mind this gap

04-07-2009
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Teresa Carona, Acessora de Gestão. Durham, EUAConheço este blog desde os seus primeiros dias, e mais uma vez deixo os meus parabéns pela iniciativa! Desde que me foi pedido estive relutante em contar a minha historia, por que os motivos que me levaram a sair de Portugal (do Porto) não foram profissionais. Estou a viver nos Estados Unidos desde Setembro de 2005 e sai de Portugal por Amor. Literalmente. O meu marido, esse sim, saiu para fazer investigação e terminar o seu doutoramento. E agora terminado, trabalha como pos-doc no Departamento de Neurologia da Universidade de Duke. Onde, por acaso,também eu acabei a trabalhar. Ao contrario de alguns, ou de muitos, não me posso queixar da minha experiência profissional em Portugal. Licenciei-me em Assessoria de Gestão e sempre tive bons empregos com bons salários e excelentes condições. Quando cheguei aqui, a Durham, Carolina do Norte, EUA, comecei a trabalhar nos Serviços de Assistência Social como tradutora de espanhol. As condições não eram fantásticas, mas valorizo cada dia do trabalho que tinha porque me deu a conhecer a verdadeira América. E claro, todos achamos que sabemos falar inglês ate sermos confrontados com o profundo inglês da 'southern america'. Foi uma experiência única. Mas porque melhores condições me foram oferecidas na Universidade de Duke, estou desde Agosto de 2006 a a trabalhar como Research Technician num dos laboratórios de Neurologia. Confesso que não era a minha especialidade profissional, mas tudo se aprende, e hoje em dia faço dos ratos e ratinhos o meu dia-a-dia. E agora, que a volta para Portugal se avizinha, nem sei bem o que escolher entre uma secretaria ou uma bancada... Logo se verá! E porque acho que em algumas questões Portugal acaba sempre injustiçado, só me resta dizer que os portugueses tem que valorizar muito o pais que somos. Não só a nossa gente, mas as condições que com mais ou menos barulho e luta os nossos governos nos tem oferecido! Nem tudo e' bom, mas comparado com a experiência que tenho tido aqui, e' excelente! Para dar alguns exemplos, nos pagamos de seguro de saúde cerca de $1200 por mês! E que não nos passe pela cabeça abdicar de seguro porque seriamos recambiados para Portugal num instante! Uma simples visita a uma urgência, só pelo facto de se passar pela porta, fica no mínimo por $150, e depois virão o resto das contas! A minha licenciatura ficou no total pelo valor das propinas (na altura penso que rondavam os 300$ por ano). Aqui, por exemplo na Universidade de Duke, o valor das propinas é de cerca de $40.000/ano! E numa universidade publica o valor anual das propinas não será nunca inferior a &10.000/ano. Em Portugal endividamo-nos para comprar casa, aqui alem desse encargo, as pessoas endividam-se (para toda uma vida) para estudar! Quando tive a minha filha, tive direito, e muita sorte, a 15 dias úteis de licença de maternidade. Claro que poderia ter ficado em casa mais 4 meses, mas seriam não pagos e sem garantia da minha posição quando quisesse voltar. Quem acabou por ficar em casa, com licença de paternidade, foi o meu marido, com licença paga pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Não posso deixar de dizer que achei isto fantástico! E pronto, não me alongo mais... foi por amor e assim será quando tiver que ser. Todos os dias me lembro do Porto, do mar e das pedras da minha rua. Tenho muitas saudades de Portugal e não penso em não voltar. Aqui esta-se muito bem, e temos uma qualidade de vida que ai seria difícil, mas não me esqueço nunca de que se está bem em Portugal.


Teresa Carona, Acessora de Gestão. Durham, EUAConheço este blog desde os seus primeiros dias, e mais uma vez deixo os meus parabéns pela iniciativa! Desde que me foi pedido estive relutante em contar a minha historia, por que os motivos que me levaram a sair de Portugal (do Porto) não foram profissionais. Estou a viver nos Estados Unidos desde Setembro de 2005 e sai de Portugal por Amor. Literalmente. O meu marido, esse sim, saiu para fazer investigação e terminar o seu doutoramento. E agora terminado, trabalha como pos-doc no Departamento de Neurologia da Universidade de Duke. Onde, por acaso,também eu acabei a trabalhar. Ao contrario de alguns, ou de muitos, não me posso queixar da minha experiência profissional em Portugal. Licenciei-me em Assessoria de Gestão e sempre tive bons empregos com bons salários e excelentes condições. Quando cheguei aqui, a Durham, Carolina do Norte, EUA, comecei a trabalhar nos Serviços de Assistência Social como tradutora de espanhol. As condições não eram fantásticas, mas valorizo cada dia do trabalho que tinha porque me deu a conhecer a verdadeira América. E claro, todos achamos que sabemos falar inglês ate sermos confrontados com o profundo inglês da 'southern america'. Foi uma experiência única. Mas porque melhores condições me foram oferecidas na Universidade de Duke, estou desde Agosto de 2006 a a trabalhar como Research Technician num dos laboratórios de Neurologia. Confesso que não era a minha especialidade profissional, mas tudo se aprende, e hoje em dia faço dos ratos e ratinhos o meu dia-a-dia. E agora, que a volta para Portugal se avizinha, nem sei bem o que escolher entre uma secretaria ou uma bancada... Logo se verá! E porque acho que em algumas questões Portugal acaba sempre injustiçado, só me resta dizer que os portugueses tem que valorizar muito o pais que somos. Não só a nossa gente, mas as condições que com mais ou menos barulho e luta os nossos governos nos tem oferecido! Nem tudo e' bom, mas comparado com a experiência que tenho tido aqui, e' excelente! Para dar alguns exemplos, nos pagamos de seguro de saúde cerca de $1200 por mês! E que não nos passe pela cabeça abdicar de seguro porque seriamos recambiados para Portugal num instante! Uma simples visita a uma urgência, só pelo facto de se passar pela porta, fica no mínimo por $150, e depois virão o resto das contas! A minha licenciatura ficou no total pelo valor das propinas (na altura penso que rondavam os 300$ por ano). Aqui, por exemplo na Universidade de Duke, o valor das propinas é de cerca de $40.000/ano! E numa universidade publica o valor anual das propinas não será nunca inferior a &10.000/ano. Em Portugal endividamo-nos para comprar casa, aqui alem desse encargo, as pessoas endividam-se (para toda uma vida) para estudar! Quando tive a minha filha, tive direito, e muita sorte, a 15 dias úteis de licença de maternidade. Claro que poderia ter ficado em casa mais 4 meses, mas seriam não pagos e sem garantia da minha posição quando quisesse voltar. Quem acabou por ficar em casa, com licença de paternidade, foi o meu marido, com licença paga pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Não posso deixar de dizer que achei isto fantástico! E pronto, não me alongo mais... foi por amor e assim será quando tiver que ser. Todos os dias me lembro do Porto, do mar e das pedras da minha rua. Tenho muitas saudades de Portugal e não penso em não voltar. Aqui esta-se muito bem, e temos uma qualidade de vida que ai seria difícil, mas não me esqueço nunca de que se está bem em Portugal.

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