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16-03-2008
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Economia

Ministro da Economia desvaloriza possibilidade de revisão em baixa do crescimento económico português

Lisboa, 14 Mar (Lusa) - O ministro da Economia afirmou hoje que os actuais resultados do investimento e exportações são "francamente positivos", desvalorizando a possibilidade de revisão em baixa do crescimento económico português, admitida pelo Governador do Banco de Portugal.

Em entrevista à SIC Notícias, no programa "Negócios da Semana", o governador do Banco de Portugal disse quinta-feira à noite que o crescimento da economia europeia não vai chegar aos dois por cento, em 2008, ritmo que será acompanhado pela economia nacional.

O boletim económico de Inverno do Banco de Portugal, apresentado no início de Janeiro, previa um crescimento de 2,0 por cento para a economia portuguesa em 2008, pelo que esta declaração do governador sinaliza que deverá haver uma revisão em baixa da previsão.

Confrontado no Parlamento pelos jornalistas com as declarações do governador Vítor Constâncio, o ministro da Economia disse: "Não vejo qualquer razão para estar a fazer previsões e, aliás, essa não é a minha função".

"A minha função, de todos os anos, é conseguir resultados melhores do que as previsões e espero, sinceramente, que este ano isso também seja possível", afirmou o ministro Manuel Pinho.

O governo prevê que Portugal cresça 2,2 por cento em 2008, valor que fica acima de todas as previsões das organizações internacionais e da do Banco de Portugal.

Os resultados sobre investimento e exportações, que existem até agora, "são francamente positivos", acrescentou ainda o governante, sublinhando que "o que importa, nas circunstâncias actuais, é reforçar a confiança".

"Este ano a conjuntura é mais incerta, mas todos estamos de acordo que a economia portuguesa está melhor equipada do que estava há três anos para responder a esta situação", repetiu o ministro da economia.

Durante a sua audição no Parlamento, Manuel Pinho foi criticado pelos vários deputados dos partidos da oposição por não responder às suas questões, nomeadamente pelo PSD, que chegou a recorrer ao presidente da Assembleia da República para deixar registado o seu protesto.

"Saio daqui menos esclarecido. Fiz uma série de perguntas concretas, por exemplo sobre investimento directo estrangeiro ou os problemas transfronteiriços das PME, assim como a deputada Rosário Águas (PSD) sobre a ASAE, e o ministro não respondeu a nenhuma. Mas tenho de salientar o esforço da equipa de secretários de Estado que pelo menos tentam esclarecer", afirmou à Lusa o social-democrata Hugo Velosa.

Mas "pior do que não responder", acrescentou o deputado, "é que com essa atitude o ministro desrespeita o Parlamento".

Também o deputado comunista Agostinho Lopes, que questionou Manuel Pinho sobre a renegociação de projectos com a Galp e a atribuição de benefícios fiscais ao grupo Amorim, disse que "mais uma vez o ministro não responde a nada do que se pergunta".

Por usa vez, o deputado do CDS-PP Helder Amaral acrescentou ainda que "o ministro teve um discurso irrealista" por tentar dar uma ideia muito positiva da realidade.

"O ministro tem de ter, de facto, um discurso positivo, mas ao mesmo tempo tem uma cassete que não cola com a realidade e não consegue sair disso. Não fiquei nada esclarecido, estou exactamente na mesma", disse Helder Amaral, referindo-se às questões que o seu grupo parlamentar colocou ao ministro da Economia sobre a evolução futura da economia portuguesa, uma política de preparação para a crise, a falência de 3.895 empresas entre 2006 e 2007, mas que, considerou, ficaram sem resposta.

Também José Miguel Gonçalves, do PEV, disse não ter ficado satisfeito com as respostas do ministro, nomeadamente sobre a sua questão acerca do plano de eficiência energética.

JMG/IRE

Lusa/Fim

Economia

Ministro da Economia desvaloriza possibilidade de revisão em baixa do crescimento económico português

Lisboa, 14 Mar (Lusa) - O ministro da Economia afirmou hoje que os actuais resultados do investimento e exportações são "francamente positivos", desvalorizando a possibilidade de revisão em baixa do crescimento económico português, admitida pelo Governador do Banco de Portugal.

Em entrevista à SIC Notícias, no programa "Negócios da Semana", o governador do Banco de Portugal disse quinta-feira à noite que o crescimento da economia europeia não vai chegar aos dois por cento, em 2008, ritmo que será acompanhado pela economia nacional.

O boletim económico de Inverno do Banco de Portugal, apresentado no início de Janeiro, previa um crescimento de 2,0 por cento para a economia portuguesa em 2008, pelo que esta declaração do governador sinaliza que deverá haver uma revisão em baixa da previsão.

Confrontado no Parlamento pelos jornalistas com as declarações do governador Vítor Constâncio, o ministro da Economia disse: "Não vejo qualquer razão para estar a fazer previsões e, aliás, essa não é a minha função".

"A minha função, de todos os anos, é conseguir resultados melhores do que as previsões e espero, sinceramente, que este ano isso também seja possível", afirmou o ministro Manuel Pinho.

O governo prevê que Portugal cresça 2,2 por cento em 2008, valor que fica acima de todas as previsões das organizações internacionais e da do Banco de Portugal.

Os resultados sobre investimento e exportações, que existem até agora, "são francamente positivos", acrescentou ainda o governante, sublinhando que "o que importa, nas circunstâncias actuais, é reforçar a confiança".

"Este ano a conjuntura é mais incerta, mas todos estamos de acordo que a economia portuguesa está melhor equipada do que estava há três anos para responder a esta situação", repetiu o ministro da economia.

Durante a sua audição no Parlamento, Manuel Pinho foi criticado pelos vários deputados dos partidos da oposição por não responder às suas questões, nomeadamente pelo PSD, que chegou a recorrer ao presidente da Assembleia da República para deixar registado o seu protesto.

"Saio daqui menos esclarecido. Fiz uma série de perguntas concretas, por exemplo sobre investimento directo estrangeiro ou os problemas transfronteiriços das PME, assim como a deputada Rosário Águas (PSD) sobre a ASAE, e o ministro não respondeu a nenhuma. Mas tenho de salientar o esforço da equipa de secretários de Estado que pelo menos tentam esclarecer", afirmou à Lusa o social-democrata Hugo Velosa.

Mas "pior do que não responder", acrescentou o deputado, "é que com essa atitude o ministro desrespeita o Parlamento".

Também o deputado comunista Agostinho Lopes, que questionou Manuel Pinho sobre a renegociação de projectos com a Galp e a atribuição de benefícios fiscais ao grupo Amorim, disse que "mais uma vez o ministro não responde a nada do que se pergunta".

Por usa vez, o deputado do CDS-PP Helder Amaral acrescentou ainda que "o ministro teve um discurso irrealista" por tentar dar uma ideia muito positiva da realidade.

"O ministro tem de ter, de facto, um discurso positivo, mas ao mesmo tempo tem uma cassete que não cola com a realidade e não consegue sair disso. Não fiquei nada esclarecido, estou exactamente na mesma", disse Helder Amaral, referindo-se às questões que o seu grupo parlamentar colocou ao ministro da Economia sobre a evolução futura da economia portuguesa, uma política de preparação para a crise, a falência de 3.895 empresas entre 2006 e 2007, mas que, considerou, ficaram sem resposta.

Também José Miguel Gonçalves, do PEV, disse não ter ficado satisfeito com as respostas do ministro, nomeadamente sobre a sua questão acerca do plano de eficiência energética.

JMG/IRE

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