Entrevesta à rádio Urbana 15

17-06-2005
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A organização do próximo campeonato europeu de futebol é uma excelente oportunidade para Portugal dar para o exterior a imagem de um país moderno, dinâmico e com capacidade empreendedora. É uma oportunidade para Portugal se mostrar ao mundo, à semelhança do que fez com a Expo 98, para, entre outros aspectos, dinamizar o Turismo e a economia nacional. Muitos criticaram o despesismo governamental na construção de 10 estádios e na montagem de uma máquina gigantesca de promoção do nosso país afirmando que havia melhores projectos para se gastar o dinheiro. Num determinado sentido algumas destas críticas até podem ter alguma cabimento, uma vez que Portugal precisa ainda de muito investimento público para resolver problemas estruturais nos domínios da saúde, da educação, das acessibilidades, da indústria e da investigação, etc.. Portugal precisa de dinamizar a sua economia, criar emprego e gerar confiança nos investidores. Ora, nesta perspectiva, sabemos que o Euro 2004 não resolverá os problemas dos portugueses mas irá, certamente, dar um excelente contributo para a dinamização de uma economia excessivamente marcada, durante dois anos, por um discurso miserabilista que ficou conhecido como o discurso da “Tanga”. A realização do Euro 2004 é considerada por muitos especialistas como um ponto de viragem. É uma oportunidade que os portugueses não podem desperdiçar. Mas, apesar deste cenário, há quem procure, com grande insistência, dar de Portugal uma imagem ultrapassada, saloia e populista. Foi o que aconteceu com a atitude delirante e pouco recomendável de Avelino Ferreira Torres que, a propósito de um jogo de futebol, exibiu manifestações primárias, grotescas e boçais. Foram imagens tristes a que o país assistiu e ainda por cima com comentários do próprio, negando a própria realidade e vociferando sentimentos contrários e contraditórios em relação às imagens que estavam a passar no ecrã. Uma atitude lamentável que por todos deve ou devia ser condenada. Se este espalhafato fosse feito por um qualquer cidadão seria lamentável. No entanto, o espalhafato foi produzida pelo presidente de uma Câmara Municipal que, por isso mesmo, devia ser o último a perder a cabeça e a manter a calma mesmo perante uma situação eventualmente desfavorável à sua equipa. O Presidente do Marco de Canavezes é um político popular (até foi eleito pelo CDS/Partido Popular), é um homem que ganha eleições e a população local nutre por ele um grande carinho. Como disse o próprio, o material do estádio, que tem o seu o seu nome, foi pago do seu bolso. Mesmo assim, devia ser o último a exibir um comportamento destes. Avelino Ferreira Torres pode ganhar todas as eleições no Marco de Canavezes e, ao que parece, até as pode ganhar em Amarante. Mas, comportamentos desta natureza, a juntar a tantos outros de um historial complexo, reflectem uma maneira ultrapassada de se estar na política e no futebol. É esta forma boçal e populista que dá do nosso país uma imagem triste, “terceiromundista” que contrasta com aquela que o próprio país quer promover. Os “avelinos” do futebol e da política não cabem neste quadro de estádios modernos, confortáveis, que pretendem reflectir a imagem de um país seguro e atraente. Esta imagem grotesca não cabe no quadro do futebol espectáculo, sem violência e que procura promover o fair-play. Mas, na minha modesta opinião, falta coragem política para condenar atitudes desta natureza. Perante este facto insofismável o Major Valentim Loureiro encolheu-se. o Presidente da Federação também. No CDS/PP fez-se um silêncio ensurdecedor e quando Telmo Correia (Líder da bancada do CDS/PP na Assembleia da República) e Pedro Mota Soares (Secretário-Geral do CDS-PP) falaram sobre o caso foi para dizer asneiras e barbaridades. O Ministro do Desporto fugiu da questão como o diabo da Cruz. O primeiro-ministro afirmou não ter visto as imagens. Só o Secretário de Estado do Desporto, Hermínio Loureiro, teve a coragem para criticar a boçalidade de Avelino Ferreira Torres. Aliás, o Secretário de Estado do Desporto tem revelado muita sensatez na condução de dossiers quentes e complexos. Não sei se a sua atitude firme merecerá reparos do seu partido ou do parceiro de coligação governamental. Mas tenho a certeza que a sua atitude foi correcta e merecedora de aplauso porque “avelinos” existem em todos os partidos e enquanto não houver homens corajosos eles continuarão a proliferar e a fazer das suas.

