BLOG DA GÂNDARA : NÃO AO FECHO DAS URGÊNCIAS EM CANTANHEDE

28-09-2009
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NÃO AO FECHO DAS URGÊNCIAS EM CANTANHEDE

Tudo sobre as urgências

Victor Baptista, Horácio Antunes, Teresa Portugal e Maria Antónia Almeida Santos, quatro dos seis deputados do Partido Socialista eleitos pelo círculo de Coimbra, estiveram reunidos, no passado dia 13, com o conselho de administração do Hospital Arcebispo João Crisóstomo de Cantanhede. Tratou-se de uma visita com dois objectivos: conhecer de perto a realidade desta unidade de saúde, os investimentos ali realizados e o serviço que presta às comunidades.

Munido de todos os dados, o presidente do conselho de administração informou detalhadamente todo o funcionamento do hospital (antes e depois das obras de remodelação) e não teve dúvidas em informar os parlamentares que foi «apanhado de surpresa» quando soube que as urgências do Arcebispo João Crisóstomo foram sinalizadas pela Comissão Técnica de Apoio como um serviço a “abater”.

Não pondo em causa «a competência, o saber e a independência» da referida comissão, Jorge Martins disse aos deputados que na sua composição deveriam estar «outros grupos profissionais ligados à problemática das urgências» e também alguém com experiência em urgências sedeadas em hospitais de nível I e centros de saúde e não exclusivamente em médicos «cuja experiência advém de serviços de urgência polivalentes e médicos cirúrgicos».

Por isso, a par (e em sintonia com a Câmara de Cantanhede), a administração hospitalar (também) elaborou um documento de reflexão sobre a proposta para o não encerramento das urgências do João Crisóstomo, tendo explicado aos deputados todos os motivos que aconselham a manutenção das urgências.

Acompanhado por Isabel Neves (vogal administrativa) e Egídio Patrão (enfermeiro director), Jorge Martins explicou que o serviço de urgências configura todos os requisitos e dispõe de todas as condições «para responder às exigências de funcionamento de um Serviço Urgências Básico (SUB)», querendo demonstrar (por palavras e pelo documento que entregou aos deputados), que muitas vezes projectos bem intencionados, necessários, racionalizadores de recursos e criadores de referências e agilizadores de processos, «são desajustados da realidade, negligenciadores de políticas de proximidade, sem terem em conta os impactos sociais, sem equacionarem os mecanismos alternativos, sem elencarem a capacidade instalada e os seus custos, deitam por terra e descredibilizam essas boas intenções».

Maria Antónia Almeida Santos lembrou, entretanto, que o Ministério da Saúde prorrogou o prazo de discussão pública e que a decisão política ainda não foi tomada, revelando que tem em sua posse «alguns contributos de pessoas contrários aos da Comissão Técnica», pelo que as explicações recebidas serão úteis para o trabalho destes deputados.

42 euros em Cantanhede… 143 em Coimbra

O presidente da administração do hospital continuou, exaustivamente, a dar as suas explicações e chegou a afirmar que «o Governo não está a fazer o serviço de saúde de proximidade», o que mereceu a discordância de Victor Baptista, mas Jorge Martins reafirmou que a comissão técnica «nunca ouviu o hospital nesta matéria» e se o fez «foi via ARS Centro» e que no aspecto demográfico, a mesma comissão «limitou-se aos censos de 2001», o que não tem nada a ver com a realidade actual.

Actualmente o concelho de Cantanhede tem uma população que ultrapassa os 40 mil habitantes (número mínimo que a proposta da comissão técnica estabelece para o funcionamento de um SUB), mas o cirurgião lembrou que além de Cantanhede, o hospital abrange utentes do concelho de Mira (12.872 habitantes); a freguesia de Arazede, Montemor-o-Velho (5.956 habitantes), atingindo os 57 mil habitantes, «valor que chega aos 80 mil face à mobilidade nos meses de Verão».

Fazendo uma análise puramente económica, Jorge Martins não deixou de reconhecer as vantagens que o funcionamento do serviço de urgência oferece a esse nível, referindo aos deputados que o custo médio de um episódio de urgência no hospital de Cantanhede «ronda os 42,25 euros, valor que triplica, ascendendo aos 143,50 euros nos HUC».

É pertinente defender a racionalização económica dos serviços de saúde, no entanto, frisou o médico, «esta deixa de atingir os seus objectivos quando compromete a qualidade dos cuidados prestados e as condições de acesso aos mesmos a um preço mais elevado», fazendo alusão ao facto de não ser a mesma coisa transportar doentes para uma urgência que se encontra a uma média de 15 minutos e para uma urgência a 45 minutos de distância.

Por isso o cirurgião não tem dúvidas que o serviço não vai encerrar, «chame-se urgência ou outra coisa qualquer», afirmando aos parlamentares que não defende para o hospital uma urgência/emergência, mas sim uma estrutura intermédia «que possa responder em tempo útil, de forma eficaz a situações agudas de menor gravidade, que aproxime os cidadãos, desanuviando as grandes urgências e combatendo o absentismo laboral».

