Normalmente quando se pretende fomentar uma imagem, deixa-se de lado o conteúdo pois o que importa é salvaguardar apenas o superficial.Ora, é esta a ideia que eu tenho do mandato exercido por Hermínio Loureiro à frente dos destinos da Liga.Chegou ao futebol vindo da política, sem que, até então, nada tivesse feito no mundo da bola.A sua principal preocupação foi tentar fazer passar, desde logo, a imagem que era uma homem sério, contido, com pedigree, pois já antes tinha percebido que a opinião pública fazia um juízo diametralmente oposto dos agentes desportivos.De seguida, e para reforçar essa sua imagem, encetou uma cruzada contra aqueles que, junto da maior parte da opinião pública (que aqui coincide na exacta medida com aqueles que simpatizam com os grandes clubes dos anos 60), personificavam tudo o que de mal existia no seio do futebol português.Daí até ter instaurado processos disciplinares e, na sequência, aplicado sanções severas e nefastas a Pinto da Costa e Valentim Loureiro, e, por arrasto, aos respectivos clubes, foi um pequeno passo.Para tal, e sem que tal tenha constituído uma pura coincidência, contou com a preciosa ajuda de um jurista sedento de protagonismo, o qual tinha sido escolhido cirurgicamente por Hermínio Loureiro para desempenhar as funções de Justiceiro-mor.No entanto, e enquanto o país assistia ao fazer da história por parte do Dr. Ricardo Costa, Hermínio Loureiro tentava passar pelo processo como aquela personagem que procura passar pelas gotas da chuva sem se molhar.. Até porque, se por um lado queria passar a imagem que tinha sido ele o autor de tais momentos históricos, por outro não queria dar azo a que fosse acusado pelos acusados de ser o mentor de tal vendetta; esse papel ele preferiu deixar a outros, mormente ao insigne e prestigiado jurista.Depois rebentou a bronca do apito ter sido completamente arrasado pelas instâncias judiciais, sobretudo porque estas é que aplicam a justiça nos estados de direito.A outra, a justiça do Dr. Hermínio Loureiro e do Dr. Ricardo Costa, é como que uma justiça à playstation: nós controlamos tudo, até o resultado, e praticamente submetemos o adversário à nossa vontade.Logo de seguida despoletou-se a barracada da arbitragem de Lucílio Baptista (o tal que não tem dúvidas mas que pergunta aos auxiliares se o podem ajudar) na final da Taça da Liga, e com isso o ruído bem sonoro dos dirigentes do Sporting contra o estado da sua Comissão de Arbitragem.Se até aí o Dr. Hermínio Loureiro ainda passava incólume a toda esta agitação, pois os simpatizantes dos grandes clubes dos anos 60 até simpatizavam com ele, a partir daí deixou de contar com o apoio de um dos seus grandes suportes: Sporting Clube de PortugalMais tarde, mas pouco mais, e mais só, começou a feder a questão dos salários em atraso nos clubes profissionais, e com eles, ou melhor, com a falta deles, a tão propalada e demagógica verdade desportiva (como se houvesse alguma verdade num jogo que de per si é fértil em pérfidas mentiras; vid. só a título de exemplo o jogo do F.C. Porto em Manchester - aquele resultado não é uma mentira?).Aí sentiu-se que Hermínio Loureiro tinha entrado por um beco sem saída, pois se em mais de 2 anos nada fez a esse respeito, a vergonha tornou-se agora insustentável, o que o obrigava a agir sob pena da sua imaculada imagem cair pelo cano.E o que é que fez Hermínio Loureiro?Algo bem ao seu estilo: engendrou uma medida que mais do que ser, antes parece que o é.No fundo, trata-se de uma mão cheia de nada, porque, sob a veste da penalização dos clubes com perda de pontos (imagem), permite a estes manter o actual status quo. Sobre a fiscalização dos orçamentos dos clubes ab initio, a aferição da sua viabilidade financeira, a influência e pressão junto do Governo para um regime fiscal excepcional para os clubes, nem uma palavra.. Bem diz o outro: dedique-se à política...
