Clube de Reflexão Política: Carlos Leone: Novas oportunidades

29-09-2009
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O post da semana passada, «uma campanha a sério», revelou-se mais oportuno do que era suposto. Seguindo a sugestão com que encerrava, vale a pena tentar aprender algumas coisas.Em primeiro lugar, perder o foco da campanha é fatal; Vital quis combater a abstenção e, quando desistiu disso, a abstenção desfez o resultado que se anunciava nas sondagens.Em segundo lugar, confirma-se que adoptar os termos dos adversários é dar-lhes armas. Ao cair nas infinitas discussões internas, a campanha europeia do PS tornou-se igual às outras, um erro que favoreceu os adversários (e como teria sido diferente se em cada dia da campanha o PS tivesse avançado com um tema europeu...bem treinado, teria feito pela positiva um discurso político próprio e eficiente, mesmo se com as inevitáveis tensões ocasionais como a dos impostos ou a do apoio a Durão Barroso).Em terceiro lugar, confirma-se o que certos pregadores no deserto já dizem há anos: não faz mal apostar em meios de comunicação e marketing de ponta, mas fazer deles o alfa e o ómega da acção política, reproduzindo (como se isso fosse possível) estratégias de outros, não chega. Em tempo de crise, o eleitorado quer soluções políticas. Disto depende tudo o resto: só com uma identidade ideológica consistente (incluindo simbologia não publicitária, como foi defendido aqui há já mais tempo) se conseguirá um discurso político próprio e a mobilização de todos aqueles que, optando pela abstenção, comprometem a governabilidade.E, neste momento, parece que já nem é só a abstenção. A confirmar-se a notícia que os votos brancos bastariam para eleger um deputado, ela indica bem o quanto é necessário um trabalho de mobilização, mais do que de desvio de votos dos outros partidos. Carlos LeoneClube de Reflexão Política A Linha


O post da semana passada, «uma campanha a sério», revelou-se mais oportuno do que era suposto. Seguindo a sugestão com que encerrava, vale a pena tentar aprender algumas coisas.Em primeiro lugar, perder o foco da campanha é fatal; Vital quis combater a abstenção e, quando desistiu disso, a abstenção desfez o resultado que se anunciava nas sondagens.Em segundo lugar, confirma-se que adoptar os termos dos adversários é dar-lhes armas. Ao cair nas infinitas discussões internas, a campanha europeia do PS tornou-se igual às outras, um erro que favoreceu os adversários (e como teria sido diferente se em cada dia da campanha o PS tivesse avançado com um tema europeu...bem treinado, teria feito pela positiva um discurso político próprio e eficiente, mesmo se com as inevitáveis tensões ocasionais como a dos impostos ou a do apoio a Durão Barroso).Em terceiro lugar, confirma-se o que certos pregadores no deserto já dizem há anos: não faz mal apostar em meios de comunicação e marketing de ponta, mas fazer deles o alfa e o ómega da acção política, reproduzindo (como se isso fosse possível) estratégias de outros, não chega. Em tempo de crise, o eleitorado quer soluções políticas. Disto depende tudo o resto: só com uma identidade ideológica consistente (incluindo simbologia não publicitária, como foi defendido aqui há já mais tempo) se conseguirá um discurso político próprio e a mobilização de todos aqueles que, optando pela abstenção, comprometem a governabilidade.E, neste momento, parece que já nem é só a abstenção. A confirmar-se a notícia que os votos brancos bastariam para eleger um deputado, ela indica bem o quanto é necessário um trabalho de mobilização, mais do que de desvio de votos dos outros partidos. Carlos LeoneClube de Reflexão Política A Linha

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