Faccioso

22-06-2005
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O pudor de Miguel Sousa Tavares, inspirado no projecto "anti capitalista" do BE.Penso que MST podia e devia argumentar de modo diferente.Contudo, falha na argumentação do demérito da concentração dos grupos editorias porque, talvez por desatenção, deixou-se embalar nas teses Bloquistas acabando entalado nas ideias base da lógica do Bloco - o anti-mercado.Parece-me haver aqui uma certa confusão nas ideias de MST.Não se discutem as vantagens da livre concorrência e portanto que deve ser dado espaço à livre iniciativa privada, para que o mercado possa funcionar sem quaisquer entraves ou proteccionismos.Cabe ao Estado garantir a livre concorrência, o que significa também, impedir o abuso da posição dominante que qualquer empresa ou grupo editorial neste caso, possa vir a exercer no mercado.Isto é, não se deve coartar a livre iniciativa, "castigando" aqueles que pela sua aptidão, arrojo no risco empresarial ou sagacidade nas estratégias, conquistam uma posição de liderança.O Estado não pode impedir que uma empresa assuma uma posição dominante. Deve, isso sim, impedir que se abuse da posição dominante, pois em ultima análise, além de prejudicar o consumidor, esse abuso pode estrangular o mercado e ser um obstáculo à livre concorrência e à inovação.Assim, o que é negativo é o abuso da posição dominante. Apenas isso.Embora com irritação justificada, MST não pode deixar que casos recentes e indecentes, como o de Maria Elisa (não sei como, mas há pessoas que devem descender de Jesus Cristo em linha directa) lhe turvem o raciocínio.O que está aqui em causa é outro aspecto, esse sim relevante, que mostra os resultados nefastos cada vez que o Estado se mete "a empreender".O que MST deveria ter explicado é que o Estado, no sector da comunicação social, promove a formação de um monopólio quando autoriza o envolvimento da Portugal Telecom.E porquê?Em primeiro lugar porque o Estado tem favorecido a PT descaradamente. Tem impedido que se instale no mercado uma concorrência realmente livre, ajudando a PT a engordar com as tarifas extorquidas ao consumidor.Pelos habituais atavismos, e lobbys criou-se à custa dos preços que pagamos, uma empresa com tal poder que temos num País atrasado em termos europeus, uma empresa que é, apenas, um dos maiores investidores no Brasil. É obra, mas à custa da "falsificação" das regras do mercado.Várias tentativas foram feitas por outras empresas, nacionais e estrangeiras, para se instalarem no mercado.Morrem esmagadas contra o muro dos favores que Estado faz à PT.A PT controla a rede fixa e a distribuição (por isso presta serviços maus). Tem a TMN, a quem faz descontos, prejudicando os concorrentes. Controla a TV-Cabo e a Lusomundo. A PT decide sobre as comunicações em Portugal.Isto aconteceu, porquê ?Aos olhos do público, parece que o transito entre o poder político e as administrações da PT tem servido para manter as influências necessárias à criação deste império, garantindo ao mesmo tempo ordenados olímpicos a muitas pessoas.Vem agora uma empresa sueca dizer que vai fazer preços a 50% da PT, porque entre outras coisas têm um número de administradores reduzido e não usam carros de luxo.Seria bom se resultasse. Esta iniciativa está evidentemente condenada. É questão de tempo e veremos.Assim, o poder da PT é tal que pode estrangular a livre concorrência, anulando o mercado.Mas atenção, isto só acontece porque o Estado não fez o que devia, e meteu-se na criação de mais este trambolho empresarial.Perca a PT os favores de que beneficia, passe a lutar em pé de igualdade, e veremos a concorrência a instalar-se e o consumidor a beneficiar.Assim, caro Miguel Sousa Tavares, este é na realidade, o problema.O outro que o preocupa, a tal independência dos jornalistas não é problema nenhum.Em primeiro lugar porque isso é uma pura ilusão.Os jornalistas são tão facciosos como eu. Só que pretendem disfarça-lo.A independencia dos jornalistas é um embuste.Em segundo lugar, porque seria preferível que os jornais optassem claramente pelas águas em que pretendem navegar. Era melhor, até para os leitores dos jornais.Surgiriam certamente novos projectos e talvez o mercado funcionasse melhor e com maior clareza.MST fez bem em denunciar o arbítrio do "prémio" oferecido a Maria Elisa (com o dinheiro dos contribuintes) que mostra como vamos vivendo num sistema tão "garantista" que permite todas estas tristes e lamentáveis anedotas políticas.Aproveito para confessar que estou quase a perder o respeito pelo deputado Guilherme Silva, pois não entendo a seriedade da argumentação que vem usando em várias ocasiões.Para terminar, MST esqueceu o ponto primordial quando elencou "as coisas que devem permanecer eternas numa democracia". Esqueceu-se de referir a Liberdade (em sentido amplo), que quer dizer, a redução do Estado ao seu papel, não interferindo como actor no mercado.Detesto ter o Estado a olhar para mim cada vez que vou comprar um jornal, falo ao Telemóvel ou ligo a Televisão.

