PensaMadeira: Madeira: purgatório de comerciantes, inferno de consumidores

30-09-2009
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Juvenal Pereira in DN (Madeira)Comércio em crise?Data: 09-06-2007O Comércio anda mal, alertam os comerciantes, levando mesmo queixinhas até aos governantes. Ciganos e chineses são alvos atingidos, como se tudo ficasse bem caso eles fossem banidos. Ninguém fala no excesso de lojas no mercado, e muito menos nas concorrências desleais feitas por alguns comerciantes locais. Sejamos honestos e façamos uma reflexão, talvez encontremos outras causas para a má situação. Primeiro toda a gente quer ser patrão, mesmo que não tenha bases de sustentação e ainda assim se uns querem-no por necessidade, outros… Deus lá sabe a razão! Para muitos todo o dinheiro que entra na caixa é lucro, do negócio é desviado, muitas das vezes, para compra de bons carros, deixando os credores "pendurados" que, por arrastamento, provocam outros lesados. As autarquias colocam espaços comerciais a concurso, oferecem pelas rendas montantes que são absurdos. Para as pagar os produtos ou serviços têm de aumentar, os clientes, claro, deixam de aparecer, é a crise - dizem eles - que estamos a viver. O mesmo acontece nos pequenos centros comerciais e nas grandes superfícies, rendas brutais e condições descomunais que aceitam de livre vontade, para fecharem as portas uns tempos mais tarde. Passamos numa montra vimos, por exemplo, um casaco, adquirimo-lo pelo preço marcado. Quinze dias depois, às vezes nem tanto tempo, o mesmo artigo está lá exposto com desconto de cinquenta, sessenta por cento. Apetece-nos perguntar, afinal com que margem de lucro andam estes senhores a trabalhar? E isto acontece no comercio (quase) em geral, a política de preços (ou vendas) é irracional. Aliás, na nossa modesta opinião o que nos dá a sensação é de que hoje já não há saldos ou promoção, o que existe é o preço justo e a exploração, salvo uma ou outra excepção. E para além de tudo isto, como já atrás deixamos dito, ainda há outra explicação, somos trezentos mil e temos comércio para um milhão, não é de admirar que muito comerciante esteja em aflição. E continuamos - é preciso não esquecer - a permitir que em cada bloco de apartamentos se construa espaços para estabelecimentos. Algum dia isto tinha de se dar, haver mais negócios do que gente para comprar. E o pior é que isto não pára, novas grandes superfícies para abrir se preparam. E não se pode condenar que as pessoas com baixos ordenados e o custo de vida disparado, procurem os locais onde compram mais barato. E já agora outro facto, produtos da China, da Índia, da Indonésia, do Brasil e de outros países onde se adquire barato, já os há à venda por todo o lado, agora se há quem os vende caros, fora da concorrência, tem de aguentar-se com as consequências. Acreditamos que o comércio em geral esteja mal, precisa rever os seus sistemas de vendas, fazer análises e tomar decisões, mas isso compete aos comerciantes e respectivas associações. Quanto ao governo achamos mais conveniente e mais lógico mandar os fiscais passar uma vista de olhos pelos produtos ditos biológicos. Os de cá da terra que dizem ser melhores, mais puros e gostosos, «só o que não dizem é que os preços começam a ser escandalosos.


Juvenal Pereira in DN (Madeira)Comércio em crise?Data: 09-06-2007O Comércio anda mal, alertam os comerciantes, levando mesmo queixinhas até aos governantes. Ciganos e chineses são alvos atingidos, como se tudo ficasse bem caso eles fossem banidos. Ninguém fala no excesso de lojas no mercado, e muito menos nas concorrências desleais feitas por alguns comerciantes locais. Sejamos honestos e façamos uma reflexão, talvez encontremos outras causas para a má situação. Primeiro toda a gente quer ser patrão, mesmo que não tenha bases de sustentação e ainda assim se uns querem-no por necessidade, outros… Deus lá sabe a razão! Para muitos todo o dinheiro que entra na caixa é lucro, do negócio é desviado, muitas das vezes, para compra de bons carros, deixando os credores "pendurados" que, por arrastamento, provocam outros lesados. As autarquias colocam espaços comerciais a concurso, oferecem pelas rendas montantes que são absurdos. Para as pagar os produtos ou serviços têm de aumentar, os clientes, claro, deixam de aparecer, é a crise - dizem eles - que estamos a viver. O mesmo acontece nos pequenos centros comerciais e nas grandes superfícies, rendas brutais e condições descomunais que aceitam de livre vontade, para fecharem as portas uns tempos mais tarde. Passamos numa montra vimos, por exemplo, um casaco, adquirimo-lo pelo preço marcado. Quinze dias depois, às vezes nem tanto tempo, o mesmo artigo está lá exposto com desconto de cinquenta, sessenta por cento. Apetece-nos perguntar, afinal com que margem de lucro andam estes senhores a trabalhar? E isto acontece no comercio (quase) em geral, a política de preços (ou vendas) é irracional. Aliás, na nossa modesta opinião o que nos dá a sensação é de que hoje já não há saldos ou promoção, o que existe é o preço justo e a exploração, salvo uma ou outra excepção. E para além de tudo isto, como já atrás deixamos dito, ainda há outra explicação, somos trezentos mil e temos comércio para um milhão, não é de admirar que muito comerciante esteja em aflição. E continuamos - é preciso não esquecer - a permitir que em cada bloco de apartamentos se construa espaços para estabelecimentos. Algum dia isto tinha de se dar, haver mais negócios do que gente para comprar. E o pior é que isto não pára, novas grandes superfícies para abrir se preparam. E não se pode condenar que as pessoas com baixos ordenados e o custo de vida disparado, procurem os locais onde compram mais barato. E já agora outro facto, produtos da China, da Índia, da Indonésia, do Brasil e de outros países onde se adquire barato, já os há à venda por todo o lado, agora se há quem os vende caros, fora da concorrência, tem de aguentar-se com as consequências. Acreditamos que o comércio em geral esteja mal, precisa rever os seus sistemas de vendas, fazer análises e tomar decisões, mas isso compete aos comerciantes e respectivas associações. Quanto ao governo achamos mais conveniente e mais lógico mandar os fiscais passar uma vista de olhos pelos produtos ditos biológicos. Os de cá da terra que dizem ser melhores, mais puros e gostosos, «só o que não dizem é que os preços começam a ser escandalosos.

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