2B: Os indexadores de Abril

04-07-2005
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Logicamente o PS com Maria Carrilho não aceitaria os argumentos da coligação que levou o Dr. Jorge Sampaio a Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e posteriormente a Presidente da República, sem alarido. Na altura não existia o tique das indexações e portanto a afectação teve a ver com outros factores que não a aritmética dos votos. Funcionou e valeu o que valeu, aproveitando a oportunidade provocada pelo recolhimento do Engenheiro Nuno Abecassis. Hoje a fobia das indexações retira aos Comunistas validades que deviam ser consideradas. Sobretudo em Lisboa e nas cidades capitais, considerando a subida fenomenal do Bloco de Esquerda. No fundo, no fundo, a indexação aos resultados eleitorais é o pragmatismo levado ao absurdo, sendo que devia as coisas deviam ser discutidas no plano político e não tecnocrático. Sublinhe-se, porém, que não é uma figura técnica segura nem fiável. Francamente, não consigo ver os Comunistas a aceitar dois lugares na vereação, depois dos seus contributos para o “projecto” de Lisboa. Bem como me parece difícil o pessoal do Bloco ceder na estratégia para, tacticamente, ocupar um lugar, conscientes da tendência para aumentar o número de eleitores.O raciocínio reduzido ao menor denominador comum da "utilidade" ainda não provou que é válido, tanto mais que a soma das parcelas... Se indexarmos a “utilidade” a outros factores que, aparentemente, a explicam, então entramos num universo psicológico muito tortuoso, à vista no estado desgraçado do País.Está a chegar o tempo para se listar as baixas, dos desaparecidos em combate, dos que ficaram de fora, os que já morreram mas ainda ninguém lhes disse. Está a chegar o tempo em que será preciso dizer olhos nos olhos “vocês já não são úteis” - tal como Marques Mendes disse a Santana Lopes. Para, com a devida crueldade própria dos pragmáticos, tapadas as valas e os rabos de palha, descortinar o mapa do novo País, que é como quem diz, reavaliar para racionalizar o mais do mesmo.Sem “utilidade” no momento, a que é que se vai indexar a existência e a vida política ? À capacidade de exercer com esmero o papel de “idiota útil” no seio do Regime, com direito a Reforma, contido nas meias palavras, nos simulacros, no intrincado de teias... sujeito aos pequenos núcleos inteligentes que decidem o Destino da Nação?
O Partido Comunista percebe o seu papel histórico. Faz-se valer dele, com o devido direito. Mas não compreendeu bem como encaixa hoje no mosaico do futuro, sendo que a CGTP se sobrepôs no espaço político utilitário. Por isso indigna-se justamente com os indexadores de serviço.Para exercício de casa deixo aqui algumas interrogações:O futuro de Santana Lopes deve ser indexado a quê ? Ao túnel das Amoreiras, ao desempenho de Marques Mendes, às manhas de Helena Lopes da Costa...ou à popularidade de Cavaco ?O campo de manobra de Telmo Correia deve ser indexado aos resultados do Bloco de Esquerda, à agenda do novo Papa, a Paulo Portas... aos Resorts e às Spas, a quê ?E qual a indexação de João Soares, ou de Nuno Cardoso, ou de Francisco Assis... ?Quer dizer... se vamos no caminho das indexações, então o kafarnaum ainda será maior e servirá unicamente a malha corporativa dos funcionários que se eternizam nos pequenos poderes e permitiram o estado actual das coisas. Porque, na realidade, ficaremos todos indexados ao raciocínio estreito tecnocrático do Sistema.E lá se vai a Política com este precedente. Porque quando não há argumentos políticos, há sempre qualquer passível para indexar. E, francamente, nos documentos apresentados pelo Luís Tito, no Blog Tugir, não encontrei substância política. Por isso fiquei sem saber quais os fundamentos divergentes que na actual conjuntura impedem uma coligação. E depois não venham dizer que o problema foi da “esquerda fracturante”.Sobre Ruben“Por nós não faz mal. Estamos habituados as perder” - dirá, estou em crer, Ruben de Carvalho. Mas a verdade é que Ruben de Carvalho é um bom candidato do Partido Comunista. Vai fazer um esforço invulgar para estancar a perda de eleitores em Lisboa. E ficaremos a saber, em concreto, quanto vale o PC nas urnas do Poder Local, voto que não se deve comparar com as eleições para o Parlamento. Ex-PC’s e áreas circundantes, mesmo aqueles que estão engajados pelo PS, perante esta escolha do cabeça de lista estarão “precisamente” indecisos, ou seja, na posição ideal receptiva para o coração (re)pulsar. A sua formação está lá. E o seu coração também. Mesmo o daqueles que sonham com a refundação.

