ambio: Marques Mendes entra com pé esquerdo...

15-06-2005
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O Expresso pergunta a Marques Mendes (02/04/05): - “O grupo parlamentar é maioritariamente constituído por pessoas que não lhe são afectas. Como pensa geri-lo?”Marques Mendes: - “O partido sairá do congresso com uma estratégia e aos deputados competirá aplicá-la”.Onde resido, no Reino Unido, os deputados representam, em primeiro lugar, os eleitores que os elegem. Na realidade as posições do partido consolidam-se no parlamento, na gestão diária dos problemas do País. O parlamento é o lugar idóneo – porque portador de legítimidade popular - para discutir políticas de cariz nacional. Aos partidos cabe a organização de campanhas, a designação de candidatos, a nomeação de governos sombra, quando na oposição, ou de “task force” para estudar assuntos de carácter prospectivo, quando no poder. Em nenhum caso “mandam” os partidos nos deputados, uma vez eleitos, pois a sua fidelidade primeira é com as suas “constituencies”, isto é, como aqueles grupos de interesse (ou eleitores) que representam. Os orgãos partidários carecem de legitimidade democrática para sobrepor a sua visão à visão daqueles que os representam nos orgãos de gestão da nação. Ou seja, o seu nível de influência termina no dia em que estes são eleitos.O inverso, a ditatura das direcções partidárias, dá origem a posicionamentos políticos em que a racionalidade partidária se sobrepõe à racionalidade dos interesses do País. Tenho em crer que esta concepção, de Parlamento subserviente, é um dos buracos negros da nossa democracia parlamentar e é pena ver o candidato a renovador do PSD apresentar-se como portador destes valores.

O Expresso pergunta a Marques Mendes (02/04/05): - “O grupo parlamentar é maioritariamente constituído por pessoas que não lhe são afectas. Como pensa geri-lo?”Marques Mendes: - “O partido sairá do congresso com uma estratégia e aos deputados competirá aplicá-la”.Onde resido, no Reino Unido, os deputados representam, em primeiro lugar, os eleitores que os elegem. Na realidade as posições do partido consolidam-se no parlamento, na gestão diária dos problemas do País. O parlamento é o lugar idóneo – porque portador de legítimidade popular - para discutir políticas de cariz nacional. Aos partidos cabe a organização de campanhas, a designação de candidatos, a nomeação de governos sombra, quando na oposição, ou de “task force” para estudar assuntos de carácter prospectivo, quando no poder. Em nenhum caso “mandam” os partidos nos deputados, uma vez eleitos, pois a sua fidelidade primeira é com as suas “constituencies”, isto é, como aqueles grupos de interesse (ou eleitores) que representam. Os orgãos partidários carecem de legitimidade democrática para sobrepor a sua visão à visão daqueles que os representam nos orgãos de gestão da nação. Ou seja, o seu nível de influência termina no dia em que estes são eleitos.O inverso, a ditatura das direcções partidárias, dá origem a posicionamentos políticos em que a racionalidade partidária se sobrepõe à racionalidade dos interesses do País. Tenho em crer que esta concepção, de Parlamento subserviente, é um dos buracos negros da nossa democracia parlamentar e é pena ver o candidato a renovador do PSD apresentar-se como portador destes valores.

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