PALAVROSSAVRVS REX: QUANDO O ESTADO FEDE E APODRECE

22-05-2009
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«A 5 de Abril alertei aqui para a data em que se conhecerão os resultados do inquérito sobre as alegadas pressões aos magistrados que investigam o caso Freeport. Segundo o prazo dado pelo PGR aos inquiridores, é esta semana. Como disse na altura, as conclusões conhecer-se-ão em pleno processo pré-eleitoral, com os ânimos suficientemente exaltados. O resultado pode ser um de três: houve pressões, não houve pressões ou não se sabe se houve pressões. Qualquer destes resultados terá um capital de destruição significativo. O primeiro, destruirá o que resta de credibilidade a este Governo. O segundo, destruirá o processo Freeport e implicará o afastamento dos magistrados. O terceiro será o pior de todos. Será o descrédito total e definitivo das instituições, da Justiça, do próprio Estado de Direito. Estamos, por isso, num clima de verdadeira encruzilhada, em que as instituições deixaram de concluir para se constituírem como promotoras da dúvida e da insídia. Estamos naquilo que a Constituição prevê como sendo o "anormal funcionamento das instituições" e que apenas soluções radicais podem alterar. Ora, a menos de seis meses das Legislativas, não pode o Presidente da República usar a "bomba atómica" de que dispõe. O caso Freeport é, sem dúvida, importante. Já nem tanto, provavelmente, por aquilo que directamente implica, mas já muito mais por estas ramificações laterais que acabam por colocar a descoberto um certo cheiro a podre que é emanado pelo subsolo da política nacional. O desaparecimento de papéis de um notário, as pressões a magistrados, a tentativa de controlar, manipular ou condicionar comunicação social, manifestantes, classes profissionais, forças policiais e instituições, são os cheiros nauseabundos que provêm do interior do próprio Estado e que o Freeport tem vindo a libertar. E são sobretudo esses cheiros que prejudicam o crédito na inocência que deveríamos presumir a toda a gente no processo principal.» Nuno Nogueira Santos, A Outra Varinha Mágica


«A 5 de Abril alertei aqui para a data em que se conhecerão os resultados do inquérito sobre as alegadas pressões aos magistrados que investigam o caso Freeport. Segundo o prazo dado pelo PGR aos inquiridores, é esta semana. Como disse na altura, as conclusões conhecer-se-ão em pleno processo pré-eleitoral, com os ânimos suficientemente exaltados. O resultado pode ser um de três: houve pressões, não houve pressões ou não se sabe se houve pressões. Qualquer destes resultados terá um capital de destruição significativo. O primeiro, destruirá o que resta de credibilidade a este Governo. O segundo, destruirá o processo Freeport e implicará o afastamento dos magistrados. O terceiro será o pior de todos. Será o descrédito total e definitivo das instituições, da Justiça, do próprio Estado de Direito. Estamos, por isso, num clima de verdadeira encruzilhada, em que as instituições deixaram de concluir para se constituírem como promotoras da dúvida e da insídia. Estamos naquilo que a Constituição prevê como sendo o "anormal funcionamento das instituições" e que apenas soluções radicais podem alterar. Ora, a menos de seis meses das Legislativas, não pode o Presidente da República usar a "bomba atómica" de que dispõe. O caso Freeport é, sem dúvida, importante. Já nem tanto, provavelmente, por aquilo que directamente implica, mas já muito mais por estas ramificações laterais que acabam por colocar a descoberto um certo cheiro a podre que é emanado pelo subsolo da política nacional. O desaparecimento de papéis de um notário, as pressões a magistrados, a tentativa de controlar, manipular ou condicionar comunicação social, manifestantes, classes profissionais, forças policiais e instituições, são os cheiros nauseabundos que provêm do interior do próprio Estado e que o Freeport tem vindo a libertar. E são sobretudo esses cheiros que prejudicam o crédito na inocência que deveríamos presumir a toda a gente no processo principal.» Nuno Nogueira Santos, A Outra Varinha Mágica

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