O Comércio do Porto

21-06-2005
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Narciso Miranda explicou o financiamento da Metro para as obras na rua Roberto Ivens SERVIÇOS Imprimir esta página Contactar Anterior Voltar Seguinte

Autarca assumiu o risco de ter que pagar a intervenção, orçada em cerca de um milhão de euros, se a linha da Boavista não avançar

LÍGIA CANDEIAS

"A Metro do Porto não pagou, não paga e não pagará um euro em obras que não sejam necessárias para a instalação de uma linha de metro". A garantia foi dada, ontem, por Narciso Miranda, no período antes da ordem do dia da reunião pública da Câmara de Matosinhos, em resposta às dúvidas do vereador do PCP Honório Novo relativamente ao financiamento das obras de requalificação em curso na rua Roberto Ivens.

O autarca explicou porquê que será a Metro a pagar a intervenção mas assumiu os riscos, face ao impasse relativamente à linha da Boavista. "Neste momento, a Câmara não recebeu um tostão e está a pagar a obra a 15 dias. Se, por qualquer motivo, a linha não avançar, a autarquia não será ressarcida....".

As obras de requalificação da rua Roberto Ivens, começou por explicar o autarca, "há muito que estavam adjudicadas". A necessidade de a constituir como "alternativa ao tráfego automóvel depois da implantação do metro em Brito Capelo" veio alterar os planos.

"Por encomenda da Metro", os arquitectos Siza Vieira e Souto Moura introduziram então algumas alterações, "de acordo com as necessidades da Metro, que, por isso, pagará a obra", esclareceu Narciso Miranda, referindo como exemplos semelhantes os casos da VL9, em Gaia - "paga pela Metro e Instituto de Estradas de Portugal" - e da marginal de Leça, financiada pela Galp.

Ainda sem decisões relativamente à implantação do metro na avenida da Boavista - o que poderá colocar em risco o financiamento das obras na Roberto Ivens, orçadas em cerca de um milhão de euros -, Narciso lembra as decisões assumidas pelo anterior governo no Conselho de Ministros realizado no Porto, a 31 de Julho do ano passado, que estabeleciam o prolongamento de três linhas (aeroporto, Gondomar e Leça da Palmeira, via Boavista) e que se procedesse ao estudo da transferência da concessão, da STCP para a Metro, do corredor central da avenida.

"Não era, com certeza, para pôr autocarros ou eléctricos", ironizou o autarca, durante a reunião do Executivo, ontem marcada pela presença de um público muito especial: 40 alunos das escolas do concelho, que, no âmbito da iniciativa "Câmara Aberta", puderam perceber como funciona uma autarquia.

Honório Novo abandonou sessão

A revisão do orçamento municipal, aprovada na anterior sessão da Câmara, e as posteriores acusações de Honório Novo, dizendo que o orçamento estava trasnformado num "saco azul", voltou, ontem, a estar na origem de uma discussão que terminou com o vereador do PCP a abandonar a sala.

A polémica estalou depois das críticas de Fernando Rocha (subscritas por Narciso) à conduta do comunista, que acusou de ter "ofendido gravemente o bom nome dos funcionários" e de estar "mais preocupado com politiquices do que com os interesses dos cidadãos". Honório tentava ripostar quando o presidente deu por encerrado o debate, acabando por abandonar a sessão, em protesto. Aos jornalistas, o vereador reafirmou a alegada existência de um "saco azul para financiar a campanha eleitoral do PS" e "atirou-se" a Narciso.

"Teve uma atitude prepotente e autoritária, mostrando que o seu conceito de debate democrático está ultrapassado. Resguarda-se em regras, não dando direito ao contraditório" disse o vereador, acusando o autarca de usar os funcionários municipais como "bodes espiatórios" e garantindo que "a competência e seriedade dos trabalhadores não está em causa. Não são eles que fazem o orçamento". Já Nélson Cardoso optou por demarcar-se da polémica. "O voto do PSD (abstenção) foi feito na consciência de que não existe qualquer saco azul. Para nós, esse é um assunto encerrado".

