Celeridades IIA resposta àqueles que me mandaram e-mails dizendo que a apreciação da actuação do Governo em relação aos incêndios era injusta está hoje na comunicação social. Terminei ontem dizendo Entre o défice e vidas humanas eu sei onde me coloco como cidadão. E hoje, confirma-se que o meu Governo (o de todos nós) se coloca no extremo oposto. Senão atentem: 1 Na TSF-online Guilherme Silva permite-se dizer que apesar da extensão das coisas o número de vítimas foi relativamente restrito e portanto não há dúvida nenhuma que houve uma acção muito eficaz na protecção de vítimas e de bens. 2 Na mesma fonte ficamos a saber que o Ministério das Finanças está muito ocupado a calcular o impacto que a actual situação de calamidade pública, provocada pelos incêndios que assolam o pais, vai ter no défice público de 2003.. Estes dois factos suscitam-me as seguintes (ir)reflexões: Como é que se pode falar em acção muito eficaz na protecção de vítimas (deixando passar o português desajeitado) quando morreram portugueses? Um que fosse, quanto mais 12? Por outro lado, achará mesmo o Governo que é altura de contabilizar défices? E os que morreram, têm impacto positivo (deixam de receber prestações do Estado, como os idosos que ficaram carbonizados) ou negativo (lá terá de se dar cerca de 350 Euros a quem perdeu tudo quantia ademais ridícula e insultuosa) no défice? Estas sim, parecem ser as questões que preocupam o Governo. Tenham decoro. Apetece perguntar, como Francisco Louça (leiam aqui ou aqui): "Como é que nove ou onze mortes são poucas mortes? Mas que falta de respeito humano, que falta de sensibilidade, que falta de compaixão é que pode levar um político a dizer que não estamos mal de mortes?" E mais não digo, que a minha azia ameaça atingir níveis históricos.
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Celeridades IIA resposta àqueles que me mandaram e-mails dizendo que a apreciação da actuação do Governo em relação aos incêndios era injusta está hoje na comunicação social. Terminei ontem dizendo Entre o défice e vidas humanas eu sei onde me coloco como cidadão. E hoje, confirma-se que o meu Governo (o de todos nós) se coloca no extremo oposto. Senão atentem: 1 Na TSF-online Guilherme Silva permite-se dizer que apesar da extensão das coisas o número de vítimas foi relativamente restrito e portanto não há dúvida nenhuma que houve uma acção muito eficaz na protecção de vítimas e de bens. 2 Na mesma fonte ficamos a saber que o Ministério das Finanças está muito ocupado a calcular o impacto que a actual situação de calamidade pública, provocada pelos incêndios que assolam o pais, vai ter no défice público de 2003.. Estes dois factos suscitam-me as seguintes (ir)reflexões: Como é que se pode falar em acção muito eficaz na protecção de vítimas (deixando passar o português desajeitado) quando morreram portugueses? Um que fosse, quanto mais 12? Por outro lado, achará mesmo o Governo que é altura de contabilizar défices? E os que morreram, têm impacto positivo (deixam de receber prestações do Estado, como os idosos que ficaram carbonizados) ou negativo (lá terá de se dar cerca de 350 Euros a quem perdeu tudo quantia ademais ridícula e insultuosa) no défice? Estas sim, parecem ser as questões que preocupam o Governo. Tenham decoro. Apetece perguntar, como Francisco Louça (leiam aqui ou aqui): "Como é que nove ou onze mortes são poucas mortes? Mas que falta de respeito humano, que falta de sensibilidade, que falta de compaixão é que pode levar um político a dizer que não estamos mal de mortes?" E mais não digo, que a minha azia ameaça atingir níveis históricos.