calçadão de quarteira: ANTE-PLANO PARA ZONA NOBRE DA CIDADE

07-07-2009
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mais trezentos habitantes e quase nada de plantasQuando o Lourenço lamentou não poder ir assistir à apresentação do ante-plano de pormenor do Centro Cultural de Quarteira, na reunião de Câmara que se ia realizar hoje, na sede da Junta de Quarteira, e eu me dispus a dar uma falta ao serviço, a descontar na licença, só para poder substitui-lo num momento que se previa tão importante para Quarteira, estava longe de imaginar que, a estas horas, estaria aqui a lamentar o tempo perdido.Com efeito, o “grosso” da discussão que se gerou à volta do tema, centrou-se em questões de aspectos legais respeitantes às conexões entre o projecto do plano de pormenor para a área onde o Centro Cultural irá ser implantado – a zona onde hoje se realiza o mercado da fruta - e os requisitos exigíveis no PDM. Burocracias!...Uma discussão inquinada logo de princípio pois os dois protagonistas, o presidente da Câmara e o líder dos vereadores PS, não conseguem disfarçar a crispação mútua que parece ir muito para lá de rivalidades partidárias. Mal Vítor Aleixo abre a boca, nota-se no semblante de Seruca Emídio um carregar de sobrolho a pressagiar uma de duas coisas: tédio ou altercação. É difícil, assim, uma discussão profícua e esclarecedora. Verdade seja que o líder socialista não perde ensejo de arremeter todo e qualquer argumento, ao mínimo pretexto. As questões que deveriam ser de interesse público transformam-se, assim, em duelos político-partidários, agrestes e cansativos para quem assiste.E, se é verdade que, na bancada do executivo social-democrata, só o presidente e o vice-presidente é que abrem a boca para falar, também não se percebe que, estando Aleixo acompanhado, na bancada socialista, por outros dois elementos, por que razão não distribuem, entre si, a discussão dos temas. O engenheiro Luís Mealha é um homem inteligente e calmo que poderia conduzir para patamares mais bonançosos a discussão dos problemas e a doutora Hortense Morgado, que, segundo me dizem, está a fazer uma pós-graduação em gestão autárquica, com certeza também teria capacidade e argumentário para gerir um diálogo sem dar azo a profundas altercações. Mas esse é um problema que os vereadores socialistas terão de resolver entre si.E, depois de consultar todos os apontamentos e números rabiscados que tomei e as notas registadas no gravador do telemóvel, afinal, que pude concluir? que o autor do projecto pretende construir naquele espaço (que mede 16.020 m2), oito blocos de apartamentos com uma área bruta de construção de 10.586 m2, que albergarão 270 pessoas em 83 apartamentos e sete estabelecimentos comerciais;bque o autor do projecto terá eventualmente ultrapassado os limites de área de construção previstos no PDM;bque estão previstos 391 lugares de estacionamento, num jogo malabar dos arquitectos responsáveis do projecto;bque o parque de estacionamento será em três pisos subterrâneos, o que significa ficar pelo menos com um abaixo do nível do mar;bque a praça destinada ao lazer/estadia terá uma superfície de 48,5 X 45 m apenas;bque, em teoria, restarão 530 m2 para áreas verdes, onde serão plantadas cerca de 40 árvores;bque numa primeira fase ,serão apenas construídos os blocos de apartamentos números 1 e 4, propriedade da empresa que realizou o plano;bque as redes de esgotos existentes, tanto das águas pluviais como das residuais domésticas não apresentam condições de suporte de drenagem. Por isso, a CML terá de, mais tarde, redimensionar e reconstruir, portanto, essas redes nas ruas Infante Santo, Gil Eanes e Marginal Infante de Sagres;bque o Centro Cultural de Quarteira terá 3 pisos, numa área de implantação de cerca de 1.542 m2. – mas deste falaremos noutro local.No final, invadiu-me uma sensação de que todo aquele tempo, toda aquela discussão foram tempo perdido, para escutar ideias mal estruturadas ou indefinidas, onde sobressaía a sanha construtiva da falcoaria que preside a construção civil.Ficou-nos apenas no ouvido a pergunta de Vítor Aleixo: afinal, não seria melhor que a Câmara de Loulé adquirisse a área de que não é ainda proprietária, reservando todo aquele espaço para a fruição pública, para estacionamento e para um Centro Cultural moderno, funcional, arrojado e digno, capaz de projectar Quarteira numa dimensão de modernidade?.


