A Razao das Coisas

19-07-2005
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Ontem, numa viagem para ir buscar um par de leitões à Mealhada com “molhanga” e tudo, tive a oportunidade de ouvir não um mas dois fóruns da TSF. O matinal na ida, já conhecido e sem grandes novidades e na volta do almoço tive a oportunidade de ouvir o fórum mulher. Coisa nova e moderna supus, onde se dá espaço à fêmea portuguesa para dizer aquilo que deve estar impedida de dizer no fórum matinal.Pondo de parte a questão da especificidade dos dois fóruns, questão misteriosa e que me ultrapassa, ontem a questão abordada nos ditos – por uma questão de igualdade suponho – foi a dissolução da AR. Ou da decisão de Sampaio. Ou a resposta de Guilherme Silva. Não foi a que anunciaram, se devia ou não alterar a CRP e os poderes do PR. Essa passou ao lado.E porquê?Por duas razões principais. A primeira é que os portugueses têm a Caras em sua casa mas nunca compraram a Constituição. É só a lei fundamental do seu país mas nada sabem sobre ela, como se fosse coisa para juristas. Sabem sobre uma tipa qualquer que foi outra coisa qualquer, mas nada sabem sobre os poderes do seu Presidente.A segunda, é que têm a vaga noção de que deve existir na democracia um mecanismo de controle de abusos, algo que confundem com um desejo de uma figura ditatorial, alguém que por eles decida o que deve ou não ser na nossa democracia. Um pai.As duas razões decorrem de uma causa, a juventude da nossa democracia. Podia falar em ignorância, mas não acho que seja causa mas antes sintoma. Simplesmente somos verdes nesta história de eleger um parlamento, escolher um presidente, tomar decisões, etc.Estabilidade. Ontem toda a gente dizia a palavra. Não se referiam há estabilidade das instituições, nem sequer à estabilidade política, falavam de um sentimento de calma na sociedade ou seja falavam na ausência de ruído mediático. Confundiam o desejo de acalmia com estabilidade governativa.Fossem a favor ou contra a decisão de Sampaio, poucos falaram de alterações à CRP e os que o fizeram dividiam-se entre um maior desejo de controle pelo PR sobre o governo – note-se que se dirigiam ao governo e não à AR – ou um ataque à figura de Jorge Sampaio. Normalmente confundido a dissolução da AR com a demissão do Governo.Pessoalmente espero a justificação de Sampaio por ter feito algo que vejo sem justificação no plano político. Espero que não seja a mesma que deu a Santana, seja uma mais elaborada, mais esclarecedora, algo que não me lembre reuniões com a banca, com interesses partidários e agendas pouco claras. Algo mais democrático.Eu também acho que os políticos não têm a Constituição em casa.

Ontem, numa viagem para ir buscar um par de leitões à Mealhada com “molhanga” e tudo, tive a oportunidade de ouvir não um mas dois fóruns da TSF. O matinal na ida, já conhecido e sem grandes novidades e na volta do almoço tive a oportunidade de ouvir o fórum mulher. Coisa nova e moderna supus, onde se dá espaço à fêmea portuguesa para dizer aquilo que deve estar impedida de dizer no fórum matinal.Pondo de parte a questão da especificidade dos dois fóruns, questão misteriosa e que me ultrapassa, ontem a questão abordada nos ditos – por uma questão de igualdade suponho – foi a dissolução da AR. Ou da decisão de Sampaio. Ou a resposta de Guilherme Silva. Não foi a que anunciaram, se devia ou não alterar a CRP e os poderes do PR. Essa passou ao lado.E porquê?Por duas razões principais. A primeira é que os portugueses têm a Caras em sua casa mas nunca compraram a Constituição. É só a lei fundamental do seu país mas nada sabem sobre ela, como se fosse coisa para juristas. Sabem sobre uma tipa qualquer que foi outra coisa qualquer, mas nada sabem sobre os poderes do seu Presidente.A segunda, é que têm a vaga noção de que deve existir na democracia um mecanismo de controle de abusos, algo que confundem com um desejo de uma figura ditatorial, alguém que por eles decida o que deve ou não ser na nossa democracia. Um pai.As duas razões decorrem de uma causa, a juventude da nossa democracia. Podia falar em ignorância, mas não acho que seja causa mas antes sintoma. Simplesmente somos verdes nesta história de eleger um parlamento, escolher um presidente, tomar decisões, etc.Estabilidade. Ontem toda a gente dizia a palavra. Não se referiam há estabilidade das instituições, nem sequer à estabilidade política, falavam de um sentimento de calma na sociedade ou seja falavam na ausência de ruído mediático. Confundiam o desejo de acalmia com estabilidade governativa.Fossem a favor ou contra a decisão de Sampaio, poucos falaram de alterações à CRP e os que o fizeram dividiam-se entre um maior desejo de controle pelo PR sobre o governo – note-se que se dirigiam ao governo e não à AR – ou um ataque à figura de Jorge Sampaio. Normalmente confundido a dissolução da AR com a demissão do Governo.Pessoalmente espero a justificação de Sampaio por ter feito algo que vejo sem justificação no plano político. Espero que não seja a mesma que deu a Santana, seja uma mais elaborada, mais esclarecedora, algo que não me lembre reuniões com a banca, com interesses partidários e agendas pouco claras. Algo mais democrático.Eu também acho que os políticos não têm a Constituição em casa.

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