Almas Douradas: A MULTA DE EXCESSO DE VELOCIDADE

12-10-2009
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"Levantou um olhar comprido para o velocímetro agora baixando o ponteiro: 120km/hora numa área de 80km/h. A quarta vez em um mês! Como pode um cara se deixar apanhar desse jeito assim tão besta?"Quando a velocidade baixou para os 20km/h, encostou e esperou o carro de polícia que o seguia com as luzes piscando, deixando que ele se preocupasse com o perigo potencial do tráfego. Queria mais ver pelo espelho algum outro carro arrebentar-se na traseira do carro do guarda...Mas o que viu foi o mesmo saindo, prancheta e talão de multa na mão: "Era o Bob? O Bob da igreja?"Saltou rapidamente do carro, olhando o caminhar lento do guarda, imaginando a situação. Isso por si somente era pior que a multa!Um guarda apanhando um companheiro da própria igreja! Um sujeito que estava apenas um pouco ansioso para chegar em casa após um longo e cansativo dia de sexta feira no escritório... Um companheiro de igreja que poderia amanhã ir jogar golfe com ele!Ao chegar mais perto, era mesmo o Bob, que ele via sempre aos domingos, sem farda, na igreja. “Olá Bob! Imagina que eu vinha pensando se não te encontraria por ai, a me pegar nessa correria para chegar em casa e ver minha esposa e filhos. Parece que estava adivinhando!” Bob não sorriu. “É, eu adivinhei”, apenas murmurou sério, mas sem muita convicção. Parecia incerto sobre multar o companheiro de igreja.“Bob, eu tive uma semana difícil, e a Diane disse alguma coisa sobre um jantarzinho a dois essa noite. Você sabe o que isso significa... E isso me fez apressar para chegar em casa logo...”-“É, sei o que significa”, disse o Bob.-“Também sei que você tem uma excelente reputação na nossa vizinhança” e pensou rapidamente “Opa, isso não está no caminho certo. Melhor não elogiar a reputação que senão não escapo da multa..” E mudando de tática perguntou: “A que velocidade seu radar indicou que eu estava?”-“110 por hora”, disse o Bob. E encarando-o seriamente, pediu, mas com autoridade: “Por favor, sente-se no seu carro e aguarde.”- “Mas, Bob, eu não devia estar a mais de 90!” E ele percebeu que a mentira saíra fácil, ao mesmo tempo que dolorosa.- “Por favor, sente no carro e aguarde um minuto”, repetiu o Bob.Frustrado em suas tentativas, sentou-se, batendo a porta, sem abrir a janela, olhando perdido para o painel do carro... O Bob ficou ali, prancheta na mão, rabiscando pacientemente o bloco.-“Por quê ele não me pediu a carteira de motorista? Dane-se, também não vou entregar sem pedi-la...E nunca mais vou sentar perto dele na igreja. Ele vai ver comigo...”Uma pancadinha no vidro, e ele olhou para o Bob, com o papel dobrado na mão. Abriu a janela apenas uma fresta para pegar a multa , e secamente, ou melhor, com escárnio, ralhou um “Obrigado”, que Bob não deve ter ouvido, já a caminho de seu carro de polícia. Fitou o vulto que se afastava pelo retrovisor, pensando “Quanto me custou essa brincadeira?” e desdobrou o papel.- “Espera um pouco: o quê é isso? Uma piada?” Não era uma multa, mas um bilhete. Começou a ler:“Há um tempo atrás, eu tinha uma filha. Ela tinha seis anos quando foi morta por um automóvel em alta velocidade. O motorista ficou preso uns três meses, pagou uma multa.Ele pôde sair e abraçar as filhas, as três que tem. Eu tinha apenas essa filha menina, e agora tenho que esperar, Deus me ajude, que um dia chegue ao Céu para abraçá-la novamente. Mil vezes eu tenho tentado perdoar esse homem que atropelou minha filhaMil vezes eu achei que tinha conseguido perdoá-lo. Sempre vejo que não consegui, realmente. Mas eu preciso tentar de novo, eu preciso conseguir. Reze por mim. E tenha cuidado. Seu amigo, Bob.”Levantou a cabeça, a tempo de ainda ver o carro de Bob sumir à sua frente. Ficou ali, parado, por uns 15 minutos, pensando, até conseguir sair com o carro de novo e seguir caminho para casa. Foi rezando, pedindo perdão, e se imaginando a chegar em casa e abraçar esposa e filhos.**Se souber do nome do Autor favor repassar por e-mail**


