Viseu, Senhora da Beira...: Vultos de Viseu

03-10-2009
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José d’Oliveira BerardoFoi uma das primeiras ilustrações de Viseu e distincto escriptor publico. Nasceu no lugar de Pinheiro, freguezia de Santos Evos, concelho de Viseu, no dia e de Junho de 1805 e expirou a 26 d’outubro de 1862 na Casa do Cruzeiro, em Viseu, junto da bella avenida do paço episcopal de Fontello. (…)Pedro Augusto Ferreira no “Portugal Antigo e Moderno – Dicionário”, Lisboa 1890.(…) Eis o nome do homem mais afamado e mais excêntrico que Viseu teve até hoje, durante este século…Foi alferes de milícias durante 9 annos preso como afecto ao liberalismo, percorreu por espaço de três annos (1828 a 1831) as cadeias de Mangualde, Viseu, Almeida e Relação do Porto… Em 1835 era Berardo eleito vereador municipal. Desde 1836 a 1839 exerceu o cargo de de administrador do concelho. Em 1884 é nomeado mestre de história sagrada e eclesiástica para o seminário diocesano visiense; mas, sendo acusado de lutherano e calvinista, (?) breve teve de resignar. Presbytero aos 40 anos, foi elle o primeiro reitor do lyceu visiense, chegando à dignidade de cónego (…) Segundo a tradição popular, Berardo nada ignorava! Era peleographo, latinista e antiquario, archeologo, jurista, naturalista, philologo, medico, engenheiro, mathematico. historiographo , theologo, philosopho e músico!... Uma verdadeira encyclopedia encadernada em saragoça de Gouveia (1), ferrenho e fortemente agarrado ao dogmatismo e infallibilidade das suas opiniões; (…) (…) Certa noite, recolhendo à casa do Cruzeiro, encontrou o portão do pateo fechado e lá dentro havia toques, descantes e danças populares. Elle berrou, mas o seu enorme vozeirão pedia-se naquelle labirinto de sons. Então volta convenientemente a região lombar e firmando-se no bengalão despede alternadamente as suas tremendas botas. Como aríete das guerras medievaes batendo em cheio na muralha, três vezes se ouviu – pá! A tranca chiou, gemeu e estalou ao terceiro embate, deixando rodar a porta rápida e estrondosamente até o coice, no meio do silencio produzido de repente, do assombro e do receio causado pela apparição súbita da figura membruda e hercúlea do padre Berardo. (…)Júlio Teixeira no “Almanach de Viseu”, 1884 - Citado por Pedro Augusto Ferreira no seu Dicionário acima.1 - Tecido grosseiro produzido em Gouveia e no seu concelho. Na época existiam na villa e concelho 27 fábricas de lanifícios. Diz-me o AJ que a Rua, para quem não souber, fica nas traseiras do antigo Liceu, hoje Escola Secundária Alves Martins.


José d’Oliveira BerardoFoi uma das primeiras ilustrações de Viseu e distincto escriptor publico. Nasceu no lugar de Pinheiro, freguezia de Santos Evos, concelho de Viseu, no dia e de Junho de 1805 e expirou a 26 d’outubro de 1862 na Casa do Cruzeiro, em Viseu, junto da bella avenida do paço episcopal de Fontello. (…)Pedro Augusto Ferreira no “Portugal Antigo e Moderno – Dicionário”, Lisboa 1890.(…) Eis o nome do homem mais afamado e mais excêntrico que Viseu teve até hoje, durante este século…Foi alferes de milícias durante 9 annos preso como afecto ao liberalismo, percorreu por espaço de três annos (1828 a 1831) as cadeias de Mangualde, Viseu, Almeida e Relação do Porto… Em 1835 era Berardo eleito vereador municipal. Desde 1836 a 1839 exerceu o cargo de de administrador do concelho. Em 1884 é nomeado mestre de história sagrada e eclesiástica para o seminário diocesano visiense; mas, sendo acusado de lutherano e calvinista, (?) breve teve de resignar. Presbytero aos 40 anos, foi elle o primeiro reitor do lyceu visiense, chegando à dignidade de cónego (…) Segundo a tradição popular, Berardo nada ignorava! Era peleographo, latinista e antiquario, archeologo, jurista, naturalista, philologo, medico, engenheiro, mathematico. historiographo , theologo, philosopho e músico!... Uma verdadeira encyclopedia encadernada em saragoça de Gouveia (1), ferrenho e fortemente agarrado ao dogmatismo e infallibilidade das suas opiniões; (…) (…) Certa noite, recolhendo à casa do Cruzeiro, encontrou o portão do pateo fechado e lá dentro havia toques, descantes e danças populares. Elle berrou, mas o seu enorme vozeirão pedia-se naquelle labirinto de sons. Então volta convenientemente a região lombar e firmando-se no bengalão despede alternadamente as suas tremendas botas. Como aríete das guerras medievaes batendo em cheio na muralha, três vezes se ouviu – pá! A tranca chiou, gemeu e estalou ao terceiro embate, deixando rodar a porta rápida e estrondosamente até o coice, no meio do silencio produzido de repente, do assombro e do receio causado pela apparição súbita da figura membruda e hercúlea do padre Berardo. (…)Júlio Teixeira no “Almanach de Viseu”, 1884 - Citado por Pedro Augusto Ferreira no seu Dicionário acima.1 - Tecido grosseiro produzido em Gouveia e no seu concelho. Na época existiam na villa e concelho 27 fábricas de lanifícios. Diz-me o AJ que a Rua, para quem não souber, fica nas traseiras do antigo Liceu, hoje Escola Secundária Alves Martins.

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