individual de cada um de nós.Na cimeira têm sido dados à estampa diversos relatórios e estudos; diga-se que todos os que saíram são preocupantes e a pedirem reflexão séria.O último, da autoria da Organização Mundial de Metrologia, afirma preto no branco que a década de 1998-2007 foi "a mais quente de que há registo", seguido de que se atingiu o "nível mais baixo de sempre de extensão de gelo no Árctico".Continuando a ler, a plataforma de gelo diminuiu de tal forma "que levou à primeira abertura de que há registo da Passagem do Noroeste do Canadá".Considerando que alterações climáticas estão bem a vista no buraco de ozono da Antártida e com o desenvolvimento do «La Niña» no Pacífico Equatorial central/oriental e cheias devastadoras, seca e tempestades de areia em muitos lugares em todo o mundo.E não faz o remate final sem aduzir mais algumas afirmações preocupantes: "o nível do mar continuou a subir a ritmos substancialmente superiores aos da média do século XX de 1,7 milímetros por ano"; "Os dados disponíveis indicam que o nível do mar é cerca de 20 centímetros mais alto do que a estimativa para 1870"; e ainda que "medições por satélite nos últimos anos indicam uma subida do nível do mar de 0,3 milímetros por ano". Mais preocupante não poderia ser. Penso eu.Este é mais um a juntar a dezenas de relatórios que constantemente são apresentados, a mostrar que as coisas estão más.Mesmo assim existem muitos que continuam a enterrar a cabeça na areia ou ignorando estes resultados em função de factores económicos.Na conferência de Bali, por exemplo, e como sempre, temos um país a emperrar a coisa. Depois da Austrália ter rectificado Quioto, os Estados Unidos continuam na sua saga de criar factos artificiais para não se comprometerem com nada.Continuam fora de Quioto, argumentando que só serviria para atrasar a industria americana, e em Bali discutem todas as matérias, estando sempre em oposição ás propostas europeias.A Europa pretende números, sejam anos para aplicação das resoluções, sejam metas de diminuição da emissão de gases poluentes, seja números com dados sobre a actual situação e os americanos continuam a recusar tudo. A tudo dizem que não.Curiosamente, a própria China, que não é nenhum modelo de desenvolvimento sustentado, adoptou Quioto, pelo que ainda mais incompreensível se torna a relutância americana em relação a estas questões.Entretanto o Sr. George W. Bush, querendo chamar para si o protagonismo, atitude perfeitamente normal vinda de quem vem, avança com a proposta de uma reunião em Janeiro para discutir o aquecimento global, evidentemente com organização americana.Ou seja, esvazia-se o conteúdo de Bali, organizado pela ONU, e assume-se a liderança do mundo em questões ambientais, convidando-se as maiores economias do mundo para discutir algo que já está a ser discutido.Desta vez, diga-se que muito bem, levou a resposta adequada.Para a União Europeia, a iniciativa de Bush só pode servir, se for para alimentar um processo negocial no âmbito das Nações Unidas.Por isso, terá de levar em conta o roteiro que for acordado agora na conferência de Bali."Se falharmos em Bali, deixará de fazer sentido uma reunião das maiores economias", disse o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, numa conferência de Imprensa, falando em nome da presidência da UE.Dando assim a entender que a União Europeia vai boicotar a reunião dos líderes espirituais do mundo.Esperamos é que tal posição se mantenha firme, pois está na altura de a Europa mostrar que é uma potência e não anda a reboque americano ou sempre sob a sua protecção.Não é só assinar tratados a dizer que somos uma gigantesca união. É preciso demonstrá-lo. Com actos!


O ambiente continua na ordem do dia. E a conferência de Bali também. Para os distraídos, quem não sabe esta conferência reúne cerca de 190 países na paradisíaca Bali, sendo uma discussão pós Quioto num local onde os aromas tropicais se devem fazer sentir em pleno.Ao logo destes dias tem-se discutido o futuro ambiental do planeta, que é o mesmo que dizer que estão ali a discutir colectivo da Humanidade e individual de cada um de nós.Na cimeira têm sido dados à estampa diversos relatórios e estudos; diga-se que todos os que saíram são preocupantes e a pedirem reflexão séria.O último, da autoria da Organização Mundial de Metrologia, afirma preto no branco que a década de 1998-2007 foi "a mais quente de que há registo", seguido de que se atingiu o "nível mais baixo de sempre de extensão de gelo no Árctico".Continuando a ler, a plataforma de gelo diminuiu de tal forma "que levou à primeira abertura de que há registo da Passagem do Noroeste do Canadá".Considerando que alterações climáticas estão bem a vista no buraco de ozono da Antártida e com o desenvolvimento do «La Niña» no Pacífico Equatorial central/oriental e cheias devastadoras, seca e tempestades de areia em muitos lugares em todo o mundo.E não faz o remate final sem aduzir mais algumas afirmações preocupantes: "o nível do mar continuou a subir a ritmos substancialmente superiores aos da média do século XX de 1,7 milímetros por ano"; "Os dados disponíveis indicam que o nível do mar é cerca de 20 centímetros mais alto do que a estimativa para 1870"; e ainda que "medições por satélite nos últimos anos indicam uma subida do nível do mar de 0,3 milímetros por ano". Mais preocupante não poderia ser. Penso eu.Este é mais um a juntar a dezenas de relatórios que constantemente são apresentados, a mostrar que as coisas estão más.Mesmo assim existem muitos que continuam a enterrar a cabeça na areia ou ignorando estes resultados em função de factores económicos.Na conferência de Bali, por exemplo, e como sempre, temos um país a emperrar a coisa. Depois da Austrália ter rectificado Quioto, os Estados Unidos continuam na sua saga de criar factos artificiais para não se comprometerem com nada.Continuam fora de Quioto, argumentando que só serviria para atrasar a industria americana, e em Bali discutem todas as matérias, estando sempre em oposição ás propostas europeias.A Europa pretende números, sejam anos para aplicação das resoluções, sejam metas de diminuição da emissão de gases poluentes, seja números com dados sobre a actual situação e os americanos continuam a recusar tudo. A tudo dizem que não.Curiosamente, a própria China, que não é nenhum modelo de desenvolvimento sustentado, adoptou Quioto, pelo que ainda mais incompreensível se torna a relutância americana em relação a estas questões.Entretanto o Sr. George W. Bush, querendo chamar para si o protagonismo, atitude perfeitamente normal vinda de quem vem, avança com a proposta de uma reunião em Janeiro para discutir o aquecimento global, evidentemente com organização americana.Ou seja, esvazia-se o conteúdo de Bali, organizado pela ONU, e assume-se a liderança do mundo em questões ambientais, convidando-se as maiores economias do mundo para discutir algo que já está a ser discutido.Desta vez, diga-se que muito bem, levou a resposta adequada.Para a União Europeia, a iniciativa de Bush só pode servir, se for para alimentar um processo negocial no âmbito das Nações Unidas.Por isso, terá de levar em conta o roteiro que for acordado agora na conferência de Bali."Se falharmos em Bali, deixará de fazer sentido uma reunião das maiores economias", disse o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, numa conferência de Imprensa, falando em nome da presidência da UE.Dando assim a entender que a União Europeia vai boicotar a reunião dos líderes espirituais do mundo.Esperamos é que tal posição se mantenha firme, pois está na altura de a Europa mostrar que é uma potência e não anda a reboque americano ou sempre sob a sua protecção.Não é só assinar tratados a dizer que somos uma gigantesca união. É preciso demonstrá-lo. Com actos!

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