Categorias
Entidades
Normalmente quando se pretende fomentar uma imagem, deixa-se de lado o conteúdo pois o que importa é salvaguardar apenas o superficial.Ora, é esta a ideia que eu tenho do mandato exercido por Hermínio Loureiro à frente dos destinos da Liga.Chegou ao futebol vindo da política, sem que, até então, nada tivesse feito no mundo da bola.A sua principal preocupação foi tentar fazer passar, desde logo, a imagem que era uma homem sério, contido, com pedigree, pois já antes tinha percebido que a opinião pública fazia um juízo diametralmente oposto dos agentes desportivos.De seguida, e para reforçar essa sua imagem, encetou uma cruzada contra aqueles que, junto da maior parte da opinião pública (que aqui coincide na exacta medida com aqueles que simpatizam com os grandes clubes dos anos 60), personificavam tudo o que de mal existia no seio do futebol português.Daí até ter instaurado processos disciplinares e, na sequência, aplicado sanções severas e nefastas a Pinto da Costa e Valentim Loureiro, e, por arrasto, aos respectivos clubes, foi um pequeno passo.Para tal, e sem que tal tenha constituído uma pura coincidência, contou com a preciosa ajuda de um jurista sedento de protagonismo, o qual tinha sido escolhido cirurgicamente por Hermínio Loureiro para desempenhar as funções de Justiceiro-mor.No entanto, e enquanto o país assistia ao fazer da história por parte do Dr. Ricardo Costa, Hermínio Loureiro tentava passar pelo processo como aquela personagem que procura passar pelas gotas da chuva sem se molhar.. Até porque, se por um lado queria passar a imagem que tinha sido ele o autor de tais momentos históricos, por outro não queria dar azo a que fosse acusado pelos acusados de ser o mentor de tal vendetta; esse papel ele preferiu deixar a outros, mormente ao insigne e prestigiado jurista.Depois rebentou a bronca do apito ter sido completamente arrasado pelas instâncias judiciais, sobretudo porque estas é que aplicam a justiça nos estados de direito.A outra, a justiça do Dr. Hermínio Loureiro e do Dr. Ricardo Costa, é como que uma justiça à playstation: nós controlamos tudo, até o resultado, e praticamente submetemos o adversário à nossa vontade.Logo de seguida despoletou-se a barracada da arbitragem de Lucílio Baptista (o tal que não tem dúvidas mas que pergunta aos auxiliares se o podem ajudar) na final da Taça da Liga, e com isso o ruído bem sonoro dos dirigentes do Sporting contra o estado da sua Comissão de Arbitragem.Se até aí o Dr. Hermínio Loureiro ainda passava incólume a toda esta agitação, pois os simpatizantes dos grandes clubes dos anos 60 até simpatizavam com ele, a partir daí deixou de contar com o apoio de um dos seus grandes suportes: Sporting Clube de PortugalMais tarde, mas pouco mais, e mais só, começou a feder a questão dos salários em atraso nos clubes profissionais, e com eles, ou melhor, com a falta deles, a tão propalada e demagógica verdade desportiva (como se houvesse alguma verdade num jogo que de per si é fértil em pérfidas mentiras; vid. só a título de exemplo o jogo do F.C. Porto em Manchester - aquele resultado não é uma mentira?).Aí sentiu-se que Hermínio Loureiro tinha entrado por um beco sem saída, pois se em mais de 2 anos nada fez a esse respeito, a vergonha tornou-se agora insustentável, o que o obrigava a agir sob pena da sua imaculada imagem cair pelo cano.E o que é que fez Hermínio Loureiro?Algo bem ao seu estilo: engendrou uma medida que mais do que ser, antes parece que o é.No fundo, trata-se de uma mão cheia de nada, porque, sob a veste da penalização dos clubes com perda de pontos (imagem), permite a estes manter o actual status quo. Sobre a fiscalização dos orçamentos dos clubes ab initio, a aferição da sua viabilidade financeira, a influência e pressão junto do Governo para um regime fiscal excepcional para os clubes, nem uma palavra.. Bem diz o outro: dedique-se à política...