Logicamente o PS com Maria Carrilho não aceitaria os argumentos da coligação que levou o Dr. Jorge Sampaio a Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e posteriormente a Presidente da República, sem alarido. Na altura não existia o tique das indexações e portanto a afectação teve a ver com outros factores que não a aritmética dos votos. Funcionou e valeu o que valeu, aproveitando a oportunidade provocada pelo recolhimento do Engenheiro Nuno Abecassis. Hoje a fobia das indexações retira aos Comunistas validades que deviam ser consideradas. Sobretudo em Lisboa e nas cidades capitais, considerando a subida fenomenal do Bloco de Esquerda. No fundo, no fundo, a indexação aos resultados eleitorais é o pragmatismo levado ao absurdo, sendo que devia as coisas deviam ser discutidas no plano político e não tecnocrático. Sublinhe-se, porém, que não é uma figura técnica segura nem fiável. Francamente, não consigo ver os Comunistas a aceitar dois lugares na vereação, depois dos seus contributos para o “projecto” de Lisboa. Bem como me parece difícil o pessoal do Bloco ceder na estratégia para, tacticamente, ocupar um lugar, conscientes da tendência para aumentar o número de eleitores.O raciocínio reduzido ao menor denominador comum da "utilidade" ainda não provou que é válido, tanto mais que a soma das parcelas... Se indexarmos a “utilidade” a outros factores que, aparentemente, a explicam, então entramos num universo psicológico muito tortuoso, à vista no estado desgraçado do País.Está a chegar o tempo para se listar as baixas, dos desaparecidos em combate, dos que ficaram de fora, os que já morreram mas ainda ninguém lhes disse. Está a chegar o tempo em que será preciso dizer olhos nos olhos “vocês já não são úteis” - tal como Marques Mendes disse a Santana Lopes. Para, com a devida crueldade própria dos pragmáticos, tapadas as valas e os rabos de palha, descortinar o mapa do novo País, que é como quem diz, reavaliar para racionalizar o mais do mesmo.Sem “utilidade” no momento, a que é que se vai indexar a existência e a vida política ? À capacidade de exercer com esmero o papel de “idiota útil” no seio do Regime, com direito a Reforma, contido nas meias palavras, nos simulacros, no intrincado de teias... sujeito aos pequenos núcleos inteligentes que decidem o Destino da Nação?
O Partido Comunista percebe o seu papel histórico. Faz-se valer dele, com o devido direito. Mas não compreendeu bem como encaixa hoje no mosaico do futuro, sendo que a CGTP se sobrepôs no espaço político utilitário. Por isso indigna-se justamente com os indexadores de serviço.Para exercício de casa deixo aqui algumas interrogações:O futuro de Santana Lopes deve ser indexado a quê ? Ao túnel das Amoreiras, ao desempenho de Marques Mendes, às manhas de Helena Lopes da Costa...ou à popularidade de Cavaco ?O campo de manobra de Telmo Correia deve ser indexado aos resultados do Bloco de Esquerda, à agenda do novo Papa, a Paulo Portas... aos Resorts e às Spas, a quê ?E qual a indexação de João Soares, ou de Nuno Cardoso, ou de Francisco Assis... ?Quer dizer... se vamos no caminho das indexações, então o kafarnaum ainda será maior e servirá unicamente a malha corporativa dos funcionários que se eternizam nos pequenos poderes e permitiram o estado actual das coisas. Porque, na realidade, ficaremos todos indexados ao raciocínio estreito tecnocrático do Sistema.E lá se vai a Política com este precedente. Porque quando não há argumentos políticos, há sempre qualquer passível para indexar. E, francamente, nos documentos apresentados pelo Luís Tito, no Blog Tugir, não encontrei substância política. Por isso fiquei sem saber quais os fundamentos divergentes que na actual conjuntura impedem uma coligação. E depois não venham dizer que o problema foi da “esquerda fracturante”.Sobre Ruben“Por nós não faz mal. Estamos habituados as perder” - dirá, estou em crer, Ruben de Carvalho. Mas a verdade é que Ruben de Carvalho é um bom candidato do Partido Comunista. Vai fazer um esforço invulgar para estancar a perda de eleitores em Lisboa. E ficaremos a saber, em concreto, quanto vale o PC nas urnas do Poder Local, voto que não se deve comparar com as eleições para o Parlamento. Ex-PC’s e áreas circundantes, mesmo aqueles que estão engajados pelo PS, perante esta escolha do cabeça de lista estarão “precisamente” indecisos, ou seja, na posição ideal receptiva para o coração (re)pulsar. A sua formação está lá. E o seu coração também. Mesmo o daqueles que sonham com a refundação.

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