Rascunhos... escrever Gouveia.: Entre o mais e o menos.

03-10-2009
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Muitos episódios, da cena política nacional, ocorreram desde a última vez que aqui tive oportunidade de alinhar meia dúzia de palavras. Esta ausência constitui-se como o primeiro sintoma da minha menor disponibilidade futura para o blog. Todavia, não é isso que importa agora: vamos aos acontecimentos.Apesar de ter visto hoje, em Coimbra, alguns dos nossos distintos governantes, nos seus reluzentes bólides negros, não foi esta a matéria, relacionada com a sua visita, que me seduziu. Decidi escolher outros três momentos marcantes destes dois últimos dias: 1- Debate entre Paulo Portas e José Sócrates; 2- Suspensão do Jornal Nacional da Sexta-feira da TVI; 3- Debate entre Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã.1- Diria, para começar e de forma resumida, que não gostei do debate entre Paulo Portas e José Sócrates. Não pela capacidade argumentativa de cada um dos contentores, mas pela gritaria em que se transformou a partir dos primeiros vinte/vinte e cinco minutos. Esperava mais deles. Apesar disso e fora isso, vamos aos aspectos mais significativos: Paulo Portas, a quem coube por sorteio iniciar o debate, avançou forte, sereno e seguro, na apresentação de um conjunto de indicadores macro-económicos que colocaram José Sócrates em dificuldade. Levava a lição bem estudada. Na resposta, muito bem diga-se de passagem, Sócrates contrapôs um conjunto de outros indicadores, enquadrando-os no tempo, de modo a contemporizá-los com a crise económica mundial que agora parece querer dar sinais de estabilizar, criando as necessárias condições para uma recuperação efectiva. A partir daqui instalou-se a confusão e as mensagens não passaram para o espectador com tanta facilidade. Sócrates encontrava-se melhor preparado do ponto de vista técnico, levando Paulo Portas às cordas em matérias como o finaciamento da Segurança Social e Segurança dos cidadãos, obrigando Portas a reconhecer que tinha votado a Lei que depois foi célere em criticar. Paulo Portas arrasou na educação, obrigando Sócrates a um grande desvio para evitar o tema "professores". Finalmente, neste frente a frente entre os dois melhores políticos "profissionais" do parlamento, Paulo Portas evidenciou mais à vontade na vulgar troca de galhardetes, sendo que o de dormir com a consciência tranquila a propósito da política da saúde do governo, foi o melhor deles em resposta ao ataque que estava ser alvo pelo "seu" ministro ter assinado o despacho relativo ao cancelamento dos equipamentos sociais.2- Manuela Moura Guedes: este episódio faz-me lembrar a "estoria" do menino que simulava o seu afogamento e quando os adultos lá chegavam, para o salvar, verificavam que era uma simulação, uma brincadeira, até ao dia em que foi a sério e ninguém devidiu lá ir prestar uma ajuda! É nesta situação em que se encontra agora José Sócrates. Tenho sérias dúvidas que Sócrates, ou alguém por ele, tenha tido qualquer intervenção directa nesta decisão. Todavia, as suspeitas continuam a pairar no ar, mais por culpa das asneiras do passado do que pela convicção generalizada da sua culpabilidade. Ficou mal ao PSD o tom das suas críticas, que destoaram das dos outros partidos que ressalvaram sempre com um se (a ter acontecido)...3- Finalmente, gostei de assistir ao debate entre Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã. Pleno de civilidade, tendo permitido aos entervistados apresentar os seus programas, as suas ideias, as suas diferenças e a forma como se comportarão no futuro relativamente ao partido que vier a ganhar as eleições. Entre o mais e o menos, este foi o mais. Gostei, simplesmente!


Muitos episódios, da cena política nacional, ocorreram desde a última vez que aqui tive oportunidade de alinhar meia dúzia de palavras. Esta ausência constitui-se como o primeiro sintoma da minha menor disponibilidade futura para o blog. Todavia, não é isso que importa agora: vamos aos acontecimentos.Apesar de ter visto hoje, em Coimbra, alguns dos nossos distintos governantes, nos seus reluzentes bólides negros, não foi esta a matéria, relacionada com a sua visita, que me seduziu. Decidi escolher outros três momentos marcantes destes dois últimos dias: 1- Debate entre Paulo Portas e José Sócrates; 2- Suspensão do Jornal Nacional da Sexta-feira da TVI; 3- Debate entre Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã.1- Diria, para começar e de forma resumida, que não gostei do debate entre Paulo Portas e José Sócrates. Não pela capacidade argumentativa de cada um dos contentores, mas pela gritaria em que se transformou a partir dos primeiros vinte/vinte e cinco minutos. Esperava mais deles. Apesar disso e fora isso, vamos aos aspectos mais significativos: Paulo Portas, a quem coube por sorteio iniciar o debate, avançou forte, sereno e seguro, na apresentação de um conjunto de indicadores macro-económicos que colocaram José Sócrates em dificuldade. Levava a lição bem estudada. Na resposta, muito bem diga-se de passagem, Sócrates contrapôs um conjunto de outros indicadores, enquadrando-os no tempo, de modo a contemporizá-los com a crise económica mundial que agora parece querer dar sinais de estabilizar, criando as necessárias condições para uma recuperação efectiva. A partir daqui instalou-se a confusão e as mensagens não passaram para o espectador com tanta facilidade. Sócrates encontrava-se melhor preparado do ponto de vista técnico, levando Paulo Portas às cordas em matérias como o finaciamento da Segurança Social e Segurança dos cidadãos, obrigando Portas a reconhecer que tinha votado a Lei que depois foi célere em criticar. Paulo Portas arrasou na educação, obrigando Sócrates a um grande desvio para evitar o tema "professores". Finalmente, neste frente a frente entre os dois melhores políticos "profissionais" do parlamento, Paulo Portas evidenciou mais à vontade na vulgar troca de galhardetes, sendo que o de dormir com a consciência tranquila a propósito da política da saúde do governo, foi o melhor deles em resposta ao ataque que estava ser alvo pelo "seu" ministro ter assinado o despacho relativo ao cancelamento dos equipamentos sociais.2- Manuela Moura Guedes: este episódio faz-me lembrar a "estoria" do menino que simulava o seu afogamento e quando os adultos lá chegavam, para o salvar, verificavam que era uma simulação, uma brincadeira, até ao dia em que foi a sério e ninguém devidiu lá ir prestar uma ajuda! É nesta situação em que se encontra agora José Sócrates. Tenho sérias dúvidas que Sócrates, ou alguém por ele, tenha tido qualquer intervenção directa nesta decisão. Todavia, as suspeitas continuam a pairar no ar, mais por culpa das asneiras do passado do que pela convicção generalizada da sua culpabilidade. Ficou mal ao PSD o tom das suas críticas, que destoaram das dos outros partidos que ressalvaram sempre com um se (a ter acontecido)...3- Finalmente, gostei de assistir ao debate entre Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã. Pleno de civilidade, tendo permitido aos entervistados apresentar os seus programas, as suas ideias, as suas diferenças e a forma como se comportarão no futuro relativamente ao partido que vier a ganhar as eleições. Entre o mais e o menos, este foi o mais. Gostei, simplesmente!

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