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O Comércio do Porto é um produto da Editorial Prensa Ibérica.

Fica expressamente proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos oferecidos através deste meio, salvo autorização expressa de O Comércio do Porto

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Autarca assumiu o risco de ter que pagar a intervenção, orçada em cerca de um milhão de euros, se a linha da Boavista não avançar

LÍGIA CANDEIAS

"A Metro do Porto não pagou, não paga e não pagará um euro em obras que não sejam necessárias para a instalação de uma linha de metro". A garantia foi dada, ontem, por Narciso Miranda, no período antes da ordem do dia da reunião pública da Câmara de Matosinhos, em resposta às dúvidas do vereador do PCP Honório Novo relativamente ao financiamento das obras de requalificação em curso na rua Roberto Ivens.

O autarca explicou porquê que será a Metro a pagar a intervenção mas assumiu os riscos, face ao impasse relativamente à linha da Boavista. "Neste momento, a Câmara não recebeu um tostão e está a pagar a obra a 15 dias. Se, por qualquer motivo, a linha não avançar, a autarquia não será ressarcida....".

As obras de requalificação da rua Roberto Ivens, começou por explicar o autarca, "há muito que estavam adjudicadas". A necessidade de a constituir como "alternativa ao tráfego automóvel depois da implantação do metro em Brito Capelo" veio alterar os planos.

"Por encomenda da Metro", os arquitectos Siza Vieira e Souto Moura introduziram então algumas alterações, "de acordo com as necessidades da Metro, que, por isso, pagará a obra", esclareceu Narciso Miranda, referindo como exemplos semelhantes os casos da VL9, em Gaia - "paga pela Metro e Instituto de Estradas de Portugal" - e da marginal de Leça, financiada pela Galp.

Ainda sem decisões relativamente à implantação do metro na avenida da Boavista - o que poderá colocar em risco o financiamento das obras na Roberto Ivens, orçadas em cerca de um milhão de euros -, Narciso lembra as decisões assumidas pelo anterior governo no Conselho de Ministros realizado no Porto, a 31 de Julho do ano passado, que estabeleciam o prolongamento de três linhas (aeroporto, Gondomar e Leça da Palmeira, via Boavista) e que se procedesse ao estudo da transferência da concessão, da STCP para a Metro, do corredor central da avenida.

"Não era, com certeza, para pôr autocarros ou eléctricos", ironizou o autarca, durante a reunião do Executivo, ontem marcada pela presença de um público muito especial: 40 alunos das escolas do concelho, que, no âmbito da iniciativa "Câmara Aberta", puderam perceber como funciona uma autarquia.

Honório Novo abandonou sessão

A revisão do orçamento municipal, aprovada na anterior sessão da Câmara, e as posteriores acusações de Honório Novo, dizendo que o orçamento estava trasnformado num "saco azul", voltou, ontem, a estar na origem de uma discussão que terminou com o vereador do PCP a abandonar a sala.

A polémica estalou depois das críticas de Fernando Rocha (subscritas por Narciso) à conduta do comunista, que acusou de ter "ofendido gravemente o bom nome dos funcionários" e de estar "mais preocupado com politiquices do que com os interesses dos cidadãos". Honório tentava ripostar quando o presidente deu por encerrado o debate, acabando por abandonar a sessão, em protesto. Aos jornalistas, o vereador reafirmou a alegada existência de um "saco azul para financiar a campanha eleitoral do PS" e "atirou-se" a Narciso.

"Teve uma atitude prepotente e autoritária, mostrando que o seu conceito de debate democrático está ultrapassado. Resguarda-se em regras, não dando direito ao contraditório" disse o vereador, acusando o autarca de usar os funcionários municipais como "bodes espiatórios" e garantindo que "a competência e seriedade dos trabalhadores não está em causa. Não são eles que fazem o orçamento". Já Nélson Cardoso optou por demarcar-se da polémica. "O voto do PSD (abstenção) foi feito na consciência de que não existe qualquer saco azul. Para nós, esse é um assunto encerrado".

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