O candidato presidencial Jerónimo de Sousa e a dirigente do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) Heloísa Apolónia criticaram hoje a actuação do Presidente da República, Jorge Sampaio, em matéria ambiental. "Acho que Jorge Sampaio podia ter feito mais", comentou Jerónimo de Sousa, na sede do PCP, depois de questionado pelos jornalistas sobre a actuação do Presidente da República em defesa do ambiente. "Muitas vezes fez intervenções demais sobre o que não devia - como apelar a que se mudassem leis eleitorais - e depois teve um discurso muito genérico noutras", criticou o secretário-geral do PCP e candidato a Belém. Apesar de lembrar as presidências abertas do Presidente da República dedicadas, entre outros temas, ao ambiente, o candidato apoiado pelo PCP e pelo PEV concluiu que "neste último mandato Jorge Sampaio tem algum défice em relação a essa matéria". Antes, Sampaio foi também criticado pela dirigente do PEV Heloísa Apolónia, que entregou esta manhã a Jerónimo de Sousa 200 assinaturas de ambientalistas em apoio à sua candidatura presidencial, parte delas de militantes de "Os Verdes". Heloísa Apolónia declarou que o PEV "recorreu ao Presidente da República", Jorge Sampaio, diversas vezes ao longo dos seus dois mandatos, sobre questões como a co-incineração, a Lei-Quadro da Água ou as culturas transgénicas. "Devo dizer que ficámos desiludidos com a intervenção do Presidente da República. Não houve sequer um questionamento relativamente a estas matérias", lamentou a deputada do PEV, partido que concorre a eleições em coligação com o PCP. No encontro com Jerónimo de Sousa, a deputada fez questão de salientar que as assinaturas entregues são de "pessoas das mais diferentes localidades, actividades profissionais e idades", que vão "muito para além de militantes ou simpatizantes de 'Os Verdes'". A dirigente do PEV e o secretário-geral do PCP referiram ter uma identificação quanto às políticas de fundo e Heloísa Apolónia desvalorizou a abertura de Jerónimo de Sousa a estudos que comprovem haver benefícios na opção pela energia nuclear. "Com os dados que tem hoje em cima da mesa, Jerónimo de Sousa diria claramente não à construção de uma central nuclear em Portugal", sublinhou a deputada, enquanto o candidato do PCP reiterou essa posição mas considerou importante acompanhar a evolução científica. "Tenho informação de que hoje à escala mundial se discute muito alterações na forma de produção do nuclear. Falta provar a bondade dessa evolução, desses estudos", afirmou Jerónimo de Sousa. O candidato às presidenciais de 22 de Janeiro acrescentou, contudo, que "antes de pensar em qualquer cedência relativamente a este princípio de que Portugal deve ser uma zona sem nuclear", o país deve apostar nas "energias alternativas renováveis" para suprir o seu "défice energético".Público.pt26.12.2005 - 17h30 Lusa
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O candidato presidencial Jerónimo de Sousa e a dirigente do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) Heloísa Apolónia criticaram hoje a actuação do Presidente da República, Jorge Sampaio, em matéria ambiental. "Acho que Jorge Sampaio podia ter feito mais", comentou Jerónimo de Sousa, na sede do PCP, depois de questionado pelos jornalistas sobre a actuação do Presidente da República em defesa do ambiente. "Muitas vezes fez intervenções demais sobre o que não devia - como apelar a que se mudassem leis eleitorais - e depois teve um discurso muito genérico noutras", criticou o secretário-geral do PCP e candidato a Belém. Apesar de lembrar as presidências abertas do Presidente da República dedicadas, entre outros temas, ao ambiente, o candidato apoiado pelo PCP e pelo PEV concluiu que "neste último mandato Jorge Sampaio tem algum défice em relação a essa matéria". Antes, Sampaio foi também criticado pela dirigente do PEV Heloísa Apolónia, que entregou esta manhã a Jerónimo de Sousa 200 assinaturas de ambientalistas em apoio à sua candidatura presidencial, parte delas de militantes de "Os Verdes". Heloísa Apolónia declarou que o PEV "recorreu ao Presidente da República", Jorge Sampaio, diversas vezes ao longo dos seus dois mandatos, sobre questões como a co-incineração, a Lei-Quadro da Água ou as culturas transgénicas. "Devo dizer que ficámos desiludidos com a intervenção do Presidente da República. Não houve sequer um questionamento relativamente a estas matérias", lamentou a deputada do PEV, partido que concorre a eleições em coligação com o PCP. No encontro com Jerónimo de Sousa, a deputada fez questão de salientar que as assinaturas entregues são de "pessoas das mais diferentes localidades, actividades profissionais e idades", que vão "muito para além de militantes ou simpatizantes de 'Os Verdes'". A dirigente do PEV e o secretário-geral do PCP referiram ter uma identificação quanto às políticas de fundo e Heloísa Apolónia desvalorizou a abertura de Jerónimo de Sousa a estudos que comprovem haver benefícios na opção pela energia nuclear. "Com os dados que tem hoje em cima da mesa, Jerónimo de Sousa diria claramente não à construção de uma central nuclear em Portugal", sublinhou a deputada, enquanto o candidato do PCP reiterou essa posição mas considerou importante acompanhar a evolução científica. "Tenho informação de que hoje à escala mundial se discute muito alterações na forma de produção do nuclear. Falta provar a bondade dessa evolução, desses estudos", afirmou Jerónimo de Sousa. O candidato às presidenciais de 22 de Janeiro acrescentou, contudo, que "antes de pensar em qualquer cedência relativamente a este princípio de que Portugal deve ser uma zona sem nuclear", o país deve apostar nas "energias alternativas renováveis" para suprir o seu "défice energético".Público.pt26.12.2005 - 17h30 Lusa