A organização do próximo campeonato europeu de futebol é uma excelente oportunidade para Portugal dar para o exterior a imagem de um país moderno, dinâmico e com capacidade empreendedora. É uma oportunidade para Portugal se mostrar ao mundo, à semelhança do que fez com a Expo 98, para, entre outros aspectos, dinamizar o Turismo e a economia nacional. Muitos criticaram o despesismo governamental na construção de 10 estádios e na montagem de uma máquina gigantesca de promoção do nosso país afirmando que havia melhores projectos para se gastar o dinheiro. Num determinado sentido algumas destas críticas até podem ter alguma cabimento, uma vez que Portugal precisa ainda de muito investimento público para resolver problemas estruturais nos domínios da saúde, da educação, das acessibilidades, da indústria e da investigação, etc.. Portugal precisa de dinamizar a sua economia, criar emprego e gerar confiança nos investidores. Ora, nesta perspectiva, sabemos que o Euro 2004 não resolverá os problemas dos portugueses mas irá, certamente, dar um excelente contributo para a dinamização de uma economia excessivamente marcada, durante dois anos, por um discurso miserabilista que ficou conhecido como o discurso da “Tanga”. A realização do Euro 2004 é considerada por muitos especialistas como um ponto de viragem. É uma oportunidade que os portugueses não podem desperdiçar. Mas, apesar deste cenário, há quem procure, com grande insistência, dar de Portugal uma imagem ultrapassada, saloia e populista. Foi o que aconteceu com a atitude delirante e pouco recomendável de Avelino Ferreira Torres que, a propósito de um jogo de futebol, exibiu manifestações primárias, grotescas e boçais. Foram imagens tristes a que o país assistiu e ainda por cima com comentários do próprio, negando a própria realidade e vociferando sentimentos contrários e contraditórios em relação às imagens que estavam a passar no ecrã. Uma atitude lamentável que por todos deve ou devia ser condenada. Se este espalhafato fosse feito por um qualquer cidadão seria lamentável. No entanto, o espalhafato foi produzida pelo presidente de uma Câmara Municipal que, por isso mesmo, devia ser o último a perder a cabeça e a manter a calma mesmo perante uma situação eventualmente desfavorável à sua equipa. O Presidente do Marco de Canavezes é um político popular (até foi eleito pelo CDS/Partido Popular), é um homem que ganha eleições e a população local nutre por ele um grande carinho. Como disse o próprio, o material do estádio, que tem o seu o seu nome, foi pago do seu bolso. Mesmo assim, devia ser o último a exibir um comportamento destes. Avelino Ferreira Torres pode ganhar todas as eleições no Marco de Canavezes e, ao que parece, até as pode ganhar em Amarante. Mas, comportamentos desta natureza, a juntar a tantos outros de um historial complexo, reflectem uma maneira ultrapassada de se estar na política e no futebol. É esta forma boçal e populista que dá do nosso país uma imagem triste, “terceiromundista” que contrasta com aquela que o próprio país quer promover. Os “avelinos” do futebol e da política não cabem neste quadro de estádios modernos, confortáveis, que pretendem reflectir a imagem de um país seguro e atraente. Esta imagem grotesca não cabe no quadro do futebol espectáculo, sem violência e que procura promover o fair-play. Mas, na minha modesta opinião, falta coragem política para condenar atitudes desta natureza. Perante este facto insofismável o Major Valentim Loureiro encolheu-se. o Presidente da Federação também. No CDS/PP fez-se um silêncio ensurdecedor e quando Telmo Correia (Líder da bancada do CDS/PP na Assembleia da República) e Pedro Mota Soares (Secretário-Geral do CDS-PP) falaram sobre o caso foi para dizer asneiras e barbaridades. O Ministro do Desporto fugiu da questão como o diabo da Cruz. O primeiro-ministro afirmou não ter visto as imagens. Só o Secretário de Estado do Desporto, Hermínio Loureiro, teve a coragem para criticar a boçalidade de Avelino Ferreira Torres. Aliás, o Secretário de Estado do Desporto tem revelado muita sensatez na condução de dossiers quentes e complexos. Não sei se a sua atitude firme merecerá reparos do seu partido ou do parceiro de coligação governamental. Mas tenho a certeza que a sua atitude foi correcta e merecedora de aplauso porque “avelinos” existem em todos os partidos e enquanto não houver homens corajosos eles continuarão a proliferar e a fazer das suas.

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