De outro dia (quarta?, já não me recordo), ficou-me a inquietação da palavra "cromo" num artigo sobre a clonagem. "Cromo", no sentido em que a discussão científica e séria sobre a clonagem foi atrapalhada por verdadeiros cromos, como os raelitas. Não era uma citação, mas uma afirmação directa da jornalista no âmbito de uma reflexão sobre os 10 anos da ovelha Dolly. Alguém tem opinião sobre isto? Será que o uso já fez a palavra "cromo" passar a barreira do calão? Hum...Seja como for, hoje também houve coisas curiosas. Por exemplo, na coluna de conselhos médicos de Helena Pinto Ferreira e Rui Represas (revista Xis, página 34), respondendo a uma dúvida sobre a doença de Crohn, diz-se que ela "pode atingir qualquer pessoa, embora seja mais comum nas mulheres, nos indivíduos de raça branca e na etnia judaica". Ora, isto é engraçado, porque a única pessoa que eu conheço com doença de Crohn é homem, mulato e de educação católica. Além do mais: etnia judaica? Na Wikipedia, "etnia" é "uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas e culturais e semelhanças genéticas". Ora, se é que ainda faz sentido falar de semelhança genética depois da descodificação do genoma, qual é a que existe entre Francisco José Viegas e Lenny Kravitz para além daquela que existe entre todas as pessoas e que, afinal, é quase toda? E, mesmo assim, que judeus? Os sefarditas? Os asquenazi? Só na Wikipedia portuguesa há 9 grupos... Se o artigo dissesse que a doença é mais frequente em indivíduos de etnia cristã, continuaria firme na sua discrição?
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De outro dia (quarta?, já não me recordo), ficou-me a inquietação da palavra "cromo" num artigo sobre a clonagem. "Cromo", no sentido em que a discussão científica e séria sobre a clonagem foi atrapalhada por verdadeiros cromos, como os raelitas. Não era uma citação, mas uma afirmação directa da jornalista no âmbito de uma reflexão sobre os 10 anos da ovelha Dolly. Alguém tem opinião sobre isto? Será que o uso já fez a palavra "cromo" passar a barreira do calão? Hum...Seja como for, hoje também houve coisas curiosas. Por exemplo, na coluna de conselhos médicos de Helena Pinto Ferreira e Rui Represas (revista Xis, página 34), respondendo a uma dúvida sobre a doença de Crohn, diz-se que ela "pode atingir qualquer pessoa, embora seja mais comum nas mulheres, nos indivíduos de raça branca e na etnia judaica". Ora, isto é engraçado, porque a única pessoa que eu conheço com doença de Crohn é homem, mulato e de educação católica. Além do mais: etnia judaica? Na Wikipedia, "etnia" é "uma comunidade humana definida por afinidades linguísticas e culturais e semelhanças genéticas". Ora, se é que ainda faz sentido falar de semelhança genética depois da descodificação do genoma, qual é a que existe entre Francisco José Viegas e Lenny Kravitz para além daquela que existe entre todas as pessoas e que, afinal, é quase toda? E, mesmo assim, que judeus? Os sefarditas? Os asquenazi? Só na Wikipedia portuguesa há 9 grupos... Se o artigo dissesse que a doença é mais frequente em indivíduos de etnia cristã, continuaria firme na sua discrição?