NÃO AO FECHO DAS URGÊNCIAS EM CANTANHEDE

Tudo sobre as urgências

Victor Baptista, Horácio Antunes, Teresa Portugal e Maria Antónia Almeida Santos, quatro dos seis deputados do Partido Socialista eleitos pelo círculo de Coimbra, estiveram reunidos, no passado dia 13, com o conselho de administração do Hospital Arcebispo João Crisóstomo de Cantanhede. Tratou-se de uma visita com dois objectivos: conhecer de perto a realidade desta unidade de saúde, os investimentos ali realizados e o serviço que presta às comunidades.

Munido de todos os dados, o presidente do conselho de administração informou detalhadamente todo o funcionamento do hospital (antes e depois das obras de remodelação) e não teve dúvidas em informar os parlamentares que foi «apanhado de surpresa» quando soube que as urgências do Arcebispo João Crisóstomo foram sinalizadas pela Comissão Técnica de Apoio como um serviço a “abater”.

Não pondo em causa «a competência, o saber e a independência» da referida comissão, Jorge Martins disse aos deputados que na sua composição deveriam estar «outros grupos profissionais ligados à problemática das urgências» e também alguém com experiência em urgências sedeadas em hospitais de nível I e centros de saúde e não exclusivamente em médicos «cuja experiência advém de serviços de urgência polivalentes e médicos cirúrgicos».

Por isso, a par (e em sintonia com a Câmara de Cantanhede), a administração hospitalar (também) elaborou um documento de reflexão sobre a proposta para o não encerramento das urgências do João Crisóstomo, tendo explicado aos deputados todos os motivos que aconselham a manutenção das urgências.

Acompanhado por Isabel Neves (vogal administrativa) e Egídio Patrão (enfermeiro director), Jorge Martins explicou que o serviço de urgências configura todos os requisitos e dispõe de todas as condições «para responder às exigências de funcionamento de um Serviço Urgências Básico (SUB)», querendo demonstrar (por palavras e pelo documento que entregou aos deputados), que muitas vezes projectos bem intencionados, necessários, racionalizadores de recursos e criadores de referências e agilizadores de processos, «são desajustados da realidade, negligenciadores de políticas de proximidade, sem terem em conta os impactos sociais, sem equacionarem os mecanismos alternativos, sem elencarem a capacidade instalada e os seus custos, deitam por terra e descredibilizam essas boas intenções».

Maria Antónia Almeida Santos lembrou, entretanto, que o Ministério da Saúde prorrogou o prazo de discussão pública e que a decisão política ainda não foi tomada, revelando que tem em sua posse «alguns contributos de pessoas contrários aos da Comissão Técnica», pelo que as explicações recebidas serão úteis para o trabalho destes deputados.

42 euros em Cantanhede… 143 em Coimbra

O presidente da administração do hospital continuou, exaustivamente, a dar as suas explicações e chegou a afirmar que «o Governo não está a fazer o serviço de saúde de proximidade», o que mereceu a discordância de Victor Baptista, mas Jorge Martins reafirmou que a comissão técnica «nunca ouviu o hospital nesta matéria» e se o fez «foi via ARS Centro» e que no aspecto demográfico, a mesma comissão «limitou-se aos censos de 2001», o que não tem nada a ver com a realidade actual.

Actualmente o concelho de Cantanhede tem uma população que ultrapassa os 40 mil habitantes (número mínimo que a proposta da comissão técnica estabelece para o funcionamento de um SUB), mas o cirurgião lembrou que além de Cantanhede, o hospital abrange utentes do concelho de Mira (12.872 habitantes); a freguesia de Arazede, Montemor-o-Velho (5.956 habitantes), atingindo os 57 mil habitantes, «valor que chega aos 80 mil face à mobilidade nos meses de Verão».

Fazendo uma análise puramente económica, Jorge Martins não deixou de reconhecer as vantagens que o funcionamento do serviço de urgência oferece a esse nível, referindo aos deputados que o custo médio de um episódio de urgência no hospital de Cantanhede «ronda os 42,25 euros, valor que triplica, ascendendo aos 143,50 euros nos HUC».

É pertinente defender a racionalização económica dos serviços de saúde, no entanto, frisou o médico, «esta deixa de atingir os seus objectivos quando compromete a qualidade dos cuidados prestados e as condições de acesso aos mesmos a um preço mais elevado», fazendo alusão ao facto de não ser a mesma coisa transportar doentes para uma urgência que se encontra a uma média de 15 minutos e para uma urgência a 45 minutos de distância.

Por isso o cirurgião não tem dúvidas que o serviço não vai encerrar, «chame-se urgência ou outra coisa qualquer», afirmando aos parlamentares que não defende para o hospital uma urgência/emergência, mas sim uma estrutura intermédia «que possa responder em tempo útil, de forma eficaz a situações agudas de menor gravidade, que aproxime os cidadãos, desanuviando as grandes urgências e combatendo o absentismo laboral».

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