Dra. Helena Oliveira

18-02-2008
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Quem é Quem » Dra. Helena Oliveira

Ana Tomás

Data: 2006-01-29

A primeira a saber. Um nódulo na mama. Será maligno? Uma mulher angustiada. É preciso um diagnóstico correcto. Aqui entra em cena, a Dra. Helena Oliveira. Faz uma citologia aspirativa com agulha fina. Conjuga os dados clínicos, com as imagens (mamografia) e a observação ao microscópio das células que obtém da punção. Está em condições de dar o veredicto.

“No caso dos tumores vamos procurar os critérios que indicam qual é o prognóstico da doença ”, diz-nos a directora do Serviço de Anatomia Patológica do Hospital de Cascais, uma especialidade que consiste no estudo dos tecidos. Pouco conhecida da maioria das pessoas e, contudo, essencial.

Em que consiste a anatomia patológica ?

A anatomia patológica consiste no estudo dos tecidos ( histologia ). Observamos as peças cirúrgicas, as biopsias efectuadas aos doentes ou as células ( citologia ). Fazemos diagnósticos olhando para esses tecidos ou células. No caso dos tumores vamos procurar os critérios que indicam qual é o prognóstico da doença, qual o seu estadiamento, e fazemos o diagnóstico que é depois enviado ao clínico que nos pede o exame.

Este, depois, baseado no diagnóstico, aplica ou não o tratamento , consoante as circunstâncias. Temos sempre em atenção não dar somente o diagnóstico mas também dar factores de prognóstico e de tratamento.

Actualmente, existe uma área onde temos grande intervenção com os doentes, que são as citologias aspirativas com agulha fina. Têm grande importância na patologia da mama quando uma mulher tem um nódulo da mama e é preciso ser estabelecido o seu diagnóstico correcto. Para além da conjugação dos dados clínicos e das imagens (mamografias) fazemos a punção aspirativa onde obtemos células, que vamos observar para fazer um diagnóstico.

A colheita nos doentes é efectuada aqui no serviço e é nessa altura que os doentes conhecem e percebem que esta especialidade existe. É das poucas alturas em que temos contacto directo com os doentes e é muito compensador.

Qual é o percurso natural de uma peça no serviço?

Tomemos por exemplo uma vesícula biliar que foi retirada. A peça chega ao serviço, olhamos para ela, vamos medi-la, abri-la, descrever se há alguma coisa anormal e colhemos fragmentos que representem aquilo que iremos ver microscopicamente. Esses fragmentos são incluídos em blocos de parafina para posteriormente serem cortados em cortes finíssimos que são corados e dispostos em lâminas de vidro que observamos ao microsc ópio .

Também fazem autópsias?

Aqui só fazemos autópsias clínicas, ou seja, todas aquelas que têm uma pergunta clínica feita por trás que se pretende ver respondida (por exemplo, uma intervenção que não correu bem). As outras são as autópsias médico -legais que são pedidas por causas normalmente traumáticas, como acidentes de automóveis e noutros casos de morte violenta. São feitas aqui no concelho, na Guia, ou no Instituto de Medicina Legal.

A autópsia serve, historicamente, como um método de aprendizagem. A medicina moderna é baseada no estudo dos cadáveres, portanto, continuamos a ter que as fazer e a ter que explicar fenómenos. Pode ser desagradável, mas não tem nada de mórbido .

Qual a área que mais a agrada e a que menos a agrada?

De coração , a que mais gosto é a citologia. É aquela que me fez voltar a ver doentes e a ter contacto com eles. A que menos gosto é as autópsias porque é a que considero mais difícil de ultrapassar os medos próprios de cada um em relação à morte.

Quem é Quem » Dra. Helena Oliveira

Ana Tomás

Data: 2006-01-29

A primeira a saber. Um nódulo na mama. Será maligno? Uma mulher angustiada. É preciso um diagnóstico correcto. Aqui entra em cena, a Dra. Helena Oliveira. Faz uma citologia aspirativa com agulha fina. Conjuga os dados clínicos, com as imagens (mamografia) e a observação ao microscópio das células que obtém da punção. Está em condições de dar o veredicto.

“No caso dos tumores vamos procurar os critérios que indicam qual é o prognóstico da doença ”, diz-nos a directora do Serviço de Anatomia Patológica do Hospital de Cascais, uma especialidade que consiste no estudo dos tecidos. Pouco conhecida da maioria das pessoas e, contudo, essencial.

Em que consiste a anatomia patológica ?

A anatomia patológica consiste no estudo dos tecidos ( histologia ). Observamos as peças cirúrgicas, as biopsias efectuadas aos doentes ou as células ( citologia ). Fazemos diagnósticos olhando para esses tecidos ou células. No caso dos tumores vamos procurar os critérios que indicam qual é o prognóstico da doença, qual o seu estadiamento, e fazemos o diagnóstico que é depois enviado ao clínico que nos pede o exame.

Este, depois, baseado no diagnóstico, aplica ou não o tratamento , consoante as circunstâncias. Temos sempre em atenção não dar somente o diagnóstico mas também dar factores de prognóstico e de tratamento.

Actualmente, existe uma área onde temos grande intervenção com os doentes, que são as citologias aspirativas com agulha fina. Têm grande importância na patologia da mama quando uma mulher tem um nódulo da mama e é preciso ser estabelecido o seu diagnóstico correcto. Para além da conjugação dos dados clínicos e das imagens (mamografias) fazemos a punção aspirativa onde obtemos células, que vamos observar para fazer um diagnóstico.

A colheita nos doentes é efectuada aqui no serviço e é nessa altura que os doentes conhecem e percebem que esta especialidade existe. É das poucas alturas em que temos contacto directo com os doentes e é muito compensador.

Qual é o percurso natural de uma peça no serviço?

Tomemos por exemplo uma vesícula biliar que foi retirada. A peça chega ao serviço, olhamos para ela, vamos medi-la, abri-la, descrever se há alguma coisa anormal e colhemos fragmentos que representem aquilo que iremos ver microscopicamente. Esses fragmentos são incluídos em blocos de parafina para posteriormente serem cortados em cortes finíssimos que são corados e dispostos em lâminas de vidro que observamos ao microsc ópio .

Também fazem autópsias?

Aqui só fazemos autópsias clínicas, ou seja, todas aquelas que têm uma pergunta clínica feita por trás que se pretende ver respondida (por exemplo, uma intervenção que não correu bem). As outras são as autópsias médico -legais que são pedidas por causas normalmente traumáticas, como acidentes de automóveis e noutros casos de morte violenta. São feitas aqui no concelho, na Guia, ou no Instituto de Medicina Legal.

A autópsia serve, historicamente, como um método de aprendizagem. A medicina moderna é baseada no estudo dos cadáveres, portanto, continuamos a ter que as fazer e a ter que explicar fenómenos. Pode ser desagradável, mas não tem nada de mórbido .

Qual a área que mais a agrada e a que menos a agrada?

De coração , a que mais gosto é a citologia. É aquela que me fez voltar a ver doentes e a ter contacto com eles. A que menos gosto é as autópsias porque é a que considero mais difícil de ultrapassar os medos próprios de cada um em relação à morte.

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