BOLA NA ÁREA: O Convénio (continuação da saga)

20-05-2009
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Na sala de comando do Universo, Rama fez um ponto de ordem na mesa.Duas ninfas entraram com um tabuleiro com daiquiris da “Floridita”. Ernesto, o escriba do regime, apreciou o gesto.Deus, o próprio, pigarreou. Fazia sempre isto porque gosta da palavra. Como pruridos. Esta não é propriamente uma palavra fácil de pronunciar mas Deus, o próprio, não gosta de coisas fáceis. Por isso mesmo criou o homem e, pior, a seguir a mulher e também aquele que às vezes é uma coisa e outras vezes outra.- Viste o que aconteceu ao Manuel Fonseca?, disse Rama, já um tanto ramado, pois tinha aviado cinco daiquiris de golada (o que é criminoso, pois esta é uma bebida que deve ser degustada).- Gosto dessa palavra porque…Ia dizendo Deus mas foi interrompido pelo que resta do conselho de administração do Universo, necessariamente composto por cinco elementos do Opus Dei e quatro da Maçonaria (os dois grupos não se gramam).Ernesto falou:- Desde a invasão da baía dos porcos que não via tanta merda.Quando Ernesto falava era porque não estava bêbado nem a escrever. Os deuses respeitavam-nos pois compreendem que nada de mais terrível pode haver que um homem chamar-se Ernesto.(talvez queira saber já que Ernesto é o homem, se o Che ou o autor de “Fiesta”, mas terá de esperar mais um bocado. Entretanto, esteja à vontade, vêm aí mais daiquiris)Alá pediu a palavra para perguntar se os daiquiris tinham aloe vera. Desiludido com a negativa, recusou e continuou a fazer um su doku de elevado grau de dificuldade enquanto deitava um olho a “A Bola” e aos novos articulistas.- Diz-me, Ernesto, não achas estas redacções jeitosinhas?, quis saber.Ernesto ignorou Alá e continuou a escrever.Foi então que o plasma se iluminou. O canal italiano de desporto passava imagens de um jogo parecido com a malha mas só que sempre em corrida e com bolas de ferro. Drogaram-se com aquilo durante 20 minutos, posto o que Deus deu por encerrada a sessão.- Bem, já sabem, o árbitro do clássico é o Lucílio.Ninguém se riu para não parecer mal. Os deuses e os seus alcoólicos têm por hábito respeitar as suas produções.- Muda aí para a 1ª Companhia! – pediu o Poderoso.A sala agitou-se finalmente. Até Rama abriu um olho. Mas a TVI estava em intervalo. Quando a programação retomou, os donos do universo dormiam e Ernesto comia uma das ninfas, precisamente a que usava cuecas com a cara do outro Ernesto.- Mio daiquiri de la Floridita, mio mujito de la Bodeguita… Ei lá, aquele tipo ao lado do Frota não é o Manuel da Fonseca?Ernesto encolheu os ombros. E escreveu mais um romance.


Na sala de comando do Universo, Rama fez um ponto de ordem na mesa.Duas ninfas entraram com um tabuleiro com daiquiris da “Floridita”. Ernesto, o escriba do regime, apreciou o gesto.Deus, o próprio, pigarreou. Fazia sempre isto porque gosta da palavra. Como pruridos. Esta não é propriamente uma palavra fácil de pronunciar mas Deus, o próprio, não gosta de coisas fáceis. Por isso mesmo criou o homem e, pior, a seguir a mulher e também aquele que às vezes é uma coisa e outras vezes outra.- Viste o que aconteceu ao Manuel Fonseca?, disse Rama, já um tanto ramado, pois tinha aviado cinco daiquiris de golada (o que é criminoso, pois esta é uma bebida que deve ser degustada).- Gosto dessa palavra porque…Ia dizendo Deus mas foi interrompido pelo que resta do conselho de administração do Universo, necessariamente composto por cinco elementos do Opus Dei e quatro da Maçonaria (os dois grupos não se gramam).Ernesto falou:- Desde a invasão da baía dos porcos que não via tanta merda.Quando Ernesto falava era porque não estava bêbado nem a escrever. Os deuses respeitavam-nos pois compreendem que nada de mais terrível pode haver que um homem chamar-se Ernesto.(talvez queira saber já que Ernesto é o homem, se o Che ou o autor de “Fiesta”, mas terá de esperar mais um bocado. Entretanto, esteja à vontade, vêm aí mais daiquiris)Alá pediu a palavra para perguntar se os daiquiris tinham aloe vera. Desiludido com a negativa, recusou e continuou a fazer um su doku de elevado grau de dificuldade enquanto deitava um olho a “A Bola” e aos novos articulistas.- Diz-me, Ernesto, não achas estas redacções jeitosinhas?, quis saber.Ernesto ignorou Alá e continuou a escrever.Foi então que o plasma se iluminou. O canal italiano de desporto passava imagens de um jogo parecido com a malha mas só que sempre em corrida e com bolas de ferro. Drogaram-se com aquilo durante 20 minutos, posto o que Deus deu por encerrada a sessão.- Bem, já sabem, o árbitro do clássico é o Lucílio.Ninguém se riu para não parecer mal. Os deuses e os seus alcoólicos têm por hábito respeitar as suas produções.- Muda aí para a 1ª Companhia! – pediu o Poderoso.A sala agitou-se finalmente. Até Rama abriu um olho. Mas a TVI estava em intervalo. Quando a programação retomou, os donos do universo dormiam e Ernesto comia uma das ninfas, precisamente a que usava cuecas com a cara do outro Ernesto.- Mio daiquiri de la Floridita, mio mujito de la Bodeguita… Ei lá, aquele tipo ao lado do Frota não é o Manuel da Fonseca?Ernesto encolheu os ombros. E escreveu mais um romance.

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