mais trezentos habitantes e quase nada de plantasQuando o Lourenço lamentou não poder ir assistir à apresentação do ante-plano de pormenor do Centro Cultural de Quarteira, na reunião de Câmara que se ia realizar hoje, na sede da Junta de Quarteira, e eu me dispus a dar uma falta ao serviço, a descontar na licença, só para poder substitui-lo num momento que se previa tão importante para Quarteira, estava longe de imaginar que, a estas horas, estaria aqui a lamentar o tempo perdido.Com efeito, o “grosso” da discussão que se gerou à volta do tema, centrou-se em questões de aspectos legais respeitantes às conexões entre o projecto do plano de pormenor para a área onde o Centro Cultural irá ser implantado – a zona onde hoje se realiza o mercado da fruta - e os requisitos exigíveis no PDM. Burocracias!...Uma discussão inquinada logo de princípio pois os dois protagonistas, o presidente da Câmara e o líder dos vereadores PS, não conseguem disfarçar a crispação mútua que parece ir muito para lá de rivalidades partidárias. Mal Vítor Aleixo abre a boca, nota-se no semblante de Seruca Emídio um carregar de sobrolho a pressagiar uma de duas coisas: tédio ou altercação. É difícil, assim, uma discussão profícua e esclarecedora. Verdade seja que o líder socialista não perde ensejo de arremeter todo e qualquer argumento, ao mínimo pretexto. As questões que deveriam ser de interesse público transformam-se, assim, em duelos político-partidários, agrestes e cansativos para quem assiste.E, se é verdade que, na bancada do executivo social-democrata, só o presidente e o vice-presidente é que abrem a boca para falar, também não se percebe que, estando Aleixo acompanhado, na bancada socialista, por outros dois elementos, por que razão não distribuem, entre si, a discussão dos temas. O engenheiro Luís Mealha é um homem inteligente e calmo que poderia conduzir para patamares mais bonançosos a discussão dos problemas e a doutora Hortense Morgado, que, segundo me dizem, está a fazer uma pós-graduação em gestão autárquica, com certeza também teria capacidade e argumentário para gerir um diálogo sem dar azo a profundas altercações. Mas esse é um problema que os vereadores socialistas terão de resolver entre si.E, depois de consultar todos os apontamentos e números rabiscados que tomei e as notas registadas no gravador do telemóvel, afinal, que pude concluir? que o autor do projecto pretende construir naquele espaço (que mede 16.020 m2), oito blocos de apartamentos com uma área bruta de construção de 10.586 m2, que albergarão 270 pessoas em 83 apartamentos e sete estabelecimentos comerciais;bque o autor do projecto terá eventualmente ultrapassado os limites de área de construção previstos no PDM;bque estão previstos 391 lugares de estacionamento, num jogo malabar dos arquitectos responsáveis do projecto;bque o parque de estacionamento será em três pisos subterrâneos, o que significa ficar pelo menos com um abaixo do nível do mar;bque a praça destinada ao lazer/estadia terá uma superfície de 48,5 X 45 m apenas;bque, em teoria, restarão 530 m2 para áreas verdes, onde serão plantadas cerca de 40 árvores;bque numa primeira fase ,serão apenas construídos os blocos de apartamentos números 1 e 4, propriedade da empresa que realizou o plano;bque as redes de esgotos existentes, tanto das águas pluviais como das residuais domésticas não apresentam condições de suporte de drenagem. Por isso, a CML terá de, mais tarde, redimensionar e reconstruir, portanto, essas redes nas ruas Infante Santo, Gil Eanes e Marginal Infante de Sagres;bque o Centro Cultural de Quarteira terá 3 pisos, numa área de implantação de cerca de 1.542 m2. – mas deste falaremos noutro local.No final, invadiu-me uma sensação de que todo aquele tempo, toda aquela discussão foram tempo perdido, para escutar ideias mal estruturadas ou indefinidas, onde sobressaía a sanha construtiva da falcoaria que preside a construção civil.Ficou-nos apenas no ouvido a pergunta de Vítor Aleixo: afinal, não seria melhor que a Câmara de Loulé adquirisse a área de que não é ainda proprietária, reservando todo aquele espaço para a fruição pública, para estacionamento e para um Centro Cultural moderno, funcional, arrojado e digno, capaz de projectar Quarteira numa dimensão de modernidade?.

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