O pudor de Miguel Sousa Tavares, inspirado no projecto "anti capitalista" do BE.Penso que MST podia e devia argumentar de modo diferente.Contudo, falha na argumentação do demérito da concentração dos grupos editorias porque, talvez por desatenção, deixou-se embalar nas teses Bloquistas acabando entalado nas ideias base da lógica do Bloco - o anti-mercado.Parece-me haver aqui uma certa confusão nas ideias de MST.Não se discutem as vantagens da livre concorrência e portanto que deve ser dado espaço à livre iniciativa privada, para que o mercado possa funcionar sem quaisquer entraves ou proteccionismos.Cabe ao Estado garantir a livre concorrência, o que significa também, impedir o abuso da posição dominante que qualquer empresa ou grupo editorial neste caso, possa vir a exercer no mercado.Isto é, não se deve coartar a livre iniciativa, "castigando" aqueles que pela sua aptidão, arrojo no risco empresarial ou sagacidade nas estratégias, conquistam uma posição de liderança.O Estado não pode impedir que uma empresa assuma uma posição dominante. Deve, isso sim, impedir que se abuse da posição dominante, pois em ultima análise, além de prejudicar o consumidor, esse abuso pode estrangular o mercado e ser um obstáculo à livre concorrência e à inovação.Assim, o que é negativo é o abuso da posição dominante. Apenas isso.Embora com irritação justificada, MST não pode deixar que casos recentes e indecentes, como o de Maria Elisa (não sei como, mas há pessoas que devem descender de Jesus Cristo em linha directa) lhe turvem o raciocínio.O que está aqui em causa é outro aspecto, esse sim relevante, que mostra os resultados nefastos cada vez que o Estado se mete "a empreender".O que MST deveria ter explicado é que o Estado, no sector da comunicação social, promove a formação de um monopólio quando autoriza o envolvimento da Portugal Telecom.E porquê?Em primeiro lugar porque o Estado tem favorecido a PT descaradamente. Tem impedido que se instale no mercado uma concorrência realmente livre, ajudando a PT a engordar com as tarifas extorquidas ao consumidor.Pelos habituais atavismos, e lobbys criou-se à custa dos preços que pagamos, uma empresa com tal poder que temos num País atrasado em termos europeus, uma empresa que é, apenas, um dos maiores investidores no Brasil. É obra, mas à custa da "falsificação" das regras do mercado.Várias tentativas foram feitas por outras empresas, nacionais e estrangeiras, para se instalarem no mercado.Morrem esmagadas contra o muro dos favores que Estado faz à PT.A PT controla a rede fixa e a distribuição (por isso presta serviços maus). Tem a TMN, a quem faz descontos, prejudicando os concorrentes. Controla a TV-Cabo e a Lusomundo. A PT decide sobre as comunicações em Portugal.Isto aconteceu, porquê ?Aos olhos do público, parece que o transito entre o poder político e as administrações da PT tem servido para manter as influências necessárias à criação deste império, garantindo ao mesmo tempo ordenados olímpicos a muitas pessoas.Vem agora uma empresa sueca dizer que vai fazer preços a 50% da PT, porque entre outras coisas têm um número de administradores reduzido e não usam carros de luxo.Seria bom se resultasse. Esta iniciativa está evidentemente condenada. É questão de tempo e veremos.Assim, o poder da PT é tal que pode estrangular a livre concorrência, anulando o mercado.Mas atenção, isto só acontece porque o Estado não fez o que devia, e meteu-se na criação de mais este trambolho empresarial.Perca a PT os favores de que beneficia, passe a lutar em pé de igualdade, e veremos a concorrência a instalar-se e o consumidor a beneficiar.Assim, caro Miguel Sousa Tavares, este é na realidade, o problema.O outro que o preocupa, a tal independência dos jornalistas não é problema nenhum.Em primeiro lugar porque isso é uma pura ilusão.Os jornalistas são tão facciosos como eu. Só que pretendem disfarça-lo.A independencia dos jornalistas é um embuste.Em segundo lugar, porque seria preferível que os jornais optassem claramente pelas águas em que pretendem navegar. Era melhor, até para os leitores dos jornais.Surgiriam certamente novos projectos e talvez o mercado funcionasse melhor e com maior clareza.MST fez bem em denunciar o arbítrio do "prémio" oferecido a Maria Elisa (com o dinheiro dos contribuintes) que mostra como vamos vivendo num sistema tão "garantista" que permite todas estas tristes e lamentáveis anedotas políticas.Aproveito para confessar que estou quase a perder o respeito pelo deputado Guilherme Silva, pois não entendo a seriedade da argumentação que vem usando em várias ocasiões.Para terminar, MST esqueceu o ponto primordial quando elencou "as coisas que devem permanecer eternas numa democracia". Esqueceu-se de referir a Liberdade (em sentido amplo), que quer dizer, a redução do Estado ao seu papel, não interferindo como actor no mercado.Detesto ter o Estado a olhar para mim cada vez que vou comprar um jornal, falo ao Telemóvel ou ligo a Televisão.

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