Bom feeling...: a semente que cresce

05-10-2009
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Ontem a M. não queria ir à escola por um motivo mais incisivo do que os habituais. No dia anterior fez uma das suas travessuras e quando foi chamada à atenção ainda começou a rir em atitude provocatória! Nestas situações, o riso por vezes sai-lhe como um tique nervoso, mas noutras alturas ela tem mesmo a intenção de gozar. Eu sei! Eu conheço a peça!!! Não sei qual foi o caso, mas sei que a educadora ficou realmente chateada com ela. Há dias em que a M. está particularmente agitada e os disparates e provocações sucedem-se em catadupa, não obstante a nossa atitude castradora ou mais permissiva (já experimentei as duas e todas as entremédias). Quando a fui buscar, a educadora disse-lhe: "- Amanhã conversamos!". Logo aí, ainda na sala, a M. me pediu encarecidamente que não a levasse para a escola no dia seguinte. É difícil ver um filho a pedir-nos encarecidamente seja o que for, principalmente quando percebemos que há aflição por trás desse pedido. As palavras da educadora devem ter-lhe ficado a ecoar toda a noite na cabecinha. No dia seguinte, mal acordou já estava a dizer que não queria ir para a escola porque a Márcia estava zangada com ela. Eu expliquei-lhe que tinha que ir e que teria que arcar com as consequências do seu mau acto. Também lhe desmistifiquei o que se iria passar, pois percebi que ela estava aterrorizada. Expliquei-lhe que a Márcia lhe iria dizer o que ela tinha feito de mal e que ela teria que ser bem educada e não se rir em tom de gozo quando lhe dão um ralhete. Fi-la perceber (na sequência do dia anterior) que tinha agido muito mal e porquê. Disse-lhe também que devia pedir desculpas sentidas à Márcia e não deveria repetir os disparates. Tentei incutir-lhe alguma responsabilidade no que respeita aos exemplos que fatalmente dá (por já ter 5 anos) aos meninos mais pequeninos (de 3 anos) lá na escola. Esta parte custou-lhe a entender, e ainda não estou certa que tenha conseguído. Lá foi com o pai para a escolinha e, surpreendentemente, ficou sem mais hesitações do que as do costume (esconde-se atrás das nossas pernas a dizer que tem vergonha).Ao final da tarde, quando a fui buscar, vi que ela estava muito bem disposta e mais sossegada. Perguntei-lhe como tinha corrido a conversa com a Márcia ao que me respondeu:M.: - Eu pedi-lhe desculpa ao pé dela e ela ficou contente porque eu fui uma menina bonita.Eu: - Então não te riste. Falaste a sério, não foi?M.: - Eu ri, porque quando a Márcia ficou contente eu já pude rir!É assim! A M. passa a vida a rir, é muito bem disposta! E superou o medo de enfrentar o raspanete sem grandes dramas e uma risota de alivio no final! Está a crescer a minha sementinha!Imagens: Estudos de cor para uma tela para o quarto da M.


Ontem a M. não queria ir à escola por um motivo mais incisivo do que os habituais. No dia anterior fez uma das suas travessuras e quando foi chamada à atenção ainda começou a rir em atitude provocatória! Nestas situações, o riso por vezes sai-lhe como um tique nervoso, mas noutras alturas ela tem mesmo a intenção de gozar. Eu sei! Eu conheço a peça!!! Não sei qual foi o caso, mas sei que a educadora ficou realmente chateada com ela. Há dias em que a M. está particularmente agitada e os disparates e provocações sucedem-se em catadupa, não obstante a nossa atitude castradora ou mais permissiva (já experimentei as duas e todas as entremédias). Quando a fui buscar, a educadora disse-lhe: "- Amanhã conversamos!". Logo aí, ainda na sala, a M. me pediu encarecidamente que não a levasse para a escola no dia seguinte. É difícil ver um filho a pedir-nos encarecidamente seja o que for, principalmente quando percebemos que há aflição por trás desse pedido. As palavras da educadora devem ter-lhe ficado a ecoar toda a noite na cabecinha. No dia seguinte, mal acordou já estava a dizer que não queria ir para a escola porque a Márcia estava zangada com ela. Eu expliquei-lhe que tinha que ir e que teria que arcar com as consequências do seu mau acto. Também lhe desmistifiquei o que se iria passar, pois percebi que ela estava aterrorizada. Expliquei-lhe que a Márcia lhe iria dizer o que ela tinha feito de mal e que ela teria que ser bem educada e não se rir em tom de gozo quando lhe dão um ralhete. Fi-la perceber (na sequência do dia anterior) que tinha agido muito mal e porquê. Disse-lhe também que devia pedir desculpas sentidas à Márcia e não deveria repetir os disparates. Tentei incutir-lhe alguma responsabilidade no que respeita aos exemplos que fatalmente dá (por já ter 5 anos) aos meninos mais pequeninos (de 3 anos) lá na escola. Esta parte custou-lhe a entender, e ainda não estou certa que tenha conseguído. Lá foi com o pai para a escolinha e, surpreendentemente, ficou sem mais hesitações do que as do costume (esconde-se atrás das nossas pernas a dizer que tem vergonha).Ao final da tarde, quando a fui buscar, vi que ela estava muito bem disposta e mais sossegada. Perguntei-lhe como tinha corrido a conversa com a Márcia ao que me respondeu:M.: - Eu pedi-lhe desculpa ao pé dela e ela ficou contente porque eu fui uma menina bonita.Eu: - Então não te riste. Falaste a sério, não foi?M.: - Eu ri, porque quando a Márcia ficou contente eu já pude rir!É assim! A M. passa a vida a rir, é muito bem disposta! E superou o medo de enfrentar o raspanete sem grandes dramas e uma risota de alivio no final! Está a crescer a minha sementinha!Imagens: Estudos de cor para uma tela para o quarto da M.

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