Clube de Reflexão Política: Pedro Barosa: Urge uma nova Prática Política

29-09-2009
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É inegável a descrença, o alheamento e o baixíssimo interesse dos cidadãos e eleitores na vida política, sendo transversal na sociedade portuguesa.Os indicadores emergidos, sejam o nível crescente da abstenção, há muito superior a 50%, sejam os resultados de estudos publicados, são reveladores da falência das formas clássicas de entender e fazer política.Esta realidade, direi mesmo preocupante realidade, é motivo de preocupação para aqueles que se interessam pela qualidade do processo democrático e coloca-lhes o desafio de identificar as razões para tal e encontrar mecanismos que permitam aumentar o grau de envolvimento dos cidadãos com a política, contrariando os níveis de desafectação face ao nosso sistema político.A prática política tal como a conhecemos está em declínio, um declínio irreversível, e desengane-se quem pensa o contrário. Uma nova forma de ver e fazer política é a única resposta possível, admissível e desejável.Essa nova prática política, deve estar alicerçada num combate eficaz à corrupção, a todos os níveis, na execução célere da justiça e no funcionamento eficiente do sistema judicial, por sinal as bases de uma sociedade justa e eficiente, pela qual os portugueses anseiam, bem como em princípios, valores e causas, no méritocracia como regra de escolha daqueles que exercem cargos políticos, em elevados níveis de exigência ética no exercício de cargos políticos, na promoção da solidariedade e combate às desigualdades sociais, na incorporação de novas dimensões de participação, no considerar a opinião dos cidadãos, na incorporação da opinião, ideias e propostas de outros partidos políticos, na utilização de uma linguagem de verdade, no honrar as promessas feitas, no agir com transparência, no privilegiar o debate das ideias, no respeitar os adversários, na defesa do primado do interesse público, na gestão rigorosa dos dinheiros públicos, no assumir de responsabilidades, no regressar para junto das pessoas, no dar voz aos problemas dos cidadãos e na prestação de contas aos eleitores de modo permanente e não apenas nos períodos pré-eleitorais.A clareza das convicções em abstracto e das posições em concreto deve ser sempre, e em qualquer circunstância, uma obrigação de todos os agentes políticos. A esta atitude decorrente da revelação de intenções íntimas com sinceridade de posições públicas chama-se credibilidade.Se é inquestionável, direi mesmo universalmente aceite, que numa sociedade democrática, numa sociedade de direito, o cumprimento das leis é talvez o mais importante dever cívico dos cidadãos e demais interlocutores, também é inquestionável e universalmente aceite, que quem legisla o faça com objectivos claros, sustentados em necessidades efectivas da sociedade civil ou em programas de governo sufragados pelos cidadãos.Mas governar é muito mais que legislar. Não é um simples trabalho técnico que se esgota na produção legislativa. Governar é agir politicamente, é ser capaz de envolver a sociedade nos projectos que se consideram essenciais para o progresso do país com a consequente melhoria de vida das populações.Termino parafraseando o dramaturgo francês Moliére.“Não somos responsáveis apenas pelo que fazemos, mas também pelo que deixamos de fazer.”Pedro BarosaFarmacêutico e Gestor EmpresarialMilitante da Concelhia do PS de PalmelaMembro do Clube de Reflexão Política A Linha


É inegável a descrença, o alheamento e o baixíssimo interesse dos cidadãos e eleitores na vida política, sendo transversal na sociedade portuguesa.Os indicadores emergidos, sejam o nível crescente da abstenção, há muito superior a 50%, sejam os resultados de estudos publicados, são reveladores da falência das formas clássicas de entender e fazer política.Esta realidade, direi mesmo preocupante realidade, é motivo de preocupação para aqueles que se interessam pela qualidade do processo democrático e coloca-lhes o desafio de identificar as razões para tal e encontrar mecanismos que permitam aumentar o grau de envolvimento dos cidadãos com a política, contrariando os níveis de desafectação face ao nosso sistema político.A prática política tal como a conhecemos está em declínio, um declínio irreversível, e desengane-se quem pensa o contrário. Uma nova forma de ver e fazer política é a única resposta possível, admissível e desejável.Essa nova prática política, deve estar alicerçada num combate eficaz à corrupção, a todos os níveis, na execução célere da justiça e no funcionamento eficiente do sistema judicial, por sinal as bases de uma sociedade justa e eficiente, pela qual os portugueses anseiam, bem como em princípios, valores e causas, no méritocracia como regra de escolha daqueles que exercem cargos políticos, em elevados níveis de exigência ética no exercício de cargos políticos, na promoção da solidariedade e combate às desigualdades sociais, na incorporação de novas dimensões de participação, no considerar a opinião dos cidadãos, na incorporação da opinião, ideias e propostas de outros partidos políticos, na utilização de uma linguagem de verdade, no honrar as promessas feitas, no agir com transparência, no privilegiar o debate das ideias, no respeitar os adversários, na defesa do primado do interesse público, na gestão rigorosa dos dinheiros públicos, no assumir de responsabilidades, no regressar para junto das pessoas, no dar voz aos problemas dos cidadãos e na prestação de contas aos eleitores de modo permanente e não apenas nos períodos pré-eleitorais.A clareza das convicções em abstracto e das posições em concreto deve ser sempre, e em qualquer circunstância, uma obrigação de todos os agentes políticos. A esta atitude decorrente da revelação de intenções íntimas com sinceridade de posições públicas chama-se credibilidade.Se é inquestionável, direi mesmo universalmente aceite, que numa sociedade democrática, numa sociedade de direito, o cumprimento das leis é talvez o mais importante dever cívico dos cidadãos e demais interlocutores, também é inquestionável e universalmente aceite, que quem legisla o faça com objectivos claros, sustentados em necessidades efectivas da sociedade civil ou em programas de governo sufragados pelos cidadãos.Mas governar é muito mais que legislar. Não é um simples trabalho técnico que se esgota na produção legislativa. Governar é agir politicamente, é ser capaz de envolver a sociedade nos projectos que se consideram essenciais para o progresso do país com a consequente melhoria de vida das populações.Termino parafraseando o dramaturgo francês Moliére.“Não somos responsáveis apenas pelo que fazemos, mas também pelo que deixamos de fazer.”Pedro BarosaFarmacêutico e Gestor EmpresarialMilitante da Concelhia do PS de PalmelaMembro do Clube de Reflexão Política A Linha

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