O Carmo e a Trindade: Lisboa na encruzilhada do vazio

26-06-2009
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As políticas, para lá da políticaLisboa bateu mesmo lá em baixo, no bas-fond. Um sítio onde não há luz nem caminho. A política não funciona. As políticas também não. PSD e PS fazem contas de somar e subtrair. Marina Ferreira também.Marques Mendes vai ter ma semana horrível. É a vez dele. Fontão e Carmona Rodrigues já tiveram as suas.Sócrates espera mais uns degraus nesta escadaria em que a CML só tem sabido descer.Esse é o nível complexo da política.As políticasMas convinha agora reflectir também sobre as políticas, para lá da política. Ou seja: e as políticas sectoriais? Vamos às mais importantes, caso a caso.1. Política ambientalPontos quentes como as árvores do Campo Pequeno, o Parque da Bela Vista (os impactos do Creamfields que aí vem), as árvores das avenidas, as zonas verdes, os jardins (esqueçam os jardins digitais do folclore pacóvio).2. Política urbanísticaUm descalabro, para lá dessas histórias escabrosas do Porto de Lisboa agora virado ao turismo e dos casos em investigação na PJ (Parque Mayer, Feira Popular, Infante Santo, Vale de Santo António etc.), há todo um vazio que incomoda: o recurso ao despacho e ao loteamento «ad hoc» em vez do plano, o caso concreto em vez do planeamento da Cidade, o Plano Director Municipal ultrapassado a cada pé de passada em razão de razões do investimento em vez de o ser em razão de razões de interesse público quando tivesse de o ser…3. Política culturalUmas acções desgarradas, poucas, mas que mesmo assim ainda brilham no meio deste marasmo. Mas as estruturas físicas estão tão mal tratadas que o milagre é não ruírem de vez. Bibliotecas em ruína, então, é mato (por exemplo): há cinco anos que não se investe um tostão na sua reabilitação...4. Política desportivaO silêncio. Piscinas fechadas, projectos abandonados, uns subsídios à clientela e pouco mais. O Pavilhão Carlos Lopes a desfazer-se...5. Política educacionalNem se sabe o que seja ou pudesse ser, entregue que está o pelouro a tais mãos. Mesmo as infra-estruturas, designadamente os edifícios escolares sobretudo, só não caem mais por milagre. Há escolas a fechar por falta de condições.6. Política de mobilidadeSão conhecidas as falhas deste sector, pesem embora as boas intenções anunciadas ultimamente. Ontem mesmo, com a ACA-M, a Câmara lá deu um arzinho da sua graça com as passadeiras comemorativas. Para trás ficam as restantes medidas: radares, temporização de semáforos, fiscalização de estacionamentos de forma séria…7. Política financeiraO desastre. Mais de mil milhões e 200 mil euros de dívida global. Estará agora travada, dizem alguns. Mas a dívida de curto prazo que já irá perto dos 300 milhões é uma dor de cabeça para agora e para os próximos anos. Mas não falta dinheiro. Todos os dias a CML recebe mais de um milhão, em média. E tem crédito. O problema é a falta de cabeça ou de regras ou de bom senso.A coisa está pretaEm suma: tudo muito complicado, nas próximas semanas. Seja Carmona, seja Marina Ferreira, seja uma Comissão Administrativa multi-partidária para preparar as agora mais do que indispensáveis eleições. Mais uma vez o recurso à política para salvar as políticas.Hoje, a coisa está preta a vários títulos.Grau zero. Podia ser o título do filme que está a correr Lisboa, a percorrer Lisboa, quero eu dizer.


As políticas, para lá da políticaLisboa bateu mesmo lá em baixo, no bas-fond. Um sítio onde não há luz nem caminho. A política não funciona. As políticas também não. PSD e PS fazem contas de somar e subtrair. Marina Ferreira também.Marques Mendes vai ter ma semana horrível. É a vez dele. Fontão e Carmona Rodrigues já tiveram as suas.Sócrates espera mais uns degraus nesta escadaria em que a CML só tem sabido descer.Esse é o nível complexo da política.As políticasMas convinha agora reflectir também sobre as políticas, para lá da política. Ou seja: e as políticas sectoriais? Vamos às mais importantes, caso a caso.1. Política ambientalPontos quentes como as árvores do Campo Pequeno, o Parque da Bela Vista (os impactos do Creamfields que aí vem), as árvores das avenidas, as zonas verdes, os jardins (esqueçam os jardins digitais do folclore pacóvio).2. Política urbanísticaUm descalabro, para lá dessas histórias escabrosas do Porto de Lisboa agora virado ao turismo e dos casos em investigação na PJ (Parque Mayer, Feira Popular, Infante Santo, Vale de Santo António etc.), há todo um vazio que incomoda: o recurso ao despacho e ao loteamento «ad hoc» em vez do plano, o caso concreto em vez do planeamento da Cidade, o Plano Director Municipal ultrapassado a cada pé de passada em razão de razões do investimento em vez de o ser em razão de razões de interesse público quando tivesse de o ser…3. Política culturalUmas acções desgarradas, poucas, mas que mesmo assim ainda brilham no meio deste marasmo. Mas as estruturas físicas estão tão mal tratadas que o milagre é não ruírem de vez. Bibliotecas em ruína, então, é mato (por exemplo): há cinco anos que não se investe um tostão na sua reabilitação...4. Política desportivaO silêncio. Piscinas fechadas, projectos abandonados, uns subsídios à clientela e pouco mais. O Pavilhão Carlos Lopes a desfazer-se...5. Política educacionalNem se sabe o que seja ou pudesse ser, entregue que está o pelouro a tais mãos. Mesmo as infra-estruturas, designadamente os edifícios escolares sobretudo, só não caem mais por milagre. Há escolas a fechar por falta de condições.6. Política de mobilidadeSão conhecidas as falhas deste sector, pesem embora as boas intenções anunciadas ultimamente. Ontem mesmo, com a ACA-M, a Câmara lá deu um arzinho da sua graça com as passadeiras comemorativas. Para trás ficam as restantes medidas: radares, temporização de semáforos, fiscalização de estacionamentos de forma séria…7. Política financeiraO desastre. Mais de mil milhões e 200 mil euros de dívida global. Estará agora travada, dizem alguns. Mas a dívida de curto prazo que já irá perto dos 300 milhões é uma dor de cabeça para agora e para os próximos anos. Mas não falta dinheiro. Todos os dias a CML recebe mais de um milhão, em média. E tem crédito. O problema é a falta de cabeça ou de regras ou de bom senso.A coisa está pretaEm suma: tudo muito complicado, nas próximas semanas. Seja Carmona, seja Marina Ferreira, seja uma Comissão Administrativa multi-partidária para preparar as agora mais do que indispensáveis eleições. Mais uma vez o recurso à política para salvar as políticas.Hoje, a coisa está preta a vários títulos.Grau zero. Podia ser o título do filme que está a correr Lisboa, a percorrer Lisboa, quero eu dizer.

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