mind this gap

02-10-2009
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Elisa Nogueira, Eng.ª Biológica, Dublin. IrlandaFilha de pais Portugueses emigrantes em França, nascida e criada nesse país, desde muito cedo aprendi que não pertencemos a nenhum país em concreto.Aos 13 anos (e para surpresa dos meus pais) decidi continuar os meus estudos em Portugal - país que conhecia superficialmente e no período de férias. Tenho de admitir que Portugal no mês de Agosto e Portugal nos restantes meses do ano são duas realidades bem diferentes!“Sobrevivi” a alguns períodos menos positivos (alguma xenofobia para com Emigrantes/filhos de Emigrantes), concluí a minha Licenciatura numa Universidade Portuguesa e devo admitir que, apesar de tudo, Portugal será sempre o meu “porto seguro”.No final do meu 4.º ano de Licenciatura em Engenharia Biológica (na Universidade do Minho) e com vista à realização do estágio curricular (parte integrante do 5.º ano da Licenciatura), meti “mãos-à-obra” para desencantar o “estágio dos meus sonhos”. Os Estados-Unidos eram ponto assente na minha agenda. Onde exactamente nos EUA, ainda estava por determinar... Graças a um professor do meu Departamento, descobri a UMBC (University of Maryland Baltimore County), onde lecciona um professor português radicado nos EUA, há já alguns anos. Troca de emails e consegui um estágio de 6 meses, paitrocinado (obrigada mamã, obrigada papá!).Setembro de 2003 foi o ponto de viragem para uma nova jornada. Descrever tudo o que vi, as pessoas que conheci, as experiências que vivi, as amizades que criei, seriam páginas e páginas de estórias... Regressei a Portugal em Março 2004, mas parte de mim ficou para sempre lá. Vim embora com uma proposta para voltar e fazer o meu doutoramento. Infelizmente, e porque as decisões que tomamos nem sempre são as mais acertadas, declinei a proposta. Tinha de escolher entre a minha vida pessoal (um relacionamento de longa duração com uma pessoa que não queria sair de Portugal) e a minha carreira profissional: optei pela primeira (escolha que viria a arrepender-me amargamente alguns anos mais tarde...).Terminei a minha Licenciatura, e (por sorte) consegui emprego na área da consultoria em Braga, quase de imediato. Fiquei em Portugal, com a promessa de que se, ao fim de um ano, não estava satisfeita com a minha situação profissional, sairíamos do país. Dois anos passaram e insatisfeita tanto profissional (muitas horas de trabalho, desgastante, mal pago, etc. etc.) como pessoalmente, reformulei a minha vida. Terminei o relacionamento e enviei “centenas” de currículos à procura de uma nova oportunidade. Numa mesma semana, fui aceite para um mestrado no Porto, um mestrado em Cork (Irlanda), um emprego na BP em Londres e um doutoramento em Dublin (Irlanda). Optei pela última... Estou em Dublin desde Outubro de 2006, na University College Dublin: adoro o que faço, adoro a cidade, adoro as pessoas, adoro o país... mas detesto o clima! Admito que dias/semanas a fio a chover deixa qualquer pessoa sorumbática...A semana passada fui a uma conferência a Boston (Massachussets, EUA) e apesar de nunca lá ter estado antes, senti como um regresso a casa. Quem sabe se não decida, um dia, responder ao chamamento e regressar aos EUA...


Elisa Nogueira, Eng.ª Biológica, Dublin. IrlandaFilha de pais Portugueses emigrantes em França, nascida e criada nesse país, desde muito cedo aprendi que não pertencemos a nenhum país em concreto.Aos 13 anos (e para surpresa dos meus pais) decidi continuar os meus estudos em Portugal - país que conhecia superficialmente e no período de férias. Tenho de admitir que Portugal no mês de Agosto e Portugal nos restantes meses do ano são duas realidades bem diferentes!“Sobrevivi” a alguns períodos menos positivos (alguma xenofobia para com Emigrantes/filhos de Emigrantes), concluí a minha Licenciatura numa Universidade Portuguesa e devo admitir que, apesar de tudo, Portugal será sempre o meu “porto seguro”.No final do meu 4.º ano de Licenciatura em Engenharia Biológica (na Universidade do Minho) e com vista à realização do estágio curricular (parte integrante do 5.º ano da Licenciatura), meti “mãos-à-obra” para desencantar o “estágio dos meus sonhos”. Os Estados-Unidos eram ponto assente na minha agenda. Onde exactamente nos EUA, ainda estava por determinar... Graças a um professor do meu Departamento, descobri a UMBC (University of Maryland Baltimore County), onde lecciona um professor português radicado nos EUA, há já alguns anos. Troca de emails e consegui um estágio de 6 meses, paitrocinado (obrigada mamã, obrigada papá!).Setembro de 2003 foi o ponto de viragem para uma nova jornada. Descrever tudo o que vi, as pessoas que conheci, as experiências que vivi, as amizades que criei, seriam páginas e páginas de estórias... Regressei a Portugal em Março 2004, mas parte de mim ficou para sempre lá. Vim embora com uma proposta para voltar e fazer o meu doutoramento. Infelizmente, e porque as decisões que tomamos nem sempre são as mais acertadas, declinei a proposta. Tinha de escolher entre a minha vida pessoal (um relacionamento de longa duração com uma pessoa que não queria sair de Portugal) e a minha carreira profissional: optei pela primeira (escolha que viria a arrepender-me amargamente alguns anos mais tarde...).Terminei a minha Licenciatura, e (por sorte) consegui emprego na área da consultoria em Braga, quase de imediato. Fiquei em Portugal, com a promessa de que se, ao fim de um ano, não estava satisfeita com a minha situação profissional, sairíamos do país. Dois anos passaram e insatisfeita tanto profissional (muitas horas de trabalho, desgastante, mal pago, etc. etc.) como pessoalmente, reformulei a minha vida. Terminei o relacionamento e enviei “centenas” de currículos à procura de uma nova oportunidade. Numa mesma semana, fui aceite para um mestrado no Porto, um mestrado em Cork (Irlanda), um emprego na BP em Londres e um doutoramento em Dublin (Irlanda). Optei pela última... Estou em Dublin desde Outubro de 2006, na University College Dublin: adoro o que faço, adoro a cidade, adoro as pessoas, adoro o país... mas detesto o clima! Admito que dias/semanas a fio a chover deixa qualquer pessoa sorumbática...A semana passada fui a uma conferência a Boston (Massachussets, EUA) e apesar de nunca lá ter estado antes, senti como um regresso a casa. Quem sabe se não decida, um dia, responder ao chamamento e regressar aos EUA...

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