"Levantou um olhar comprido para o velocímetro agora baixando o ponteiro: 120km/hora numa área de 80km/h. A quarta vez em um mês! Como pode um cara se deixar apanhar desse jeito assim tão besta?"Quando a velocidade baixou para os 20km/h, encostou e esperou o carro de polícia que o seguia com as luzes piscando, deixando que ele se preocupasse com o perigo potencial do tráfego. Queria mais ver pelo espelho algum outro carro arrebentar-se na traseira do carro do guarda...Mas o que viu foi o mesmo saindo, prancheta e talão de multa na mão: "Era o Bob? O Bob da igreja?"Saltou rapidamente do carro, olhando o caminhar lento do guarda, imaginando a situação. Isso por si somente era pior que a multa!Um guarda apanhando um companheiro da própria igreja! Um sujeito que estava apenas um pouco ansioso para chegar em casa após um longo e cansativo dia de sexta feira no escritório... Um companheiro de igreja que poderia amanhã ir jogar golfe com ele!Ao chegar mais perto, era mesmo o Bob, que ele via sempre aos domingos, sem farda, na igreja. “Olá Bob! Imagina que eu vinha pensando se não te encontraria por ai, a me pegar nessa correria para chegar em casa e ver minha esposa e filhos. Parece que estava adivinhando!” Bob não sorriu. “É, eu adivinhei”, apenas murmurou sério, mas sem muita convicção. Parecia incerto sobre multar o companheiro de igreja.“Bob, eu tive uma semana difícil, e a Diane disse alguma coisa sobre um jantarzinho a dois essa noite. Você sabe o que isso significa... E isso me fez apressar para chegar em casa logo...”-“É, sei o que significa”, disse o Bob.-“Também sei que você tem uma excelente reputação na nossa vizinhança” e pensou rapidamente “Opa, isso não está no caminho certo. Melhor não elogiar a reputação que senão não escapo da multa..” E mudando de tática perguntou: “A que velocidade seu radar indicou que eu estava?”-“110 por hora”, disse o Bob. E encarando-o seriamente, pediu, mas com autoridade: “Por favor, sente-se no seu carro e aguarde.”- “Mas, Bob, eu não devia estar a mais de 90!” E ele percebeu que a mentira saíra fácil, ao mesmo tempo que dolorosa.- “Por favor, sente no carro e aguarde um minuto”, repetiu o Bob.Frustrado em suas tentativas, sentou-se, batendo a porta, sem abrir a janela, olhando perdido para o painel do carro... O Bob ficou ali, prancheta na mão, rabiscando pacientemente o bloco.-“Por quê ele não me pediu a carteira de motorista? Dane-se, também não vou entregar sem pedi-la...E nunca mais vou sentar perto dele na igreja. Ele vai ver comigo...”Uma pancadinha no vidro, e ele olhou para o Bob, com o papel dobrado na mão. Abriu a janela apenas uma fresta para pegar a multa , e secamente, ou melhor, com escárnio, ralhou um “Obrigado”, que Bob não deve ter ouvido, já a caminho de seu carro de polícia. Fitou o vulto que se afastava pelo retrovisor, pensando “Quanto me custou essa brincadeira?” e desdobrou o papel.- “Espera um pouco: o quê é isso? Uma piada?” Não era uma multa, mas um bilhete. Começou a ler:“Há um tempo atrás, eu tinha uma filha. Ela tinha seis anos quando foi morta por um automóvel em alta velocidade. O motorista ficou preso uns três meses, pagou uma multa.Ele pôde sair e abraçar as filhas, as três que tem. Eu tinha apenas essa filha menina, e agora tenho que esperar, Deus me ajude, que um dia chegue ao Céu para abraçá-la novamente. Mil vezes eu tenho tentado perdoar esse homem que atropelou minha filhaMil vezes eu achei que tinha conseguido perdoá-lo. Sempre vejo que não consegui, realmente. Mas eu preciso tentar de novo, eu preciso conseguir. Reze por mim. E tenha cuidado. Seu amigo, Bob.”Levantou a cabeça, a tempo de ainda ver o carro de Bob sumir à sua frente. Ficou ali, parado, por uns 15 minutos, pensando, até conseguir sair com o carro de novo e seguir caminho para casa. Foi rezando, pedindo perdão, e se imaginando a chegar em casa e abraçar esposa e filhos.**Se souber do nome do Autor favor repassar por e-mail**

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