FlipVinagre: Alda Lara...uma poetisa da minha outra Pátria...

29-09-2009
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"Quadras da minha solidão" Fica longe o sol que vi, aquecer meu corpo outrora... Como é breve o sol daqui! E como é longa esta hora... Donde estou vejo partir quem parte certo e feliz. Só eu fico. E sonho ir, rumo ao sol do meu país... Por isso as asas dormentes, suspiram por outro céu. Mas ai delas! tão doentes, não podem voar mais eu... que comigo, preso a mim, tudo quanto sei de cor... Chamem-lhe nomes sem fim, por todos responde a dor. Mas dor de quê? dor de quem, se nada tenho a sofrer?... Saudade?...Amor?...Sei lá bem! É qualquer coisa a morrer... E assim, no pulso dos dias, sinto chegar outro Outono... passam as horas esguias, levando o meu abandono...Alda Ferreira Pires Barreto de Lara Albuquerque nasceu em Benguela, Angola, a 9 de Junho de 1930, e faleceu em Cambambe, Angola, a 30 de Janeiro de 1962. Era casada com o escritor Orlando Albuquerque. Muito nova veio para Lisboa onde concluiu o 7º ano dos liceus. Frequentou as Faculdades de Medicina de Lisboa e Coimbra, formando-se por esta última com a apresentação da tese de licenciatura sobre psiquiatria infantil. Em Lisboa esteve ligada a algumas das actividades da Casa dos Estudantes do Império. Declamadora, chamou a atenção para os poetas africanos, que então quase ninguém conhecia. Depois da sua morte, a Câmara Municipal de Sá da Bandeira (actual Lubango) instituíu o Prémio Alda Lara para poesia. Orlando Albuquerque propôs-se editar-lhe postumamente toda a obra e nesse caminho reuniu e publicou já um volume de poesias e um caderno de contos. Colaborou em alguns jornais ou revistas, incluindo a Mensagem (CEI). Figura em: Antologia de poesias angolanas, Nova Lisboa, 1958; amostra de poesia in Estudos Ultramarinos, nº 3, Lisboa1959; Antologia da terra portuguesa - Angola, Lisboa, s/d (1961?); Poetas angolanos, Lisboa, 1962; Poetas e contistas africanos, S.Paulo, 1963; Mákua 2 - antologia poética, Sá da Bandeira, 1963; Mákua 3, idem; Antologia poética angolana, Sá da Bandeira, 1963; Contos portugueses do ultramar - Angola, 2º vol, Porto, 1969. Livros póstumos: Poemas, Sá da Bandeira, 1966; Tempo de chuva, 1973.


"Quadras da minha solidão" Fica longe o sol que vi, aquecer meu corpo outrora... Como é breve o sol daqui! E como é longa esta hora... Donde estou vejo partir quem parte certo e feliz. Só eu fico. E sonho ir, rumo ao sol do meu país... Por isso as asas dormentes, suspiram por outro céu. Mas ai delas! tão doentes, não podem voar mais eu... que comigo, preso a mim, tudo quanto sei de cor... Chamem-lhe nomes sem fim, por todos responde a dor. Mas dor de quê? dor de quem, se nada tenho a sofrer?... Saudade?...Amor?...Sei lá bem! É qualquer coisa a morrer... E assim, no pulso dos dias, sinto chegar outro Outono... passam as horas esguias, levando o meu abandono...Alda Ferreira Pires Barreto de Lara Albuquerque nasceu em Benguela, Angola, a 9 de Junho de 1930, e faleceu em Cambambe, Angola, a 30 de Janeiro de 1962. Era casada com o escritor Orlando Albuquerque. Muito nova veio para Lisboa onde concluiu o 7º ano dos liceus. Frequentou as Faculdades de Medicina de Lisboa e Coimbra, formando-se por esta última com a apresentação da tese de licenciatura sobre psiquiatria infantil. Em Lisboa esteve ligada a algumas das actividades da Casa dos Estudantes do Império. Declamadora, chamou a atenção para os poetas africanos, que então quase ninguém conhecia. Depois da sua morte, a Câmara Municipal de Sá da Bandeira (actual Lubango) instituíu o Prémio Alda Lara para poesia. Orlando Albuquerque propôs-se editar-lhe postumamente toda a obra e nesse caminho reuniu e publicou já um volume de poesias e um caderno de contos. Colaborou em alguns jornais ou revistas, incluindo a Mensagem (CEI). Figura em: Antologia de poesias angolanas, Nova Lisboa, 1958; amostra de poesia in Estudos Ultramarinos, nº 3, Lisboa1959; Antologia da terra portuguesa - Angola, Lisboa, s/d (1961?); Poetas angolanos, Lisboa, 1962; Poetas e contistas africanos, S.Paulo, 1963; Mákua 2 - antologia poética, Sá da Bandeira, 1963; Mákua 3, idem; Antologia poética angolana, Sá da Bandeira, 1963; Contos portugueses do ultramar - Angola, 2º vol, Porto, 1969. Livros póstumos: Poemas, Sá da Bandeira, 1966; Tempo de chuva, 1973.

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