Brutális: Rejeitada, sem surpresas

09-10-2009
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«As bancadas do PS, BE e PCP deixaram duras críticas ao tipo de linguagem utilizada no documento, onde se podem ler frases como «é preciso parar quanto antes com a matança dos inocentes» ou «abortar é o mesmo que matar»»[IOL Diário]Passo a mostrar um excerto das conclusões da petição do mais recente partido político (e católico) português, o Portugal Pró-Vida. Algumas das preocupações são comuns a toda a gente e merecem atenção, outras estão algo desfasadas da realidade.«Todos queremos perceber quem é que, no Parlamento, está realmente do lado da Vida e das gerações futuras que terão de arcar sozinhas com o fardo do inverno demográfico, agravado por medidas políticas anti-Família como as do aborto a pedido, divórcio a pedido, (des)educação sexual nas escolas, precarização profissional dos jovens pais e penalização dos pais casados e viúvos em sede de IRS»Em reacção à petição, destaca-se:««A Assembleia da República é a casa mãe da democracia, um órgão de soberania que não aceita lições de ética de uma qualquer moral que nos tentam impor», afirmou a deputada socialista Helena Terra. Heloísa Apolónia, do partido ecologista Os Verdes, criticou também de forma dura a linguagem «inqualificável» utilizada pelos peticionários.»Resta saber porque é que esta gente, que usa constantemente termos como "matança de bebés inocentes" ou "infanticídio", não faz uma petição ao encontro do que realmente defende ou (coerentemente) devia defender: uma moldura penal equivalente ao homicídio e proibição total de qualquer tipo de IVG, excepto (eventualmente) se a vida da mãe estiver em perigo (e ainda há quem a proiba, como a mui influenciada pelo catolicismo Nicarágua). Se por acaso esta lei voltasse atrás teríamos com certeza uma redução no número de abortos, atestada por estatísticas fiáveis de todos os vãos de escada do país, que se encarregariam de enviar os seus dados para o INE. As veladas pela vida seriam com certeza postas de lado pois o número de IVG legais iria cair para números residuais, em contraste com um aumento das sequelas associadas ao aborto clandestino, algo que não os parece preocupar tanto.Não esqueçamos ainda o facto de cada católico deste país dever votar com consciência. Respeito incondicional pela vida humana (em oposição ao respeito pela dignidade da mulher), família apenas baseada na "complementaridade homem-mulher" (provavelmente unidos pela santa madre igreja até que a morte ou a disfunção eréctil os separe) ou eutanásia (que para esta gente é sinónimo de "testamento vital") são, teoricamente, nucleares no que toca ao voto "católico". Vamos lá a ver quantos votos é que os partidos em sintonia (total ou parcial) com a ICAR (se é que os há) conseguem nas legislativas que aí vêm...Publicado também no Portal Ateu.


«As bancadas do PS, BE e PCP deixaram duras críticas ao tipo de linguagem utilizada no documento, onde se podem ler frases como «é preciso parar quanto antes com a matança dos inocentes» ou «abortar é o mesmo que matar»»[IOL Diário]Passo a mostrar um excerto das conclusões da petição do mais recente partido político (e católico) português, o Portugal Pró-Vida. Algumas das preocupações são comuns a toda a gente e merecem atenção, outras estão algo desfasadas da realidade.«Todos queremos perceber quem é que, no Parlamento, está realmente do lado da Vida e das gerações futuras que terão de arcar sozinhas com o fardo do inverno demográfico, agravado por medidas políticas anti-Família como as do aborto a pedido, divórcio a pedido, (des)educação sexual nas escolas, precarização profissional dos jovens pais e penalização dos pais casados e viúvos em sede de IRS»Em reacção à petição, destaca-se:««A Assembleia da República é a casa mãe da democracia, um órgão de soberania que não aceita lições de ética de uma qualquer moral que nos tentam impor», afirmou a deputada socialista Helena Terra. Heloísa Apolónia, do partido ecologista Os Verdes, criticou também de forma dura a linguagem «inqualificável» utilizada pelos peticionários.»Resta saber porque é que esta gente, que usa constantemente termos como "matança de bebés inocentes" ou "infanticídio", não faz uma petição ao encontro do que realmente defende ou (coerentemente) devia defender: uma moldura penal equivalente ao homicídio e proibição total de qualquer tipo de IVG, excepto (eventualmente) se a vida da mãe estiver em perigo (e ainda há quem a proiba, como a mui influenciada pelo catolicismo Nicarágua). Se por acaso esta lei voltasse atrás teríamos com certeza uma redução no número de abortos, atestada por estatísticas fiáveis de todos os vãos de escada do país, que se encarregariam de enviar os seus dados para o INE. As veladas pela vida seriam com certeza postas de lado pois o número de IVG legais iria cair para números residuais, em contraste com um aumento das sequelas associadas ao aborto clandestino, algo que não os parece preocupar tanto.Não esqueçamos ainda o facto de cada católico deste país dever votar com consciência. Respeito incondicional pela vida humana (em oposição ao respeito pela dignidade da mulher), família apenas baseada na "complementaridade homem-mulher" (provavelmente unidos pela santa madre igreja até que a morte ou a disfunção eréctil os separe) ou eutanásia (que para esta gente é sinónimo de "testamento vital") são, teoricamente, nucleares no que toca ao voto "católico". Vamos lá a ver quantos votos é que os partidos em sintonia (total ou parcial) com a ICAR (se é que os há) conseguem nas legislativas que aí vêm...Publicado também no Portal Ateu.

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