Almas Douradas: PARTILHA DE AMIGOS

12-10-2009
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PARTILHA DE AMIGOSQuando um casal se separa, logo vem à nossa cabeça a célebre cena da repartição de discos e livros."Devolva o Neruda que você me tomou e nunca leu" diz mais ou menos assim a belíssima canção de Chico Buarque sobre o assunto.Eu nunca passei por esta situação mas imagino que deva ser difícil estabelecer com quem ficam as fotos e todas as outras provas materiais de uma vida em comum.Porém, mais difícil ainda é dividir o imaterial. Quem fica com os amigos?A resposta lógica seria: com ambos. Mas a lógica nem sempre impera nestas horas. Casamentos que acabam em rancor, mágoa e ciúmes (quase todos) resultam por separar também algumas amizades que foram constituídas durante o matrimônio.Não há contrato que estipule: "o João Ramires é meu, a Valéria Soares é sua". Simplesmente as amizades vão se adaptando forçosamente à nova realidade.Se João era amigo de infância do marido, tende a manter com ele a amizade, a tomar suas dores, a oferecer seu ombro, enquanto que a ex-esposa é amparada pela Valéria, que vai dar todo o apoio à recém-separada, convidando-a para jantar e ouvindo suas queixas.Aos poucos, João será só de um e Valéria será só de outro, mesmo ambos tendo afeto pelas partes que se foram.Sofrem todos nesta disputa velada. Sofre, primeiramente, o casal que se divorciou e que, de uma hora para outra, perde a convivência com alguns amigos que faziam parte da sua rotina.E sofrem os amigos, que não gostariam de optar entre um e outro, mas que se sentem obrigados a serem fiéis a um só, para que este não se sinta traído.É comum as mulheres ficarem chateadas quando a melhor amiga e o marido desta saem com seu ex e a nova namorada dele.Convites para festa, então, vira uma negociação das arábias. Há quem ache que se deva convidar apenas aquele que está mais caído. Outros convidam apenas aquele com quem têm mais intimidade. E há quem convide os dois litigiosos e salve-se quem puder.Este dilema só será resolvido quando todos os casais separados conseguirem conviver em paz e harmonia, sem mágoas, sem ciúmes, sem rancores partilhados.Não custa sonhar.© Martha Medeiros


PARTILHA DE AMIGOSQuando um casal se separa, logo vem à nossa cabeça a célebre cena da repartição de discos e livros."Devolva o Neruda que você me tomou e nunca leu" diz mais ou menos assim a belíssima canção de Chico Buarque sobre o assunto.Eu nunca passei por esta situação mas imagino que deva ser difícil estabelecer com quem ficam as fotos e todas as outras provas materiais de uma vida em comum.Porém, mais difícil ainda é dividir o imaterial. Quem fica com os amigos?A resposta lógica seria: com ambos. Mas a lógica nem sempre impera nestas horas. Casamentos que acabam em rancor, mágoa e ciúmes (quase todos) resultam por separar também algumas amizades que foram constituídas durante o matrimônio.Não há contrato que estipule: "o João Ramires é meu, a Valéria Soares é sua". Simplesmente as amizades vão se adaptando forçosamente à nova realidade.Se João era amigo de infância do marido, tende a manter com ele a amizade, a tomar suas dores, a oferecer seu ombro, enquanto que a ex-esposa é amparada pela Valéria, que vai dar todo o apoio à recém-separada, convidando-a para jantar e ouvindo suas queixas.Aos poucos, João será só de um e Valéria será só de outro, mesmo ambos tendo afeto pelas partes que se foram.Sofrem todos nesta disputa velada. Sofre, primeiramente, o casal que se divorciou e que, de uma hora para outra, perde a convivência com alguns amigos que faziam parte da sua rotina.E sofrem os amigos, que não gostariam de optar entre um e outro, mas que se sentem obrigados a serem fiéis a um só, para que este não se sinta traído.É comum as mulheres ficarem chateadas quando a melhor amiga e o marido desta saem com seu ex e a nova namorada dele.Convites para festa, então, vira uma negociação das arábias. Há quem ache que se deva convidar apenas aquele que está mais caído. Outros convidam apenas aquele com quem têm mais intimidade. E há quem convide os dois litigiosos e salve-se quem puder.Este dilema só será resolvido quando todos os casais separados conseguirem conviver em paz e harmonia, sem mágoas, sem ciúmes, sem rancores partilhados.Não custa sonhar.© Martha Medeiros

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