"Gostei do que ouvi sobre o caso "Apito Dourado", tal como gostei de ouvir Hermínio dizer que irá estar atento às demoras na análise dos processos na Comissão Disciplinar da Liga. Hermínio Loureiro sabe que o futebol não pode continuar sob o manto da suspeição. Já aqui defendi que é preciso homens que marquem uma ruptura com o passado. O mesmo passado que guindou personalidades como Valentim Loureiro aos cargos mais altos do dirigismo desportivo. Acredito em Hermínio, ou pelo menos dou-lhe nesta altura o benefício da dúvida. A lama em que chafurdam alguns dos homens da bola tem de ser empurrada para longe, para que desapareça - e se com ela for a velha guarda que comandou os destinos do desporto-rei em Portugal, tanto melhor! Valentim Loureiro já não tem nada para oferecer! O futuro já não lhe pertence, não porque esteja velho ou ultrapassado, mas porque não quis aprender com os erros cometidos ao longo dos anos. A era dos favores, ou das combinações por telefone está a acabar. Quem não perceber isto, está a pôr em causa a "galinha dos ovos de oiro". Hermínio Loureiro não terá vida fácil. Se demonstrar a coragem que alardeou no discurso de tomada de posse, teremos homem. Mas, como se sabe, uma coisa é aquilo que se diz, outra é, muitas vezes, aquilo que se faz. Gostaria de, no final do mandato de Hermínio, poder escrever: o futebol mudou, Hermínio deve ficar mais um mandato. À semelhança do discurso do presidente da Liga, esta semana, no 5 de Outubro, Cavaco Silva rompeu com a tradição dos discursos redondos e moles de todos os Chefes de Estado, ao falar da corrupção que alastra no País. Cavaco está preocupado e apelou à responsabilização de todos os portugueses, em particular dos responsáveis políticos. O Presidente sublinhou, a dado passo, que a corrupção "tem um potencial corrosivo para a qualidade da democracia, que não pode ser menosprezado". Concordo, subscrevo e, já agora, peço a todos os responsáveis (diria mesmo irresponsáveis) que enxameiam o mundo do futebol que atentem nas palavras de Cavaco e deitem contas à vida antes de matarem o futebol. Faça-se justiça e, se não for pedir muito, que seja rápida" - António Cancela
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"Gostei do que ouvi sobre o caso "Apito Dourado", tal como gostei de ouvir Hermínio dizer que irá estar atento às demoras na análise dos processos na Comissão Disciplinar da Liga. Hermínio Loureiro sabe que o futebol não pode continuar sob o manto da suspeição. Já aqui defendi que é preciso homens que marquem uma ruptura com o passado. O mesmo passado que guindou personalidades como Valentim Loureiro aos cargos mais altos do dirigismo desportivo. Acredito em Hermínio, ou pelo menos dou-lhe nesta altura o benefício da dúvida. A lama em que chafurdam alguns dos homens da bola tem de ser empurrada para longe, para que desapareça - e se com ela for a velha guarda que comandou os destinos do desporto-rei em Portugal, tanto melhor! Valentim Loureiro já não tem nada para oferecer! O futuro já não lhe pertence, não porque esteja velho ou ultrapassado, mas porque não quis aprender com os erros cometidos ao longo dos anos. A era dos favores, ou das combinações por telefone está a acabar. Quem não perceber isto, está a pôr em causa a "galinha dos ovos de oiro". Hermínio Loureiro não terá vida fácil. Se demonstrar a coragem que alardeou no discurso de tomada de posse, teremos homem. Mas, como se sabe, uma coisa é aquilo que se diz, outra é, muitas vezes, aquilo que se faz. Gostaria de, no final do mandato de Hermínio, poder escrever: o futebol mudou, Hermínio deve ficar mais um mandato. À semelhança do discurso do presidente da Liga, esta semana, no 5 de Outubro, Cavaco Silva rompeu com a tradição dos discursos redondos e moles de todos os Chefes de Estado, ao falar da corrupção que alastra no País. Cavaco está preocupado e apelou à responsabilização de todos os portugueses, em particular dos responsáveis políticos. O Presidente sublinhou, a dado passo, que a corrupção "tem um potencial corrosivo para a qualidade da democracia, que não pode ser menosprezado". Concordo, subscrevo e, já agora, peço a todos os responsáveis (diria mesmo irresponsáveis) que enxameiam o mundo do futebol que atentem nas palavras de Cavaco e deitem contas à vida antes de matarem o futebol. Faça-se justiça e, se não for pedir muito, que seja rápida" - António Cancela